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Educação Brasileira: Passado, Presente e Futuro O Conhecimento Através de uma Abordagem Estratégica (página 2)

Resultados de pesquisas internacionais detectam o problema não só em escolas públicas como muitos podem imaginar, mas também em instituições de elite, que se encontram entre as últimas nas listas de desempenho. Certamente não se pode generalizar, já que aqui existem instituições excelentes, mas a formação de grande parte da população está comprometida e não atende requisitos básicos a fim de  preparar um indivíduo com perfil desejado pelas empresas modernas.

Alguns outros dados publicados no artigo em questão, referem-se à porcentagem de alunos entre sete e catorze anos que frequentam as escolas, o número é animador, 97%, mas somente 42% concluem o Ensino Médio. E qual a qualidade do ensino destes 97%? Colocar dentro da sala de aula não é suficiente para que ocorra aprendizagem.

Dois problemas graves ganharam destaque: o índice de absenteísmo dos docentes e de repetência dos estudantes.

Quanto ao absenteísmo de professores, em 2006, nas escolas geridas pelos governos estaduais, 13% de todos os dias letivos foram perdidos devido à ausência dos educadores. Mesmo que havendo substitutos, o processo fica prejudicado em sua continuidade.

As queixas principais em relação à falta de estímulo, que possam justificar estas taxas de absenteísmo são o desrespeito por parte dos alunos e a má remuneração. Fatores como despreparo acadêmico e falta de apoio aos profissionais devem ser igualmente considerados.

No caso dos estudantes, além do grave problema da repetência, questões diversas os levam a abandonar os estudos, como a desmotivação causada pela precariedade das escolas e a necessidade de trabalhar para complementar a renda da família.

A revista destacou o papel de nossa história na formação desta cultura que não enxerga o conhecimento como primordial ao desenvolvimento e não planeja suas ações com pensamentos de longo prazo.

O livro 1808, resultado de dez anos de investigação jornalística realizada por Laurentino Gomes, revela a história da corte portuguesa no Brasil, e através dos fatos apresentados, é possível relacionar claramente os resultados da colonização para a formação da mentalidade do povo.

Através da história de nossos colonizadores portugueses, é possível constatar que muitos aspectos foram cruciais na influência e determinação da construção de nossa identidade. É como educar uma criança, a educação de cada indivíduo dependerá muito daquilo que aprende e observa de seus próprios pais, no caso, os pais são os portugueses e os filhos brasileiros.

Nos tempos de Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral, os portugueses conservavam um espírito aventureiro e curioso, mas aos poucos e por uma série de motivos, foram sendo ultrapassados por seus vizinhos europeus nos aspectos referentes a economia, política e gerações de novas ideias. O país começou a se manter com uma economia extrativista e mercantil, todas as riquezas retiradas das terras de sua colônia eram repassadas especialmente para Inglaterra, ou seja, dinheiro ganho com atividades que não exigiam esforços relacionados à inovação, criatividade, espírito empreendedor ou preocupação com a instrução popular.

Suas colônias eram utilizadas exclusivamente para exploração, nenhum investimento era feito em educação, infra-estrutura ou qualquer outro tipo de benfeitoria. Assim como não investiram em suas colônias, também não se preocuparam com seu próprio país.

No livro, há uma frase de José da Cunha Brochado, um diplomata português, comparando os hábitos da corte portuguesa com outras monarquias européias: "Em Portugal não há ciência, nem há economia, nem há educação, nem há nobreza e não há corte".

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Como referenciar: "Educação Brasileira: Passado, Presente e Futuro O Conhecimento Através de uma Abordagem Estratégica" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/04/2024 às 13:08. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/educacaoobrasil/?pagina=1