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Linguagem e Literatura

Autor: Rachel Moraes Castro
Data: 03/04/2009

Resumo

 O processo de aprendizagem vai além do conteúdo ministrado em classe. Seu objetivo é estabelecer hábitos, estruturas mentais necessárias à apreensão do conhecimento e à vida social do educando. Consequentemente, a educação não tem apenas a finalidade de delimitar se um conteúdo aprendido será lembrado meses mais tarde, mas até que ponto aquilo que foi aprendido ajudará o aluno a resolver problemas novos e a enfrentar situações diferentes daquelas em sala de aula. Através de um projeto interdisciplinar e utilizando os clássicos da literatura infantil, este trabalho tem como objetivo desenvolver o imaginário e a cognição do educando, bem como, conscientizar e sensibilizá-los aos problemas do cotidiano, vividas pelo homem moderno.

Palavras-chave: Educação, Literatura Infantil, Interdisciplinaridade
Área do Conhecimento: Ciências Humanas

Introdução

Os indivíduos necessitam comunicar-se, fazer-se entender por seus interlocutores e ter acesso a toda e qualquer informação que a sociedade produza. Nota-se que os alunos de hoje apresentam dificuldades em registrar suas ideias de maneira coerente e correta. Dessa forma, acredita-se que os alunos devam utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem escolar e social.

A literatura infantil nas séries iniciais faz os alunos vivenciarem as histórias, desenvolver a criatividade e a imaginação. Notando as dificuldades dos alunos na escrita, incluir os clássicos da literatura infantil, resgatar o universo dos contos e estabelecer um vínculo entre o leitor, reforçando a necessidade da prática da leitura diária na escola.

Este trabalho propõe-se a explorar as histórias clássicas da literatura infantil, revivendo o universo precioso dos contos de fada e procurando estabelecer, através deles, as necessidades de cuidado diário, a fim de que se consiga uma vida saudável e livre de doenças.

A Leitura e a Aprendizagem

O desenvolvimento infantil nas séries iniciais é caracterizado quando a criança evidencia as hipóteses linguísticas com mais intensidade ao longo de ano. Para Piaget (CAMPOS, 2003), o desenvolvimento das crianças entre 6 e 8 anos são o nível pré-silábico: quando a criança oscila na utilização de letras, números e símbolos, sem estabelecer relação convencional entre os mesmos; o nível silábico: quando a criança sente-se confiante e descobre que pode escrever com lógica, pois ela conta as sílabas das palavras e coloca uma letra para cada sílaba; isto pode ou não acontecer com valor sonoro convencional. Aqui, o aluno acredita que resolveu o problema de escrita, mas a leitura ainda continua problemática, porque os adultos não conseguem ler o que ele escreveu.

Nesta faixa, os alunos já possuem linguagem mais elaborada e, por isso, se colocam com mais clareza. Já realizam as tarefas de casa com autonomia e se responsabilizam por trazer e levar materiais. Dividem tarefas nos trabalhos em grupo e se comprometem com o trabalho final.

Os trabalhos desenvolvidos envolvem leitura e exploração de diferentes tipos de textos, para posterior produção de novos textos com base no estudado. Rocha (1999) nos fala que a produção dos textos envolve ações como a de dar um outro final para a história, colocar-se no lugar de algum personagem, reescrevê-lo com as próprias palavras, transformá-lo em outro tipo de texto.

A utilização dos contos infantis, conforme Knüppe (2002) é fundamental, pois de forma indireta pode-se ensinar os mais diversos conteúdos das disciplinas interdisciplinarmente.

O aluno fica envolvido na história e pode identificar-se com os personagens, discuti-los, recriá-los, recontá-los, usando a criatividade e imaginação no seu desenvolvimento cognitivo.

A reescrita dos textos produzidos tem papel fundamental e deve ter a finalidade de proporcionar aos alunos a experiência de conhecer as várias possibilidades de reorganizar o texto, em direção à clareza, coerência, coesão e criatividade.

Em relação à ortografia, Morais (2003, p.37) descreve como as crianças aprendem à norma ortográfica, demonstrando que "aprender a ortografia não é um processo passivo [...] ou um armazenamento de formas corretas na memória".

Morais enfatiza que o uso do dicionário deve ser incentivado e que ele deve acompanhar os alunos em sala de aula, deixando o preconceito e a ignorância de lado, além de citar seu eterno apelido: "pai-dos-burros". Segundo ele, "[...] precisamos ter uma série de conhecimentos para poder usufruir adequadamente do que um dicionário tem a nos oferecer" (MORAIS, 2003, p.112). Esses conhecimentos serão alcançados se privilegiarmos o uso constante do dicionário, tanto em classe quanto em casa.

Os exercícios de revisão e correção, bem como o uso do dicionário devem fazer com que o aluno internalize as diferenças estruturais das palavras da língua materna.

A mediação do professor é processada quando este participa criativamente dos acontecimentos da classe, estimula, orienta, dá dicas, informações, coordena os registros coletivos, tornando seus alunos mais seguros e independentes para ler e escrever.

Construindo-se uma sequência de propostas de produção de textos que o aluno realizará individual e coletivamente, o exercício da escrita deve ser realizado como canal de expressão e comunicação em sociedade.

Os alunos têm a necessidade de ler com objetivos claros, escrever em situações reais de uso, com uma finalidade, tornando público o texto produzido e tendo em vista leitores de fato.

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Como referenciar: "Linguagem e Literatura" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/04/2024 às 01:41. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/linguagemliteratura/