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Educação Corporativa: A Atuação do Pedagogo Além dos Muros das Escolas

Autor: Ana Caroline Sousa
Data: 25/03/2010

Resumo

Formação e qualificação profissional constituem-se em um grande desafio não só para a escola, mas também para os diferentes setores sociais face a um mercado cada vez mais competitivo onde o conhecimento é considerado o principal e mais valioso ativo.

Nesse contexto, surge na área de Recursos Humanos a figura do pedagogo atuando através de espaços como Universidades Corporativas, como solução para alinhamento das iniciativas de treinamento com as estratégia da organização e de criação de vantagem competitiva, por meio de aprendizagem permanente.

Este artigo trata de questões referentes a atuação do pedagogo em empresas, seu papel e metodologias, frente a uma realidade de inclusão tecnológica e de valorização da educação corporativa.

Introdução

Vive-se em um momento em que o mercado está cada vez mais competitivo e em busca de lucratividade. Nesse contexto as estratégias de gestão estão sendo revistas e a inovação para as organizações é o melhor meio para a sobrevivência. Para atingir essa vantagem competitiva e inovação constante, torna-se fundamental o investimento nas ações de desenvolvimento e valorização do capital intelectual. Neste sentido, as empresas mudam junto com o mundo e resolvem desenvolver seus próprios talentos investindo na educação corporativa como forma de atender as exigências da cadeia de valor.

Esse novo cenário trouxe consigo profundas e frequentes mudanças, pela necessidade de respostas cada vez mais ágeis, para garantir a sobrevivência da organização, influenciando diretamente no perfil de seus colaboradores. Portanto, as empresas exigem de cada empregado uma postura voltada para o autodesenvolvimento e a aprendizagem contínua. Para isto, será necessário a implementação de sistemas educacionais que privilegiem o desenvolvimento de atitudes, posturas e habilidades, e não apenas a aquisição de conhecimento técnico e instrumental. O objetivo desse artigo é levantar questões referentes a atuação do pedagogo em empresas, seu papel e metodologias frente a uma realidade de inclusão tecnológica e de educação corporativa.

Educação, Trabalho e Novas Tecnologias

Para que se entenda o surgimento do termo Educação Corporativa, é necessário um resgate histórico sobre a evolução dos modelos de gestão e capitalismo. Do antigo Egito aos nossos dias, é explícito a dicotomia entre trabalho intelectual e trabalho manual, do ponto de vista educacional, a separação entre instrução e trabalho, instrução para poucos e trabalho para os "dominados". E a história do processo de trabalho e dos modelos organizacionais que foram surgindo, conta com a inteira participação da classe operária nas resistências desenvolvidas por eles e às tentativas do capital de controlar a produção de trabalho e alienar os trabalhadores ao seu interesse de lucro.

Com a revolução industrial, as pessoas se viram frente a um novo estilo de vida, totalmente estranho para eles. Esse novo sistema de fábrica assegurava ao capital o controle e a disciplina de mão-de-obra e também garantia ao capitalista a apropriação do saber operário, com a separação do trabalho manual e intelectual. Diante disso, encontramos os dois principais sistemas de fábricas, o taylorismo e o fordismo, que visavam principalmente atingir a eficácia tecnológica, além de atender ao interesse do capital de estabelecer novas relações de poder hierárquico e de autoridade para com o trabalho, permitindo também o controle da produção.

Neste cenário formam-se as áreas de treinamento e desenvolvimento das empresas, essas áreas tinham o papel de "entregar cursos" ao público interno por força de demandas concretas, cujo objetivo principal era desenvolver habilidades específicas, enfatizando necessidades da empresa para desempenho do empregado nas atividades operacionais, portanto a figura do pedagogo não fazia parte desse contexto.

Outro marco importante na história da administração foi a passagem da administração taylorista-fordista para a gestão flexível, que gerou forte impacto no comportamento das organizações. A partir desse modelo, a rígida divisão entre trabalho manual e trabalho mental tende a ser eliminada; as tarefas exigem cada vez mais, em todos os níveis organizacionais, pessoas com capacidade de pensar, decidir e executar simultaneamente. Os novos modelos de gestão exigem o perfil do trabalhador gestor, este que é informado, participante, dinâmico e corajoso, que possui sentido e eficácia pessoal, é independente e autônomo, anseia pelo crescimento interior e se preocupa com aprendizagem e autodesenvolvimento, dentre outras competências.

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Como referenciar: "Educação Corporativa: A Atuação do Pedagogo Além dos Muros das Escolas" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 20/05/2024 às 04:01. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/educacaocorporativa/index.php?pagina=0