Você está em Artigos

O Ensino da Matemática nas Classes de Alfabetização: Como é? Como deveria ser? (página 9)

No contexto escolar são poucas as propostas oferecidas pelas editoras com essa concepção de educação. Contudo existem livros em educação infantil que propõem um trabalho sócio-interacionista. A criança é convidada a refletir sobre a situação pré-estabelecida e, através da argumentação encontrar soluções para melhorar o meio em que vive, proporcionando avanços de compreensão de mundo. Os conceitos matemáticos não se encontram isolados, eles estão inseridos no meio socialmente construído e cabe ao professor conduzir os alunos às refutações ou confirmações, levando-os sempre ao encontro de um estágio superior ao qual eles se encontram. Seguir em frente com o pensamento voltado para questões sócio-culturais.

Ubiratan D'Ambrosio em "Educação Matemática - da teoria à prática", explicita a necessidade de uma Matemática que respeite as questões sociais e sirva como instrumento de ascensão cultural. A aplicabilidade da Matemática só tem real valor quando ela vem suprir a necessidade existente e é esse o significado da sua existência. Foi por isso que ela surgiu e está viva até hoje.


7. O OLHAR DA COMUNIDADE PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

Os questionários realizados com a comunidade serviram de comprovação da real importância que a educação infantil exerce atualmente.

As contribuições da comunidade totalizam 15 pessoas envolvidas. Elas fazem parte das diversas áreas da economia imperatrizense.

Observando os questionários podemos verificar o quanto se julga importante a infância e uma educação de qualidade nesse período da vida. A razão para obter sucessos futuros. Todos (100%) acreditam que a educação infantil é fundamental para o desenvolvimento das crianças. Olhe o gráfico abaixo e as opiniões de alguns entrevistados.

Fonte: Pesquisa de Campo

"As crianças têm uma capacidade incrível de absorção das coisas às quais são a elas passadas e nada melhor do que se iniciar essa educação na fase em que estão (de 0 aos 6 anos de idade) conhecendo o mundo e se conhecendo como pessoas". (WELLINGTON LIMA FIGUEREDO, com idade ente 18 e 22 anos, estudante universitário).

"É a educação infantil que solidifica e estimula toda a formação de base na vida escolar das crianças". (MARIA PERPÉTUA SOCORRO OLIVEIRA MARINHO, com idade superior a 33 anos, professora).

"A educação infantil é indispensável na vida escolar da criança. Pois é na educação infantil que a criança vai adquirir os seus conhecimentos básicos, solidificando o seu alicerce, onde vai repercutir em toda sua vida escolar". (IOLÂNGELA BARRETO SILVA, com idade entre 23 e 27 anos, professora).

"Porque sabemos por experiência de toda influência que a infância tem em nossa vida adulta. Uma criança feliz e culta é a metade do caminho do sucesso de um adulto". (LÊDA GOMES, com idade entre 28 e 32 anos, secretária).

"Por ser nela que se fincam os alicerces da psicomotricidade, da linguagem, da aquisição dos conceitos básicos para a escrita. Nesta fase se adquire as primeiras noções de atividades de vida diária e se conhece sobre as relações interpessoais que irão formar o cidadão e o aluno seguro no futuro". (SHEYLA RUFHAT BELCHIOR, com idade entre 28 e 32 anos, fonoaudióloga).

Outro questionamento realizado na comunidade e que vem complementar a exposta anteriormente diz respeito à vida educacional futura das crianças. Há uma implicação, pois se julga de fundamental importância o acompanhamento familiar no desenvolvimento escolar do aluno. Todos os entrevistados, 100%, enfatizaram o questionamento realizado. Observe o gráfico abaixo e alguns comentários dos entrevistados:

Fonte: Pesquisa de Campo

"Com o acompanhamento familiar a criança se sente segura e confiante tanto em sua vida escolar como na pessoa". (JANECLEIDE LIMA FIGUEREDO, com idade entre 23 e 27 anos, auxiliar de escritório).

"A criança se sente mais segura". (RITA DE CÁSSIA NASCIMENTO DA SILVA, com idade entre 23 e 27 anos, secretária).

