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O Autismo e a Aprendizagem Escolar (página 3)


5. ESTUDO DE CASO

O estudo foi feito através de busca de informações sobre a história e o cotidiano de uma criança autista, respondendo as seguintes indagações:
- Quais são seus interesses?
- Como é seu relacionamento com os familiares?
- Como é sua convivência escolar?
- Quais são suas potencialidades?

 O caso pesquisado foi encontrado e pesquisado via internet, exibido em Programa Especial na televisão em 21 de maio de 2010.
L., uma criança do sexo feminino de 10 anos de idade, portadora de autismo do tipo Asperger; embora contem em seu interior as dificuldades e limitações do autismo, é uma criança que vive naturalmente e gosta das mesmas coisas que uma criança dita como "normal".

A mãe conta que a menina chorava muito e não sabia mamar, apresentava dificuldade na questão motora (para ela a coordenação motora era uma coisa muito difícil). Aos dois anos e meio de idade foi diagnosticada como tendo a síndrome de Asperger.
Relata a mãe que a família ao descobrir esta ou qualquer outra anomalia  passa a procurar um milagre, uma pílula mágica, mas tal pílula não existe, pois o milagre acontece diariamente.

A mãe brinca até de casinha com a filha para ensiná-la os códigos sociais. Tem também uma filha de quatorze anos de idade, a qual compreende e pratica diversas atividades com a irmã autista.

Além de consultas com a fonoaudióloga foi acompanhada por psicopedagogo ao entrar na escola e praticava natação para auxiliar na coordenação motora.

A escola, com uma visão personalizada a esta criança descobriu nela um grande potencial para cantar. Certo dia ela subiu no palco porque tinha uma apresentação na escola, começou então a cantar e notaram sua linda voz. A escola sugeriu à mãe que colocasse a menina na aula de canto, pois tinha muito potencial para cantar. Como diz a mãe isso também isso também é uma forma de ajudar a criança autista a melhorar sua autoestima; ela apresenta dificuldades motoras, porém para cantar ela não necessita de coordenação motora e sim de voz e outras coisas. Ela faz aula de canto e é feliz cantando e a música para ela é algo que ela pode fazer melhor que os outros, alimentando seu ego.

A menina faz aula de canto, é feliz e integrada na escola dela, acompanha sua turma (com adaptação, ela tem uma mediação, no inicio diária depois passou a três vezes por semana). Mae menciona que quando a filha entrou nesta escola apresentava tanta dificuldade de interagir com o outro que não saia debaixo da mesa; agora ela é completamente interligada ao grupo social, seus amigos de escola têm muito carinho e cuidado com ela, aprenderam a lidar com a diferença dela e não a veem como diferente e ao mesmo tempo a ajudam.

Para finalizar a mãe da menina afirma que os pais tem dentro de si um remédio transformador que é o amor, o amor de entrega, de acolhimento, de aceitação. Sendo assim o doutor daquilo que o filho tem, encontrando formas de terapia através de um olhar peculiar que nem os melhores doutores das melhores universidades do mundo conseguiram encontrar.

A mãe de L. visualiza nela possibilidade de continuar evoluindo, de ter um amor, filhos, carreira e ser feliz como qualquer pessoa.


6. ANÁLISE DOS DADOS

Baseando-se nesse caso verídico percebe-se que é possível que um autista tenha uma vida normal através de um diagnóstico preciso e de adaptação, acolhimento da criança no contexto social. Isto quando não iniciado pela família torna-se uma tarefa exclusiva do educador ao recebê-lo em sala de aula, dessa forma o aluno que era visto como uma "ovelha negra" da turma passa a ser vista uma agradável criança que necessita de adaptações específicas para aconselhar a aprendizagem e compreensão por parte de todos.


7. CONCLUSÃO

    Pode-se afirmar através da pesquisa bibliográfica e do estudo de caso discutidos neste artigo, que apesar de o autismo apresentar um empecilho para o relacionamento social e para processo de aprendizagem é possível que o autista se torne uma pessoa que sabe conviver perfeitamente em sociedade e evoluir como qualquer outro que é "normal" ou muito mais quando se descobre sua potencialidade. Existem muitas pessoas de destaque na história que era ou é um autista, tais como: Van Gogh, Bill Gates e muitos outros.

    Para que seja possível tal evolução do autista é preciso que sua anormalidade seja identificada e diagnosticada para que este seja acolhido, aceito e compreendido pelos seus grupos sociais. Quanto à identificação da anormalidade que em muitos casos não é iniciada pela família, como já descrito no, fica a cargo da escola e em especial de seu educador.

Vale ressaltar que é de suma importância a divulgação de trabalhos como este, abordando conceitos e característica do autismo, uma vez que é indispensável que não somente o educador, mas toda a sociedade tome conhecimento sobre esta anomalia; possibilitando então um melhor acolhimento e compreensão para com o autista. Como ressalta BORALLI, 2007 que o Brasil enfrenta grande dificuldade quanto ao atendimento do público autista, por volta de volta de um milhão; seguindo uma postura assistencialista, típico de país de terceiro mundo; sendo assim o atendimento aos autistas fica por conta das associações de pais e de iniciativas privadas.

Fica como sugestão que para dar continuidade ao estudo façam-se pesquisas sobre atividades pedagógicas que promovam a aprendizagem do aluno autista.

REFERÊNCIAS

Curso: Autismo: Das questões teóricas à prática, Coordenadora do Curso Eliana Rodrigues Boralli - 2007.

DSM- IV: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Editora Artes Médicas, Porto Alegre, 2002.

FERNANDES, Francisco. Dicionário Brasileiro Contemporâneo. Edições Melhoramentos. São Paulo, 1965.

GOODMAN, Robert. Scott, Stephen. Child Psychiatry. Wiley-Blacwell Scienc, 2005.

MIRENDA, P., Donnellan, A. M., Yoder, D. E. (1983) Gaze behavior: A new look at an old problem. Journal of Autism and Developmental Disorders, 13, 297-309.

SANTOS, Ana Maria Tarcitano. Autismo: um desafio na alfabetização e no convívio escolar. São Paulo: CRDA, 2008.

SCHWARSTZMAN, J. S. Assunpção, F.B. Jr. e Colaboradores. Autismo Infantil,
Memnon Edições Científicas Ltda. São Paulo, 1995.

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Como referenciar: "O Autismo e a Aprendizagem Escolar" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 17/05/2024 às 03:13. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/autismo/index.php?pagina=2