Você está em Artigos

As Inquietações da Educadora no Contexto Social (página 5)


OS AVANÇOS DAS EDUCADORAS NO BRASIL

No início do magistério no Brasil, a mulher recebia um ensino que dava continuação da educação no lar, ou seja, sempre restringida ao confinamento do lar e sendo impedida de participar efetivamente das decisões políticas e de modificação das sociedades. A despeito dessas restrições, a oportunidade bastou para que a mulher se sobressaísse nos ambientes educativos e profissionais aos quais foi colocada, de maneira que a sua elevação para as demais áreas do conhecimento antes dominadas pelo homem fosse inevitável.

A mulher ainda apresenta preferência pelos cursos ligados à humanas e o homem prefere os cursos de ciências e artes mecânicas. Até hoje acham estranho quando a mulher busca cursos não habituais, provocando uma inversão com relação às perspectivas.

Atualmente, a maior parte dos educadores de 1º grau são mulheres, há uma alusão à denominação de maternal para os cursos de atendimento na primeira fase escolar da criança. Há uma discrepância a respeito da educação em relação à mulher, Mas podemos distinguir a falsa pressuposição de que só a mulher apresentaria aptidão para o atendimento de crianças dessa faixa etária. Os educadores também têm mostrado um trabalho significativo, mostrando a importância de figura masculina e como é importante ambos os sexos na instrução das crianças. Apesar das tentativas de se limitar a instrução da mulher, a sua competência transformadora vem comprovando o quanto pode cooperar para a edificação   de   um   país   melhor   estruturado.   Não   simplesmente no que diz respeito à produção de conhecimentos, ampliação das ciências e tecnologias, mas bem mais lícito do ponto de vista das disparidades sociais, porque, sem dúvida, a sua sensibilidade ligada à sua competência intelectual e entendimento em nada distinto do homem, identifica e norteia a determinações mais lógicas, inteligentes e justas.



REITERAÇÃO DE IGUALDADE


A pesquisa aponta a presença em maior proporção das educadoras nas serieis iniciais da educação de crianças. E como as fases de ensino vão progredindo, mais homens passam a ensinar. Isso ocorre, segundo (CHAMON, 2005), porque no transcorrer do ensino formal, atenua a associação do magistério com uma colocação basicamente feminina e as remunerações também se elevam.

Se considerarmos as estatísticas nos grandes cargos, ficamos assustados, pois a participação da mulher na contemporaneidade nos meios acadêmicos, científicos e políticos, estratégicos para a organização da informação e organização da nossa sociedade, ainda é insignificante. Como por exemplo, no Congresso Nacional, temos a desproporção de centenas de parlamentares do sexo masculino para apenas algumas dezenas de mulheres representando os interesses do país. Fato este, que infelizmente, não está limitado exclusivamente no Brasil, mas é tendência mundial, apesar de estarmos no século XXI.

Apesar das conquistas obtidas nas últimas décadas, ainda existem muitos desafios para que a mulher viva uma situação de real igualdade.  Por outro lado, é necessário estarmos precavidos ao fato de que, juntos maior será a participação da mão de obra feminina em um determinado papel, porém quanto mais mulheres em determinados cargos, continua a tendência de receberem rendas mais baixas que os homens.

Quanto às representações que possuímos a propósito da construção histórica que a mulher tem afrontado, ela ainda convive com uma conjectura estabelecida de acordo com a história social atribuída a partir da visão de gêneros. A sujeição feminina ao padrão estabelecido pelo gênero masculino traz à tona uma série de questões que se propagaram socialmente, a dificuldade que a mulher tem de harmonizar o trabalho profissional com o cuidado familiar, a insignificante ajuda que ganha do homem na relação familiar, acumulando assim dupla jornada, os salários mais baixos ainda que tenha um grau maior de escolarização, a abuso de caráter sexual, dentre outros tantos incômodos que acontecem quando há uma relação de disparidade".

