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O Uso das Fábulas através da Literatura Infantil no Desenvolvimento Gramatical Infantil (página 2)

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A Importância da leitura e do ensino ao discorrer sobre a importância do ato de ler, Freire (1995) recupera momentos diversos por ele vivenciados, desde sua infância até a vida adulta, a fim de reconstituir experiências de leitura. Leitura do chão pelo qual engatinhava da casa onde vivia das árvores em que brincava, enfim, leituras de seu mundo, realizadas antes da leitura da palavra.

O autor explana sobre a relevância de considerarmos nossa vivência/formação social e cognitiva como condição para a leitura da palavra. O ato de ler, assim, é um processo crítico, para o qual nos valemos do constante movimento da leitura do mundo para a leitura da palavra e desta para aquele.

O ato de ler abrange muito mais do que códigos linguísticos, engloba nossas experimentações, tudo o que nos fez e constituiu o que somos e representamos todas aquelas leituras e releituras de imagens, sons, toques, gostos e paladares, entre outros. Destarte, informações não visuais como estas são essenciais e precedem a visualização e leitura de informações visuais. Esta compreensão faz-se fundamental para a leitura significativa e crítica, seja de textos verbais ou textos não verbais.

A leitura sensorial não é uma leitura elaborada, ela começa cedo, quando ainda somos crianças, e se configura como uma resposta imediata às demandas e ofertas que o mundo nos apresenta, sendo intrínseca às primeiras escolhas e revelações. Nossos cinco sentidos podem ser assinalados como os referenciais mais elementares do ato de ler.

Embora a aparente gratuidade de seu aspecto lúdico, o jogo com e das imagens e cores, dos materiais, dos sons, dos cheiros e dos gostos incita o prazer, a busca do que agrada e a descoberta e rejeição do desagradável aos sentidos. E através dessa leitura vamo-nos revelando também para nós mesmos.  (MARTINS, 1993, pp. 40-41)

A literatura infantil tem por tarefa, na sociedade em transformação, servir como agente de formação, seja no espontâneo convívio do leitor com o livro, seja no diálogo ou nas atividades literárias pela escola. A literatura infantil, nesta medida, é levada a realizar sua função formadora, que não se confunde com uma missão pedagógica. Com efeito, ela dá conta de uma tarefa a que está voltada toda a cultura - a de conhecimento do mundo e do ser. (ZILBERMAN & LAJOLO, 1985, p. 25).

A escola é de suma importância para a literatura infantil, porque é o agente ideal para a formação cultural do indivíduo. Ela é o espaço privilegiado onde deverão ser lançados desafios que abrirão caminhos na mente humana rumo à aprendizagem. O estudo literário transmitido na escola é, de maneira geral, e em comparação com qualquer outro, o mais  completo no estímulo do exercício da  mente, na percepção do real, na consciência do mundo, no próprio estudo e conhecimento da língua e expressão verbal.
Contudo, pode-se dizer que a escola tem como objetivo principal contribuir para a formação de indivíduos conscientes, em busca da sua autorrealização durante sua existência.

O primeiro contato com a história infantil é um caminho aberto para novas descobertas e o início da aprendizagem tanto para a criança, como para o educador terapeuta que o acompanha.

O ato de ouvir histórias possibilita à criança um contato direto com o mundo da fantasia, com o imaginário, através do qual ela poderá extravasar emoções importantes como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade. E tantas outras que a narrativa promover por intermédio dos personagens e sua vivência, sua personificação pelo ouvinte.

Este irá se colocar no lugar do personagem com que melhor se identificar. Os personagens, geralmente, possuem características reais e ou idealistas, que, com facilidade, levam a criança a pensar no universo do texto, para cabe ao professor incentivá-la juntamente com a equipe pedagógica.

Sabe-se que a criança em desenvolvimento aprende através da imitação, mas com essas imitações as crianças reduzem a sentença de acordo com a própria gramática. Por outro lado o senso comum à questão de como as crianças aprendem a linguagem é que elas são recompensadas por fazê-lo de duas maneiras: A primeira razão é a de que a criança seja moldada. A segunda é que ela seja corrigida, além disso, lembra-se de que a linguagem inicia da criança está governada por regras. Sua ideologia é antiburguesa, buscando sempre a construção de um futuro humano com autenticidade. Por meio de "processos pedagógicos renovados" Benjamin percebe a hostilidade burguesa.

Concluindo, para Benjamin, os pais devem dialogar com os filhos sendo o diálogo um encontro não somente expresso em palavras, mas em entendimento, cumplicidade, participação no último produto do sistema de produção em que as gerações não estão dissociadas: o brinquedo. E assim, juntos, brincando, descubram novos segredos, pois "onde" as crianças brincam, existem um segredo enterrado.

Fiorin ressalta sobre a reflexão da questão das relações entre linguagem e ideologia não é também dizer que a linguagem é instrumento de poder e que os segmentos sociais dominantes tentam ridicularizar a palavra dos dominados. Isso é velhíssimo.

Tácito, historiador romano, nos Anais (1,16-17):

"Ao narrar a revolta das legiões panônicas - reivindicações para melhorar a vida - diz que elas eram dirigidas por certo Percênio, que tinha sido chefe de uma classe teatral e que, por isso, possuía uma língua insolente e certa habilidade em dirigir multidões Ao colocar essa nota em discurso, Tácita desqualifica as reivindicações dos legionários, considerando que elas eram frutos da manipulação de um indivíduo que desejava conturbar a ordem".

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Como referenciar: "O Uso das Fábulas através da Literatura Infantil no Desenvolvimento Gramatical Infantil" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 20/04/2024 às 11:44. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/o_uso_das_fbulas/index.php?pagina=1