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O Autismo e a Aprendizagem Escolar

Autor: Paula Pais Gonçalves
Data: 12/11/2013

RESUMO: Este artigo se propõe a discutir as dificuldades no processo de aprendizagem escolar do aluno autista e algumas sugestões para que o professor melhor possa trabalhar com esta criança especial. Partiu-se do pressuposto de que o educador pouco conhece sobre o autismo e o impacto causado por esta anomalia no processo de aprendizagem.

Palavras-chave: Autismo.  Criança.  Aprendizagem.  Escola.  Educador.

INTRODUÇÃO

O autismo é o causador de muitos distúrbios nas interações sociais. De acordo com Mirenda, Donnellan & Yoder (1983), tais distúrbios podem ser observados já no início da vida; o contato "olho a olho" é anormal antes mesmo de completar o primeiro ano de vida, dentre outras características. Isso prova que não é uma tarefa muito difícil de identificar, entretanto muitos pais têm medo de descobrir que tem uma criança diferente e não buscam auxílio por receio do diagnóstico e, muitas vezes, quando buscam, os profissionais não estão capacitados para dar um diagnóstico preciso.

Na busca pelo diagnóstico, a caminhada é longa e árdua. Cada profissional fala uma coisa e não é raro encontrar aqueles que digam que a culpa é da mãe, aumentando, ainda mais, a indecisão, a dúvida e a insegurança. Quando finalmente o diagnóstico vem, a negação é a primeira reação dos pais: "Não, não pode ser, isto não é verdade! Não meu filho!" (Santos, 2008, p.26)

Diante de tal situação surge a necessidade do preparo do educador ao receber futuramente esta criança com necessidades especiais, de modo que possa adaptá-la ao contexto escolar, promovendo sua melhor aprendizagem e encaminhando-a a um psicopedagogo. Esse dará continuidade ao diagnóstico desta criança, o que envolverá todos os profissionais necessários e a família do aluno, para que este possa viver em sociedade como uma pessoa normal e sendo compreendido em suas diferenças.

   De acordo com BORALLI (2007), existe uma total desatenção para com a formação adequada de profissionais das áreas de Medicina, Psicologia, Pedagogia, Fonoaudiologia, dentre outras.

  A partir disto, torna-se evidente a precisão desta pesquisa que se justifica pela necessidade de mostrar ao educador algumas formas de identificar o autismo através das características apresentadas por tal transtorno mental e que é possível trabalhar com esta criança de maneira eficaz para a promoção do seu desenvolvimento mental ao educador.

  Primeiramente, será exposto o conceito de autismo e suas principais características através da pesquisa bibliográfica de objetivo exploratório. Em seguida, será relatado e estudado um caso real, que ilustra as possibilidades de aprendizagem e socialização de uma criança portadora de autismo, da tipicidade síndrome de Asperger. E por fim, as considerações finais.

1. DEFINIÇÕES DE AUTISMO

 "AUTISMO, s. m. (med.) Estado mental patológico, em que individuo tende a encerrar-se em si mesmo alheando-se ao mundo exterior." (FERNANDES, 1965, p.143)

    Autismo deriva do grego: autos, que significa em si mesmo. A palavra autismo foi usada pela primeira vez em 1943 pelo Dr. Leo Kanner, psiquiatra infantil americano que notou em sua atuação profissional um grupo de crianças que se destacava das demais por duas características básicas: forte resistência a mudanças e incapacidade de se relacionar com pessoas, sempre voltadas para si.

    O DSM IV (2002) define o transtorno Autista como a presença de um desenvolvimento comprometido ou acentuadamente anormal da interação social e da comunicação e um repertório muito restrito de atividades e interesses. As manifestações do transtorno podem variar muito, dependendo do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo.

2. CAUSAS

Até hoje não se sabe exatamente quais são as causas do autismo, mas estudiosos chegaram a algumas conclusões de fatores que podem ser podem ser predeterminantes da anomalia. Santos (2008) destaca alguns deles: rubéola materna, fenilcetonúria não tratada, encefalite, meningite, tuberosclerose, exposição química, desbalanceamento químico durante o desenvolvimento da criança e predisposição genética.

Porem já foi estudado grupo de gestantes de risco no qual nasceu crianças sadias e grupo de gestantes saudáveis onde ocorreu nascimento de crianças autistas. No entanto, permanece sem explicação para as causas do autismo.
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Como referenciar: "O Autismo e a Aprendizagem Escolar" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/04/2024 às 06:30. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/autismo/