O Perfil do Jovem Estudante do Ensino Fundamental e Médio da Cidade de Imperatriz

Autor: Francisca dos Santos Sousa, Ioneide Couto Silva, Jónata Ferreira de Moura e Patrícia Alves Silva
Data: 04/05/2009

RESUMO

O presente artigo é fruto de pesquisa de campo realizada nas escolas públicas do perímetro urbano da cidade de Imperatriz. Busca conhecer o perfil do jovem estudante do Ensino Fundamental e Médio nos seus diversos aspectos. Os escritos estão sustentados pelo enfoque quantitativo-analítico, em que tratamos sobre as relações sociais dos jovens dentro e fora da escola, analisando a juventude e a escola, o problema das drogas na vida dos adolescentes e logo depois refletindo acerca do futuro dessa juventude. Assim esperamos contribuir com uma modesta colaboração para ampliar a discussão acerca da nossa juventude.

Palavras-chave: juventude e relações sociais, instituições sociais, conhecimento, dificuldades da adolescência.

ABSTRACT

This article is result of field research accomplished in public schools in the urban area of Imperatriz, seeking to know the young student profile of the Primary/ Secondary Education in their various aspects. The writings are sustained by the quantitative-analytical point of view, which treat about social relations among young people in and out of school, considering the youth and school, the drugs problem in the teenagers lives and soon after reflecting about the future of this youth. So hope to contribute with a modest collaboration to broaden the discussion about our youth.

Word-key:  youth and social relations, social institutions, knowledge, adolescence difficulties.

INTRODUÇÃO

O que os jovens  esperam da sociedade? O que a sociedade espera dos jovens? Na atualidade o jovem é cobrado e elevado à categoria de pessoa que já deve dar resultados à sociedade. A juventude está sendo induzida a assumir a maturidade que ainda não tem. As crianças estão saindo da infância e caminhando para a vida adulta com suas respectivas responsabilidades econômica, social e cultural. Quem explica bem esse fenômeno é Bock, Furtado e Teixeira (1999) afirmam que psicologicamente o jovem vive a angústia que representa a ambiguidade de não ser mais menino e ainda não ser adulto. Assim, o jovem que assumiu responsabilidades de adulto aos dezesseis anos irá imaginar-se como alguém que "perdeu" sua juventude. Com isso, e com as dinâmicas das relações sociais da atualidade, grande parte dos jovens segue sem identidade pessoal caracterizando-se dessa maneira na sociedade. Somado a isso ainda existem os conflitos (físicos e psico-sociais)  característicos da própria fase.

O presente artigo é fruto da pesquisa de campo (amostra/2007) realizada nas escolas públicas da área urbana da cidade de Imperatriz, proposta pela disciplina Projeto Educativo III. A referida pesquisa buscou conhecer o perfil do jovem estudante do Ensino Fundamental e Médio nos seus diversos aspectos. Foi realizada com o enfoque quantitativo-analítico, pois o mesmo nos dar condições para uma análise parcial da realidade dos estudantes de Imperatriz.

Após a interpretação dos dados, decidimos tratar dessa temática discorrendo inicialmente sobre as relações sociais dos jovens dentro e fora da escola, analisando a juventude e a escola, o problema das drogas na vida dos adolescentes e logo depois refletindo acerca do futuro dessa juventude.

RELAÇÕES SOCIAIS DOS JOVENS DENTRO E FORA DA ESCOLA
 
Como que os adolescentes relacionam-se nos mais diversos ambientes? Suas relações são as mesmas dentro e fora da escola? A comunicação estabelecida entre os jovens é igual nos diversos ambientes que eles frequentam, pois eles necessitam externar aos outros suas necessidades e inquietações, buscando firmar-se na sociedade como um ser que pensa e sabe o que quer. Contudo, as relações construídas pelos jovens mudam de ambiente para ambiente. Isso se deve à sua habilidade de mobilidade  frente às implicações que o ambiente impõe às pessoas.

Num local sistematicamente estabelecido, como a escola, as relações sociais vivenciadas pelos jovens são marcadas por regras e normas, com isso há limitações por parte dos grupos que os jovens criam dentro da escola, uma vez que tudo que não é visto pela ótica do adulto tende a proibido ou barrado. Assim, as atividades que eles gostam de fazer, muitas vezes, não são permitidas pela escola por questões educativas, impossibilitando-os de agirem da maneira como gostam e queiram. Entretanto fora dos muros da escola também há regras e duras punições para quem avança o sinal. Mesmo os jovens tendo maior liberdade, fora da escola, eles precisam obedecer a leis e normais pré-estabelecidas pela sociedade e pelo grupo que o acolhe. Pois "[...] o sacrifício de um ser humano não pode estar baseado no comportamento folgado de outro. A verdadeira felicidade deve ser boa para os dois" (TIBA, 1996, p. 69).

Nesta fase, adolescência, as pessoas estão buscando os seus pares e quando encontram extravasam suas emoções; suas atitudes são aceitas porque são as mesmas do grupo, suas preferências são encaradas como normais, pois o grupo tem as mesmas; suas dúvidas em relação ao futuro são compartilhadas com seus pares e assim resolvidas pelos mesmos. Quem não tem o perfil do grupo não pode fazer parte dele, quem quer ser integrante e/ou permanecer no grupo tem de se moldar a ele .

Entre os adolescentes existe a contaminação de comportamento. O que um faz, o outro quer fazer. Na busca de seus próprios valores, quando se está começando de despir-se dos valores familiares, o adolescente experimenta muitas coisas, principalmente o que seus amigos fazem (TIBA, 1996, p. 163).

Toda relação social possui ingredientes diversos. Um deles é o poder que uns exercem sobre os outros. Este poder é um forte elemento de controle social e/ou grupal, pois as sanções impostas por quem o possui faz com que todos não ultrapassem os limites impostos. Quem explica bem isso é Lakatos e Marconi (2006) quando tratam das punições, dizendo que elas podem ser negativas ou positivas, pois permitem assegurar a conformidade e também podem estimular a permanência dos modelos estabelecidos.