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Aprendizagem Centrada na Pessoa: Contribuições do Professor Facilitador sob o Enfoque Rogeriano

Autor: Patricia Vendramin Linhares e Cíntia de Castro Loredo
Data: 16/03/2016

RESUMO
O presente artigo apresentará a discussão sobre as contribuições do professor facilitador para o processo do ensino e aprendizagem, na perspectiva da Aprendizagem Centrada na Pessoa - (ACP). A partir de pesquisas, em meio à revisão bibliográfica, buscou-se caracterizar as formas de comunicação e atitudes do professor facilitador. A proposta de estudo mostrou-se relevante, visto que possibilita aos educadores a compreensão do processo de ensino e aprendizagem, por meio desta concepção humanista. Dessa forma, este artigo prioriza a aprendizagem significativa e sua facilitação promovendo a autorrealização do aluno e o desenvolvimento integral, mediante seu envolvimento pleno com o objeto de estudo.

Palavras-Chave: Professor Facilitador; Aprendizagem Centrada na Pessoa; Aluno.

ABSTRACT
This article presents a discussion on the influence of teacher facilitator for the process of teaching and learning with a view Centered Learning in Person - (ACP). From research, through the literature review, we sought to characterize the forms of communication and attitudes of the facilitator teacher. The proposed study seemed to be relevant, since it enables educators to understand the process of teaching and learning, through this humanist conception. Thus, this article gives priority to meaningful learning and its facilitation promoting self-fulfillment of the student and the integral development through their full involvement in the subject matter.

Keywords: Teacher Facilitator; Centered Learning in Person; Student.

1.    Introdução

A Aprendizagem Centrada na Pessoa (ACP) faz parte da concepção Humanista da aprendizagem de autoria de Carl R. Rogers (1902-1987), um psicólogo e professor norte-americano que fez o possível para mudar a base da educação centrada no professor para o educando. Sua carreira foi tão fecunda quanto polêmica, pois se opunha a duas fortes correntes teóricas de sua época, a psicanálise e ao behaviorismo.

Graças a seu jeito todo despreocupado ante a opinião dos demais profissionais e aos ataques que sofria, somados a persistência em suas convicções teóricas, abriu caminho à prática profissional de psicólogos e psicoterapeutas, profissão que antes fora exercida apenas por médicos e psiquiatras. Também foi o principal responsável pelo desenvolvimento da Terceira Força em psicologia ou teoria humanista, consequentemente foi o mais influente psicólogo e psicoterapeuta da América e sua teoria foi a mais importante entre as teorias humanistas da personalidade. (Fonseca, 2014).

Este artigo não tem por objetivo aprofundar sobre a biografia e vida de Rogers, contudo vemos a necessidade de esclarecer o momento em que o autor observa a aplicabilidade de sua teoria humanista para a área da educação. Assim, por meio das leituras realizadas, observamos alguns marcos na vida de Carl que foram importantíssimos para a formação de seus pensamentos.  

Em primeiro lugar, ganha destaque sua formação em um curso que fizera no Union Theological Seminary, a fim de preparar-se para o serviço sacerdotal. Em 1924, Rogers e o grupo de estudantes a quem pertencia sentiam-se descontentes com a forma que o estudo era encaminhado, eles queriam estudar e entender assuntos que correspondessem às suas próprias questões e descortinar onde isso os levaria. Tiveram a iniciativa de conversar com a administração do curso argumentando sobre seus interesses e explicando a dificuldade de aprendizagem naquele sistema fechado de ensino. Mesmo com o espanto deste pedido, a administração do Union permitiu a organização deste seminário oficial, e disponibilizou um orientador que os acompanhava e só auxiliava quando os estudantes sentiam necessidade. Esta experiência impactou a vida de Carl, tanto que muito dela se observa na maneira com que dirigiu seu trabalho.

Outro fator que teve grande influencia nos pensamentos do autor Rogers, pode-se dizer que foi sua própria experiência. Passou 12 anos em Rochester onde aprendeu o serviço de psicologia prática trabalhando no diagnóstico e planejamento com casos de crianças delinquentes e sem recursos. Em Tornar-se Pessoa (pp. 22-24), Rogers relata alguns incidentes que ocorreram em Rochester e admite que a partir destes que ele se dá conta de que o cliente é quem sabe aquilo de que sofre e em qual direção deve ir, por isso seria melhor deixá-lo na direção do movimento no processo terapêutico. No mesmo livro, descreve sobre as características de uma relação de ajuda (1977. p. 43), e nos esclarece sobre sua plena convicção de que a relação interpessoal terapêutica poderia ser aplicada a todas as demais formas de relações existentes.

Por esta razão, entendemos que seu interesse pela área da educação esta extremamente vinculado ao resultado de anos de trabalho em psicoterapia, visto que a área da educação, como muitas outras, esta repleta de relações pessoais em que procura-se promover o crescimento,  desenvolvimento e um melhor preparo para enfrentar os problemas da vida.

Considerando as relações existentes no meio educacional, este trabalho se propôs pesquisar sobre a aprendizagem significativa na direção do psicólogo Rogers, seu foco será a facilitação do processo de aprendizagem, e não o ensino tradicional.  Rogers propõe um ensino diferenciado que leva a facilitação da autorrealização do aluno desenvolvendo-o integralmente, por meio do envolvimento pleno do educando com seu objeto de estudo.

Sendo assim, este artigo discorrerá sobre o papel do professor facilitador e sua importância para a aprendizagem, bem como as atitudes facilitadoras do docente na perspectiva Humanista da Aprendizagem Centrada na Pessoa - (ACP).

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Como referenciar: "Aprendizagem Centrada na Pessoa: Contribuições do Professor Facilitador sob o Enfoque Rogeriano" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 20/04/2024 às 05:00. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/aprendizagem_centrada_na_pessoa/