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As Inquietações da Educadora no Contexto Social (página 2)


A CONSTRUÇÃO DE GÊNEROS NO DISCURSO PATRIARCAL


BEAUVOIR (2002) afirma que "não se nasce mulher, torna-se mulher", ela resume a questão de  gênero,   não concordando   com o pensamento determinista do final do século XIX que buscava na biologia uma resposta para exemplificar a inferiorização do sexo feminino. À mulher, em todos os tempos, coube exercer muitas ocupações ao mesmo tempo, como a instrução dos filhos, as responsabilidades com os trabalhos domésticos e a promoção do bem-estar familiar, considerando que ela era naturalmente habilitada para tais afazeres. Afiançava-se que a mulher eram biologicamente um ser inferior, fisicamente mais frágil e com menor competência intelectiva, em contrapartida o homem era fisicamente mais forte e intelectualmente mais desenvolvido, por isso mais competente.

No movimento feminista, na década de 60, surgem grupos interessados em debater as atribuições previamente delimitadas ocupadas por homens e mulheres nos papéis sociais. A partir daí, são examinados os eventos que ocorreram até então como biológicos, como a inferioridade feminina e sua natural condição de submissão diante da preponderância masculina. Foram problematizadas as relações de poder no espaço público e privado, a tendência natural de progenitora como algo próprio e espontâneo ao feminino, entre outras questões que saem da acomodação social e passam a ser pauta de discussão.

Ao falarmos em construção de gêneros, estamos mencionando algo que resiste às ideias deterministas; falamos sobre a construção social dos significados do que é masculino e feminino, como um processo que vem se desenvolvendo de geração em geração. Segundo LOURO (apud CONFORTIN, 2003, p. 109), pensar sobre gênero é pensar algo social. A construção da ideia de gêneros sexuais apresenta-se na desconstrução da reprodução clássica do feminino e do masculino, ao perceber que homens e mulheres são socialmente produzidos pelo discurso patriarcal predominante e também por ensinamentos, conceitos e símbolos presentes nas distintas culturas.

HALL (2004) afirma que o feminismo foi um movimento forte tanto como análise teórica quanto como movimento social, discutindo conhecimentos que eram considerados universais e emergindo nas discussões como a família, a sexualidade, o trabalho doméstico, além dos avanços na teoria social e nas ciências humanas sobre o tema Feminismo ocorridos no período denominado de modernidade tardia.

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Como referenciar: "As Inquietações da Educadora no Contexto Social" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 25/04/2024 às 01:39. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/as_inquietacoes_da_educadora/index.php?pagina=1