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Inclusão, Avaliação e Autismo

Autor: Priscila Romero
Data: 08/07/2020

Hoje, sabemos que autismo é um transtorno neurológico que acarreta prejuízos nas funções sociais, comunicativas e comportamentais. Apesar de ser classificado como um espectro e tais indivíduos não apresentarem sempre as mesmas características, podemos dizer que: demonstram comportamentos que variam entre a fala repetida e o mutismo, a hiperatividade e ausência de atividade; disfunções sensoriais; dificuldades para entender metáforas, ironias, expressões faciais e corporais; além de prejuízos na coordenação motora.

A Educação Especial, por muitos anos, seguiu separadamente ao ensino regular, dito dos "normais”. A Constituição da República, de 1988, reafirmou que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” e estipulou os direitos sociais do homem, sendo o direito à educação o primeiro a ser mencionado.   A Lei Máxima também assegurou a "igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”, e a garantia de "atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.

Infelizmente, notamos que poucas escolas se prepararam para receber alunos "especiais”. A maioria das instituições da rede privada ainda exclui esse alunado. E de todos os obstáculos gerados por ausência de conhecimento, percebemos que a avaliação desses alunos ainda é a maior de todas as dúvidas.

Ainda hoje, adotamos o modelo estrutural de escola firmado no século XVI. Para acompanhar a aprendizagem dos educandos "normais”, criou-se a avaliação em forma de exame - ação, meramente, classificatória.

Mas o que será avaliação? Simplesmente, verificar o conhecimento do aluno, em um único momento, excluindo-o do processo ensino-aprendizagem? Ou será algo amplo e complexo, que acolhe e inclui o discente?

Na verdade, a função da avaliação é garantir o sucesso do processo educacional. E o professor deve encarar a prática avaliativa, também, como ferramenta de retorno sobre seu trabalho.

Como profissional de Pedagogia e Especialista em Educação Especial/Inclusiva, não posso deixar de mencionar alguns documentos que nos dão bases para trabalhar em sala de aula.

Saberes e Práticas da Inclusão (MEC) reforçam o pensamento sobre revermos as práticas avaliativas, pois as mesmas continuam sendo tradicionais, normativas, padronizadas e classificatórias. A avaliação deve estar a serviço da criação de apoios ao progresso de todos. Avaliação tem como finalidade conhecer para intervir, de modo preventivo e/ou remediativo, sobre as variáveis identificadas como barreiras para a aprendizagem e para a participação.

Também é interessante estudar as Diretrizes Nacionais de Educação Especial, uma vez que estas retratam a avaliação como um processo permanente de análise das variáveis que interferem no sistema, cuja finalidade é identificar potencialidades e necessidades dos alunos e as condições da escola para respondê-las. Vemos a importância do compromisso de toda a instituição educacional!

E os PCNs nos lembram que toda avaliação só pode ocorrer uma vez relacionada com as oportunidades oferecidas, levando em conta os desafios que todos os alunos estão em condições de enfrentar.
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Como referenciar: "Inclusão, Avaliação e Autismo" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 23/04/2024 às 05:12. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/inclusao_autismo/?pagina=0