A Formação de Educadores para Atuarem na Educação Escolar de Jovens e Adultos (página 4)

Esta pesquisa contribuiu para compreendermos que a formação inicial do professor para atuar na EJA, encontra-se diante de conquistas e desafios a serem superados.  Diane das considerações aqui apresentadas percebe-se que professores, universitários de Pedagogia, gestores da educação, e enfim, toda a sociedade, devem pensar em estratégias para capacitar pedagogos ainda na formação inicial, para atuar na EJA.

Observa-se que as políticas públicas têm ressaltado a importância da EJA, mas tem deixado a desejar em relação a formação dos profissionais para isto. Alguns cursos, que antes tinham a disciplina EJA como uma optativa, agora a têm como parte integrante do currículo para a formação docente, isto mostra um avanço acerca da disciplina. No entanto, tanto a professora quanto as graduandas entrevistadas, concordam que houve avanços, mas muita coisa deve ser melhorada, inclusive na preparação inicial desses profissionais, uma vez que elas afirmam não sair  preparadas para assumir uma sala de Educação de Jovens e Adultos. Alegam também que as horas disponibilizadas no curso que é de noventa horas, apenas no quarto ano do curso de Pedagogia, é insuficiente para um melhor aprendizado. Elas, em consonância com os autores aqui mencionados, veem que a saída para essa deficiência é a formação continuada, pois não basta apenas ficarem com o que foi visto na disciplina básica do curso.

A professora do curso aponta ainda que, é necessário uma maior interação entre a teoria e o estágio, que segundo ela o professor que ministra a disciplina não é o mesmo do estágio, e isso ela considera como um deficiência uma vez que o estágio poderia ser   forma real para a formação de profissionais preparados para atuarem na EJA. Ela diz que a experiência da sala de aula poderia ser adquirida no estágio, mas o curso de pedagogia é muito voltado para a educação infantil e não há uma abertura para as discentes junto ao estágio de EJA na prefeitura municipal, haja visto que a modalidade é apenas um projeto na rede de ensino mencionado, vindo assim a prejudicar a formação das graduandas. Outro ponto é a questão ressaltada pela professora de  que apesar de quase todas  disciplinas do currículo de Pedagogia terem em suas ementas a atuação do professor na EJA, os professores da Pedagogia deixam este tema  em segundo plano, pois o foco é a educação infantil. Isso demonstra a falta de inter-relação das disciplinas, o qual pode ser um fator do despreparo desses docentes. Diante disso é fundamental buscar uma formação continuada de professores  para atender de maneira adequada estes estudantes EJA, que trazem consigo experiências, histórias, culturas de suas vivências.

E no que diz respeito ao educador Paulo Freire é bom lembrar que  apesar  de ter  escrito no século XX,  ele ainda é uma importante referência para a construção de uma EJA que contribua para a formação do indivíduo. Ele sempre se demonstrou preocupado em relação a uma aprendizagem significativa, em toda sua discussão em relação à escolarização do aluno jovem e adulto. Para ele, o professor mediador  deve associar o aprendizado da leitura e da escrita à revisão profunda nos modos de conceber o mundo. Este deve ser o princípio básico da formação docente.
 

REFERÊNCIAS