"Desde a Constituição de 1934, conta-se com um artigo que proíbe a discriminação do trabalhador, na Constituição de 1988, conta-se, não apenas   com a reiteração de igualdade material formal entre os trabalhadores - independentemente de etnia, sexo ou idade - como a introdução de cláusulas de "ação afirmativa" para estes trabalhadores, tendo em vista que o acesso ao mercado de trabalho e aos postos mais elevados continua selecionando em função de sexo, etnia e idade. A discriminação reforça a já desigual distribuição de renda existente no Brasil." (BRASIL, 1998, p. 398)

O mundo está em constante transformação, e nesse momento os educadores também são exigidos pela sociedade contemporânea, que é provocada pelos avanços tecnológicos, que contribuem para a transformação de uma nova cultura de trabalho, afetando totalmente a escola. Diante da situação atual os educadores e os demais profissionais da educação se veem obrigado a rever seus conceitos educacionais para uma nova prática de educação renovadora.  A vantagem de a escola possuir um número maior de educadoras em sua base é que elas são mais flexíveis e dispostas a avançar nas mudanças propostas pelo projeto educacional que está posto, pois apreciam o novo.

Nesse modelo de escola desejamos que o educador social seja detentor de uma personalidade que demonstre exemplos explícitos por seu comportamento, pois necessitamos que se seja um comunicador nato, aquele que comunica à sociedade de acordo com sua necessidade, com conteúdo social, político, econômico, ideológico, estético ou educativo, etc., uma mensagem que reproduza nesse momento histórico e, assim como (MARTÍ, 2005, p.119).  "Projete-se para o futuro, com antecipações que demonstrem a tendência do desenvolvimento social".



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. 2ª Ed. São Paulo, 1996.
AZEVEDO, Fernando... [et. al.]. Manifestos dos Pioneiros da Educação Nova (1932) e dos Educadores 1959. 1ª Ed. Recife, 2010.
BEAUVOIR, Simone de.  O segundo sexo.  (Le Deuxième Sexe em francês)In "Fatos e mitos", 1949.  Tradução de Sérgio Milliet. Rio de Janeiro, 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília, 1998.
CHAMON, Magda. Trajetória de feminização do magistério. Ambiguidade e conflitos. Belo Horizonte, 2005.
CONFORTIN, Helena. Discurso e gênero: a mulher em foco. In: Representações do feminino. Campinas, 2003.
DETAQ. Comissão de trabalho, de administração e serviço público. Câmara dos deputados ? 10/05/2007.
15
DUARTE, Constância Lima. Manifestos dos Pioneiros da Educação Nova (1932) e dos Educadores 1959. 1ª Ed. Recife, 2010.
G1 São Paulo(2007). Notícia: Mulheres têm obtido mais sucesso nos cursos de ensino superior.  Disponível emhttp://g1.globo.com Acessado em 18/09/2012.
G1(2006). Notícia Mulheres brasileiras ainda sofrem com desigualdade. Disponível em http://g1.e globo.com acessado em 19/09/2012.
GASPARI, Elio. A ditadura derrotada. Vol. 3. Coleção: O sacerdote e o feiticeiro. São Paulo, 2003.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro, 2004.
IBGE (2011) Preservação, disseminação e confidencialidade de dados  (Instituto Interamericano de Estatística) sobre Estatística Pública. Disponível acessado em 20/09/2012.
LOURO, Guacira Lopes. Corpos que escapam. In: Revista Labrys: Estudos feministas. Nº 4. Ago/dez, 2003.
______. Epistemologia feminista e teorização social: desafios, subversões e alianças. In: Gênero plural. Curitiba, 2002.
MANUAL, Comissão de defesa do direito da mulher, Cuiabá. MT, 2008.
MATSUBARA, Marilda org. Trajetórias de vida e informação acadêmica: o programa Conexões de saberes na UFMT. Cuiabá: EdUFMT, 2010.
MAZZEU, Francisco José de Carvalho, Demarco, Diogo Joel, Kalil, Luna. Mulher e trabalho.  São Paulo, 2007.
NOVAES, Maria Eliana. Professora primária. 6ª ed. São Paulo, 1995.
OLIVEIRA, Marcos Marques de. Manifestos dos Pioneiros da Educação Nova (1932) e dos Educadores 1959. 1ª Ed. Recife, 2010.
16
OLIVEIRA, Pedro Paulo de. A construção social da masculinidade. Belo Horizonte: Editora UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ, 2004.
PEREIRA, Heloísa. Responsabilidade dividida. Canal Rh em Revista. Ano 2009 ? Nº 70 ? junho, políticas de segurança. Rio de Janeiro, 1999.
RECK, Jair. Por uma Educação libertadora: o ideário político-pedagógico do educador cubano José Martí. Cuiabá: EdUFMT, 2005.
Revista de Educação Pública ? v. 17, n. 35 (set/dez. 2008) Cuiabá: EdUFMT, 2008,  262 p.  Anual: 1992-1993. Semestral: 1994-2005. Quadrimestral: 2006-Publicação do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso.
SAFFIOTI, Heleieth I.B. Violência de Gênero no Brasil Contemporâneo. In: e MUÑOZ-VARGAS, Monica. (orgs.) Mulher Brasileira é Assim. Rio de Janeiro/Brasília, Editora Rosa dos Tempos - NIPAS/UNICEF, 1994, pp.151-185;
VERONE, Lane Rodrigues (org.) Manifestos dos Pioneiros da Educação Nova (1932) e dos Educadores 1959. 1ª Ed. Recife, 2010.
SAFFIOTI, H. I. B e MUNÕZ-VARGAS, M. (Org.) Mulher brasileira é assim. Rio de Janeiro/ Brasília, DF: Rosa dos Tempos - NIPAS/ UNICEF, 1994.
Educadoras: Júlia Maria da Silva e Mestranda: Romilda Aparecida de Lima.

