Você está em Artigos

Um Estudo Sobre o Conhecimento do Sistema de Numeração Decimal: Um Olhar Sobre os Descritores do Gestar I

Autor: Sérgio Eduardo Santos Oliveira e Ednei Mendonça Oliveira
Data: 19/01/2012

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

A aprendizagem em matemática tem sido uma constante preocupação das autoridades públicas, nos meios acadêmicos de pesquisa científica e nos Órgãos Nacionais e Internacionais.  Pesquisadores e interessados buscam maneiras para superar esta problemática e no bojo das discussões pontuam a identificação das causas que dificultam o aprendizado de forma significativa, contextualizada e motivadora.  

Conforme aponta Saviani (1992) os educadores devem buscar nortear sua ação a partir de três objetivos fundamentais: a identificação das formas mais desenvolvidas em que se exprime o saber objetivo socialmente produzido, a transformação deste saber objetivo em saber escolar que possa ser assimilado pelo conjunto dos alunos e a garantia das condições necessárias para que estes não apenas se apropriem do conhecimento, mas ainda possam elevar seu nível de compreensão sobre a realidade.

As dificuldades de aprendizagem da matemática no Brasil e no mundo têm sido expressas por índices estatísticos que espelham os resultados da aplicação de testes e outros meios de avaliação. Por exemplo, as avaliações do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA). O PISA é desenvolvido e coordenado internacionalmente pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), havendo em cada um dos 41 paises participante uma coordenação nacional. No Brasil, o PISA é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais - Anísio Teixeira - (INEP), que tem como objetivo principal "produzir indicadores que contribuam para discussão, dentro e fora dos paises participantes, da qualidade básica ministrada pelas escolas, para subsidiar políticas nacionais de melhoria da educação". Na avaliação são incluídos os cadernos de provas e questionários e acontecem a cada três anos, com ênfases distintas em três áreas: Leitura, Matemática e Ciências. Em cada edição, o foco recai principalmente sobre uma dessas áreas. Em 2003, a área principal foi a Matemática a população avaliada no Brasil foi das escolas públicas e privadas das cincos regiões das zonas urbana e rural num total de 229 escolas, em 179 cidades com alunos de 15 anos matriculados na 7ª ou 8ª série do Ensino fundamental, ou 1ª, ou 2ª, ou 3ª série do ensino médio num total de 5.235 alunos, distribuídos em 13,0% na 7ª série, 22,1 % na 8ª série, 45,4% no 1º ano, 18,4% no 2º ano e 1,1% no 3º ano. Os resultados foram apresentados em seis níveis de proficiência. O Brasil apresentou um resultado médio de 356 pontos ( abaixo do nível 1), o escalonamento do resultado apresentou 53% dos brasileiros estão abaixo do nível 1, 43% estão entre os níveis 1 e 3 e 4% estão entre os níveis 4 e 6. 

Outro índice utilizado para coletar dados sobre alunos, professores, diretores de escolas públicas e privadas em todo o Brasil é o Saeb. Criado em 1988, e é uma ação do Governo Brasileiro desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep, na sua Diretoria de Avaliação Básica (Daeb).  O Saeb é aplicado a cada dois anos, desde 1990 e avalia o desempenho dos alunos brasileiros da 4ª e da 8ª séries do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio, nas disciplinas de Língua Portuguesa (Foco: Leitura) e Matemática (Foco: resolução de problemas).

A prova Brasil foi idealizada a partir de 2005 para produzir informações sobre o ensino oferecido por município e escola, individualmente, com o objetivo de auxiliar os governantes nas decisões e no direcionamento de recursos técnicos e financeiros, assim como a comunidade escolar no estabelecimento de metas e implantação de ações pedagógicas e administrativas, visando à melhoria da qualidade do ensino. Quanto à prova de Matemática, esta foi elaborada a partir do que está previsto para as séries avaliadas nos currículos de todas as unidades da Federação e, ainda, nas recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais. 

A partir dos resultados encontrados através dos indicadores como o Saeb pode-se afirmar que os alunos das séries iniciais do fundamental I, ciclos 1 e 2, correspondentes às séries da 1ª a 4ª, apresentam uma dificuldade de domínio de conteúdos de matemática que influência no avanço dos conteúdos na 5ª série do fundamental 2. Os resultados do desempenho em Matemática na 4ª série mostra um rendimento geral insatisfatório, pois os percentuais em sua maioria situam-se abaixo de 50%. Dados mais recentes do Saeb comprovam que em relação na construção de competências e desenvolvimento de habilidades em matemática da 4ª série entre 2001 e 2003 não houve mudanças significativas nos percentuais de estudantes nos estágios muito crítico e crítico superando a casa dos 51 %. 

Os PCNs de 1ª à 4ª séries a partir dos dados que indicam um rendimento melhor dos alunos nas questões classificadas como de compreensão de conceitos do que nas de conhecimento de procedimentos e resolução de problemas apontam para um ensino da matemática ainda feito sem levar em conta os aspectos que a vinculam com a prática cotidiana, tornando-a desprovida de significado para o aluno. Esses resultados nos convidam a um repensar, um reorganizar, um refletir sobre o que está acontecendo no ambiente de aprendizagem. É necessário refletir sobre os conteúdos, a falta de motivação dos alunos e a maneira como eles têm sido ensinados, consequentemente repensar todo o currículo.

  Próxima
Como referenciar: "Um Estudo Sobre o Conhecimento do Sistema de Numeração Decimal: Um Olhar Sobre os Descritores do Gestar I" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 25/04/2024 às 09:17. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/numeracaodecimal/