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O Uso das Fábulas através da Literatura Infantil no Desenvolvimento Gramatical Infantil (página 4)

As crenças que durante muito tempo foi difundida por meio das fábulas, representavam o Estado e onde este gênero foi difundido era a voz do Estado enquanto dependente de aparelhos ideológicos.

Para Althusser (1985), todas as esferas sociais é uma representação dos aparelhos ideológicos do Estado. Isto pode ser constatado mediante ao contexto histórico dos grandes fabulistas. Há interesses socioeconômicos em difundir falácias como forma de alienação pela classe opressora.

Pensando nas artes de uma forma geral, Bakhtin (1992) afirma que todo produto de consumo carrega ou pode ser transformado em signo ideológico. Consequentemente, a linguagem torna-se uma representação de ideologia.

La Fontaine provavelmente usou a Cigarra e a formiga como forma de gerar trabalho e mantimento por meio dos camponeses franceses com a necessidade de suprir os excessos de Luis XIV. Como a religião era algo bem presente na vida das pessoas naquela época, nota-se a presença da Igreja atuando como um aparelho ideológico do Estado e La Fontaine usando suas fábulas como interpretações bíblicas. Em um outro momento, Monteiro Lobato (2008) reconta a mesma história, mas de duas formas. A formiga boa e a formiga má.

Em a formiga boa, Lobato inocenta a cigarra, enquanto as pessoas trabalham, enquanto há a exploração da mais valia, o ser humano tem a necessidade de consumir arte, pois o divertimento, em seu sentido lato é aquilo que desvia a atenção de um determinado assunto. Longe de pensar que a cigarra estava fazendo o bem em alegrar a vida das formigas, mas o papel da artista era desviar a atenção dos operários, que sem perceber, estavam sendo explorados.

Em contrapartida, percebe-se que em a formiga má, o Brasil era um excelente país para se morar, porque a nação brasileira era alegre e recompensava os artistas, diferente das formigas europeias que eram individualistas.

Em A formiga má, vê-se uma noção muito forte de um patriotismo utópico, e também, uma crítica à sociedade europeia do início do século XX, uma vez que o livro foi publicado em 1922, percebe-se também uma crítica à Primeira Guerra Mundial.

Ao fazer a leitura desses textos com os alunos integrantes da pesquisa, percebeu se que ainda hoje a escola opera como um aparelho ideológico do Estado. A leitura que as crianças faziam era semelhante às do século XVII.

O problema da quebra desses paradigmas cabe ao professor, a este cabe dar direcionamento aos seus alunos a uma postura crítica e arraigada como forma de quebra de alienação. Entretanto, se a escola não opera de acordo com o Estado, então existe outro aparelho responsável em difundir as ideias advindas do senso comum.

O papel da religião e da família muitas vezes é responsável por isso, logo, cabe à escola, mais precisamente, ao professor que desenvolva uma postura crítica em seus alunos por meio da interpretação textual. Interpretação esta que busca enquadrar os sentidos imanentes presentes no texto trabalhado como as fábulas, muitas das dificuldades apontadas abaixam devem ser acompanhada pelo professor e assim sanar as dificuldades diagnosticadas nos processo de avaliação.

Mutismo seletivo, disfemia (fisiológica: normal ao desenvolvimento e verdadeira) gagueira dislalia: distúrbio na articulação de sons por dificuldade de discriminação auditiva e/ou nas praxias bucofonatórias (alta incidência na população escolar) diglossia - dificuldades na produção oral por alterações anatômicas e/ou fisiológicas dos órgãos articulatórios: lábio leporino atrasos da fala: dificuldades na articulação de sons, mas com desenvolvimento morfossintático e semântico ajustado a idade. Atrasos da linguagem - dificuldades globais de compreensão e/ou produção de linguagem como resultado de algum acidente causador de lesão disfasia - distúrbio profundo do mecanismo de aquisição da linguagem defasagem cronológico significativo.

Porém no decorrer das aulas o professor pode identificar outras dificuldades que através das fábulas podem ser detectados. Então cabe ao professor trabalhar a exposição das ideias, ouvir as ideias dos outros, contextualizar o discurso, planejar o discurso, considerar interlocutor, apresentar melhora entre a produção escrita e valorizar a melhora do vocabulário dos alunos. Estas são algumas competências a serem trabalhadas no decorrer das aulas com fábulas para diminuir a defasagem de aprendizagem dos alunos.

As situações de diálogo, a leitura ou conto de histórias, as situações formais de comunicação oral, a tomada de decisões conjuntas que exigem argumentação, as explicações de textos, a reconstrução oral de narrações, a memorização de textos, recitação e dramatização, são meios privilegiados para a intervenção direta ou indireta. Além disso, por vivemos em uma sociedade letrada, nossa oralidade esta profundamente marcada pela escrita e muitas situações comunicativas formais exigem a elaboração do discurso formal.

Bernard Schneuwly chama a atenção para a necessidade de ensino da linguagem oral em situações públicas. Abaixo estão expostas algumas de suas ideias e propostas de trabalho. O que dificulta o ensino da linguagem oral:

- avaliação do desempenho do aluno.
- organização de trabalho sistemático para melhorar o desempenho definição de objetivos precisos.

"Ensinar o oral significa desenvolver o domínio de diversas situações de comunicação públicas (trabalho, escola, administração política) através da apropriação dos gêneros correspondentes a essas situações". (BERNARD SCHNEUWLY)

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Como referenciar: "O Uso das Fábulas através da Literatura Infantil no Desenvolvimento Gramatical Infantil" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 18/05/2024 às 03:31. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/o_uso_das_fbulas/index.php?pagina=3