Clique aqui para avaliar este artigo

Voltar para seção de artigos

Anterior  

Voltar para a primeira página deste artigo


Warning: date() [function.date]: It is not safe to rely on the system's timezone settings. You are *required* to use the date.timezone setting or the date_default_timezone_set() function. In case you used any of those methods and you are still getting this warning, you most likely misspelled the timezone identifier. We selected 'America/Sao_Paulo' for '-03/-3.0/no DST' instead in /home/storage/8/a1/08/pedagogia/public_html/final.php on line 104

Warning: date() [function.date]: It is not safe to rely on the system's timezone settings. You are *required* to use the date.timezone setting or the date_default_timezone_set() function. In case you used any of those methods and you are still getting this warning, you most likely misspelled the timezone identifier. We selected 'America/Sao_Paulo' for '-03/-3.0/no DST' instead in /home/storage/8/a1/08/pedagogia/public_html/final.php on line 104

Warning: date() [function.date]: It is not safe to rely on the system's timezone settings. You are *required* to use the date.timezone setting or the date_default_timezone_set() function. In case you used any of those methods and you are still getting this warning, you most likely misspelled the timezone identifier. We selected 'America/Sao_Paulo' for '-03/-3.0/no DST' instead in /home/storage/8/a1/08/pedagogia/public_html/final.php on line 105

Warning: date() [function.date]: It is not safe to rely on the system's timezone settings. You are *required* to use the date.timezone setting or the date_default_timezone_set() function. In case you used any of those methods and you are still getting this warning, you most likely misspelled the timezone identifier. We selected 'America/Sao_Paulo' for '-03/-3.0/no DST' instead in /home/storage/8/a1/08/pedagogia/public_html/final.php on line 105

Warning: date() [function.date]: It is not safe to rely on the system's timezone settings. You are *required* to use the date.timezone setting or the date_default_timezone_set() function. In case you used any of those methods and you are still getting this warning, you most likely misspelled the timezone identifier. We selected 'America/Sao_Paulo' for '-03/-3.0/no DST' instead in /home/storage/8/a1/08/pedagogia/public_html/final.php on line 106

Warning: date() [function.date]: It is not safe to rely on the system's timezone settings. You are *required* to use the date.timezone setting or the date_default_timezone_set() function. In case you used any of those methods and you are still getting this warning, you most likely misspelled the timezone identifier. We selected 'America/Sao_Paulo' for '-03/-3.0/no DST' instead in /home/storage/8/a1/08/pedagogia/public_html/final.php on line 106
Como referenciar: "As Inquietações da Educadora no Contexto Social" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 18/10/2025 às 11:43. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/as_inquietacoes_da_educadora/?pagina=4