Os entrevistados endossam a necessidade de dar segurança às crianças da seguinte forma: uma criança pode deixar a outra segura, um adulto tem por excelência a capacidade de demonstrar segurança, em especial os pais a um filho. Ressalta-se, a necessidade de alguém com experiência para a criança conseguir ir adiante na sua vida. Vygotsky deixa claro que a criança chega ao nível de desenvolvimento potencial quando ela sai com êxito do desenvolvimento real.

8. ANÁLISE DAS PRODUÇÕES MATEMÁTICAS DE CRIANÇAS NO III PERÍODO (TURMAS DE ALFABETIZAÇÃO) DA EDUCAÇÃO INFANTIL NUMA ESCOLA PRIVADA DE IMPERATRIZ.

As diagnoses analisadas foram produzidas no ano de 2005 e são divididas em quatro partes/ quatro bimestres. Elas são montadas pelos professores e a direção da escola, observados os conteúdos ministrados e buscando superar limites. Os professores aplicam as atividades buscando cada aluno: o trabalho é individual. É chamado aluno por aluno para que ele desenvolva a atividade individualmente. O docente esteve atento à oralidade e à escrita do discente, observando ainda suas atitudes no momento da realização da avaliação, para as quais são reservadas duas semanas.

Nesta instituição são ministradas aulas - em sala - de Natureza e Sociedade Linguagem e Matemática. Mas é levado em consideração todos os aspectos da criança, quando da montagem, aplicação e correção das avaliações.

Serão analisadas produções de seis crianças que no final de 2005 completaram seis anos de idade e ingressaram no ensino fundamental em 2006.

A I avaliação compreendeu o período de fevereiro a abril e tive como principal objetivo perceber o nível de coordenação motora; a noção de quantidade, a formulação da idéia de número e o registro; o entendimento sobre dezena e unidade e sua posição; a seqüência numérica e a compreensão sobre o processo algoritmo da soma com unidades. Por desatenção algumas crianças não realizaram com sucesso as atividades propostas, porém conseguiram demonstrar a essência do objetivado para elas. Ver anexos: 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09. Observa-se a noção de direita e esquerda quando registra o numeral e a necessidade de estar sempre trabalhando a capacidade de concentração e a organização.

Na realização da II diagnose buscou-se ampliar os conhecimentos matemáticos e incorporar na linguagem das crianças outras noções matemáticas: desde a contagem e registros numéricos; a compreensão e o registro de ordem crescente e decrescente, sinais de pertinência (? / ?), maior que / menor que (> / <), igual / diferente (= / ?); o entendimento de dúzia e meia dúzia  e o fortalecimento do processo algoritmo da adição incorporando dezenas e unidades. O discente foi convidado para o avanço. Ele demonstrou o que sabia e foi incentivado a ir além. Os anexos 10, 11, 12, 13, 14, 15 mostram bem essa afirmação.

No período em que as crianças retornam para a escola, agosto, até o mês de setembro são realizadas atividades que buscam o fortalecimento do processo algoritmo, só que agora utilizando a subtração como carro chefe. O agrupamento é essencial, pois o discente pode compreender o conceito de numeral par e ímpar. No que se refere ao registro numérico esperava-se que os alunos pudessem realizá-los até 100 (cem), entretanto todos foram além do objetivado; nesta noção Matemática inter relacionou-se a organização e conceitos de ciências. O entendimento temporal foi alvo de análise mais ampliada. Saber se as crianças seqüênciam corretamente os dias da semana e os meses do ano e entendem a funcionabilidade dos mesmos é importante nessa fase da educação infantil. A noção de conjunto e litro também foi avaliada.

Na aplicação da III avaliação os alunos demonstraram o que sabem e o que ainda necessitam para alcançar a aprendizagem desses conceitos matemáticos (ver anexos 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23).

Anterior   Próxima

Voltar para a primeira página deste artigo

Como referenciar: "O Ensino da Matemática nas Classes de Alfabetização: Como é? Como deveria ser?" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/04/2024 às 16:38. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/matematicanaalfabetizacao/index.php?pagina=8