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Música e Educação: Contribuições da Prática Musical para o Processo de Formação do Indivíduo em Ambiente Escolar (página 2)

A Escola como mediadora do processo de humanização e do conhecimento poderoso

O homem cresce rodeado de outros seres humanos que lhe capturam a atenção na intenção de transmitir-lhe informações, valores, crenças, conceitos etc. mediante a REPETIÇÃO. Essa é a forma que a Cultura e a Sociedade se apresentam a nós logo nos primeiros momentos de vida. Tudo já estava lá: códigos, valores, normas e condutas. Deve o homem, em sua existência, adaptar-se a seu sistema social ou transformá-lo de acordo com seus anseios e possibilidades? Como se daria a relação entre os homens em suas respectivas buscas e desejos de realização?

De acordo com Severino (2010) a educação tem a importante função de colocar o indivíduo em condições de poder reexistenciar criticamente as palavras de seu mundo para saber e poder dizer suas próprias palavras no momento devido, tornando-se autor de sua própria história e coautor da história de seu meio, em conjunto com seus semelhantes. Desta forma, qualquer metodologia que se baseie meramente na REPETIÇÃO de palavras do mundo, sem auxiliar o jovem em sua reexistência crítica, termina por castrar a plenitude de sua existência e comprometer negativamente a transformação, o dinamismo e o movimento dialético do processo histórico de produção do homem.

O autor afirma que a formação humana não se dá exclusivamente pela educação formal, o que já mostra desde já a complexa e difícil tarefa da educação em servir aos homens em seu processo de humanização. Por formação humana entenda-se "a realização do humano no indivíduo natural que somos, ao nascermos na espécie biológica a que pertencemos" (SEVERINO, 2010, p. 59). Portanto "tornar-se plenamente humano é o objetivo intrínseco do processo formativo e, consequentemente de toda educação" (idem). Já o processo de humanização, ainda segundo Severino (2010), acontece na medida em que nos relacionamos com nosso ambiente físico (natureza), social (outros homens) e cultural (símbolos), por meio de nossas práticas reais. Porém essa relação é igualmente responsável pelo efeito de desumanização, uma vez que são nossas práticas simbólicas, políticas e técnicas que "nos degradam, nos oprimem e nos alienam".

A educação age então como mediadora-esclarecedora entre o sujeito e seu processo de humanização, investindo na adequação de sua vida aos valores positivos, primando pela dignidade, valor máximo da pessoa e da comunidade. Dessa forma, Severino sinaliza que:

Daí ficar claro o papel intrínseco da educação: investir na instauração, na consolidação e na preservação das práticas técnicas, políticas e culturas que sejam construtivas dessa humanização e contribuam para obstar o efeito desumanizador de tais práticas. Assim, ao participar da inserção das pessoas no mundo do trabalho, na trama das relações sociais e na esfera da cultura simbólica, o que se espera da educação é que ela, ao mesmo tempo que promove a humanização, impeça igualmente a degradação no trabalho, a opressão na vida social e a alienação no âmbito da cultura. (SEVERINO, 2010. p. 60)
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Como referenciar: " Música e Educação: Contribuições da Prática Musical para o Processo de Formação do Indivíduo em Ambiente Escolar" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 03/05/2024 às 09:26. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/musica_educacao_contribuicoes/index.php?pagina=1