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Calculadora em Sala de Aula: Vilã ou Coadjuvante? (página 4)

2.4 Obstáculos a serem superados

Ainda percebemos uma postura tradicional adotada por muitas escolas. Falta segurança para o professor desafiar e tentar superar conceitos rígidos, sendo flexível e permitindo que o aluno opere a máquina, tendo-se em vista as vantagens discutidas aqui.

O uso de um método para o ensino do cálculo mental auxiliaria no desenvolvimento do raciocínio matemático, que, aliado ao uso da calculadora, permitiria a liberdade de uso da mesma.

Torna-se necessário o preparo do docente para que ele possa auxiliar seus alunos no que for possível. Muitos professores ignoram seu manuseio e as funções para além daquilo que utilizarão em sala de aula e não poderão orientar o trabalho. Para isso, segundo Schiffl (2006), é imprescindível que o uso da calculadora seja familiar ao professor, para que possa utilizá-la à vontade em sala de aula.

Apto a empregá-la, cabe ao professor orientar seus alunos para que não façam uso indevido deste instrumento, salientando a importância do raciocínio rápido.

Ao invés de proibir é preciso incluí-la. É papel da escola ensinar o aluno a usá-la com sensatez. Para isto, o professor deve planejar as atividades cuidadosamente, delinear os objetivos para que possa alcançá-los, não centrando a aula no seu uso, mas utilizando-a como um auxílio, dando ênfase à compreensão, ao desenvolvimento de diferentes formas de raciocínio e à resolução de problemas. 

3. Considerações finais

Indagar sobre a possibilidade de uso da calculadora como recurso de aprendizado é desafiador, já que muitos pais e professores não a veem como tal.

Os estudos efetuados mostraram que o trabalho realizado com a calculadora é enriquecedor, transformando a sala de aula num espaço de buscas e descobertas, tendo o instrumento como aliado em muitas tarefas.

Orientar o aluno para o seu uso é permitir-lhe o domínio de uma tecnologia acessível a todos, presente no cotidiano, inserindo-o no mercado de trabalho. Fica evidente que há restrições, não cabendo o seu uso em todas as atividades realizadas.

O papel do professor tem um valor fundamental, uma vez que lhe cabe planejar atividades, coordenando e conduzindo a aula para a promoção de uma aprendizagem significativa.

Mesmo sendo um desafio para muitos professores e escolas, a inserção deste recurso tecnológico na Educação Matemática significa o acompanhamento de uma evolução e não pode ausentar-se deste espaço, que é, ainda hoje, considerado o berço do conhecimento - e talvez a única oportunidade para muitos de mudar a sua história. 

 REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília, SEF,1997.

D´AMBROSIO, Ubiratan. O uso da calculadora. Disponível em: <www.ima.mat.br/ubi/pdf/uda_006.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2008.

FANIZZI, Sueli. A calculadora como ferramenta de ampliação dos recursos de cálculo. Disponível em: <www.sbempaulista.org.br/epem/anais/Comunicacoes_
Orais%5Cco0001.doc>. Acesso em: 05 mar. 2008.

GIROTTO, Márcia Ballestro. Calculadora: um artefato cultural e uma ferramenta no estudo e compreensão de questões sociais. Disponível em: <http://ccet.ucs.br/eventos/outros/egem/cientificos/cc23.pdf.>  Acesso em: 02 jun. 2008.

MARIZ, Maria de la Luz. Abaixo a matemática do papagaio. Nova Escola, São Paulo: Abril, v. 134, ago. 2000. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/
edicoes/0134/aberto/mt_248545.shtml.> Acesso em: 16 jul. 2008.

PUCCI, Luís Fábio Simões. Educação politicamente incorreta. Disponível em: <www.geocities.com/instgalileo/politicamente.html.> Acesso em: 23 mai. 2008.

SANTOS, J. A. R. Mini-calculadoras Eletrônicas. São Paulo: Edgard Blücher, 1977.

SCHIFFL, Daniela. Um estudo sobre o uso da calculadora no ensino da matemática. Santa Maria, 2006. Dissertação de Mestrado, UNIFRA.

SMOLE, Kátia Stocco; ISHIHARA, Cristiane Akemi; CHICA, Cristiane R. Usar ou não a calculadora na aula de matemática? Disponível em:<http://www.mathema.
com.br/mathema/resp/calculadora.html>. Acesso em: 7 abr. 2008.

ZINI, Adriana; SILVA, Marinês F.; SALVADOR, Terezinha M. O uso da calculadora na sala de aula. Disponível em: <www.caxias.rs.gov.br/geemac/_upload/encontro_
31.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2008.

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Como referenciar: "Calculadora em Sala de Aula: Vilã ou Coadjuvante?" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 12/05/2024 às 23:22. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/calculadora/index.php?pagina=3