Laboratório como Recurso Pedagógico no Ensino da Matemática (página 3)

As atividades realizadas em um LEM estão voltadas para o desenvolvimento de conhecimentos matemáticos e a formação geral do aluno, auxiliando-o a: ampliar sua linguagem e promover a comunicação das idéias matemáticas; adquirir estratégias de resolução de problemas e de planejamento de ações; desenvolver sua capacidade de fazer estimativas e cálculos mentais; iniciar-se nos métodos de investigação cientifica e na notação matemática; estimular sua concentração e perseverança, raciocínio e criatividade; promover a troca de idéias através de atividades em grupo; estimular sua compreensão de regras, sua percepção espacial, discriminação visual e a formação de conceitos. Além disso, o LEM favorece o desenvolvimento de competências como autonomia, cooperação, participação, relação interpessoal, capacidade de percepção de princípios. Os alunos passam a dominar melhor o conteúdo, a refletir mais sobre os problemas educacionais, a identificar problemas que surjam nas atividades e para as quais tem que procurar soluções adequadas e percebem a importância das pesquisas realizadas na área de educação matemática.

As atividades do LEM facilitam o processo ensino-aprendizagem, pois há muitas trocas de idéias entre alunos e entre alunos e professores e interação que os alunos conseguem fazer entre a teoria e a prática vivenciada. O trabalho em grupo facilita a busca do desenvolvimento das atividades, pois existem trocas interindividuais e coletivas e nele todos emitem suas opiniões e idéias ocorrendo uma troca constante de informações e conhecimentos.

O LEM baseia-se nos preceitos da psicologia a respeito de como se dá a aprendizagem: o tato e a visão, que são primordiais no inicio da aprendizagem, mesmo para os adultos, até chegar á verbalização, ao registro e ao objetivo final, a abstração. Para eles o ensino da matemática fica prazeroso e mais fácil com o uso do LEM. O aluno deixa de ser passivo e passa a ter uma participação, questionando o que aprende e o porquê aprende tal conteúdo, a auto-estima e confiança de cada aluno se consolidam, pois é respeitada a maneira de ser de cada individuo. Porém, os alunos aprendem a trabalhar em equipe e a trocar idéias com seus colegas. Entendem que o professor deve sair do palco e chegar mais perto dos alunos, aceitarem mais suas opiniões discuti-las, envolvendo os alunos na construção das atividades didáticas.

No LEM, os alunos têm uma participação mais ativa, assumindo papel de sujeito da sua formação, pois eles têm de pesquisar, analisar conteúdos, quando tais conteúdos seriam mais adequados, quais objetivos seriam alcançados com as atividades e com os materiais didáticos construídos. A partir das investigações em sala de aula, os alunos são convidados a indagar, discutir e estabelecer relações por meio da matemática, tendo como referência a realidade, ou melhor, problemas dessa realidade.

Os alunos em sala de aula passam a observar, registrar e documentar as atividades discutidas, relacionadas, e idéias importantes que surgem na investigação realizada, considerando as experiências, as conjecturas, os dados colhidos e aspectos relacionados á experimentação. Esse tipo de atividade oferece oportunidade para os alunos aprenderem e questionarem o vocabulário e as relações da matemática, reforçando a percepção especial, a descoberta e visualização. Tais artefatos são motivadores do estabelecimento de situações e atividades didáticas que permitem, aos alunos, realizarem procedimentos elementares de cálculo, bem como identificar, diferenciar, reconhecer e comparar formas e, ainda, relacionar e comparar medidas.

6 CONCLUSÃO
A educação matemática procura sempre fornecer instrumentos metodológicos que possam ser utilizados pelo professor de matemática em suas atividades didáticas.

Diante disse, deve-se procurar alternativas metodológicas para o ensino da matemática, de modo que o aluno aprenda mais facilmente os conteúdos matemáticos e o LEM pode auxiliar na obtenção de bons resultados.

O material concreto exerce um papel importante na aprendizagem. Facilita a observação e a análise, desenvolve o raciocínio lógico, critico e cientifico, é fundamental para o ensino experimental e é excelente para auxiliar o aluno na construção de seus conhecimentos.

O LEM permite criar, produzir e experimentar materiais pedagógicos que sirvam como facilitadores do processo de ensino-aprendizagem da matemática.

REFERENCIAS

D?AMBROSIO, Ubiratan. Educação Matemática da Teoria á Prática. 6ª edição. Campinas, SP: Editora Papirus, 2000.
GROSSINICKLE, F.E. e BRUECKNER, Leo J. O ensino da aritmética pela compreensão. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1965.
LORENZATO, Sergio (org.). O laboratório de ensino de matemática na formação de professores. Campinas, SP: Autores Associados, 2006. 
LORENZATO, Sergio. Para aprender matemática. 2ª edição. Campinas, SP: Autores Associados, 2008.
 PEREZ, G.; COSTA, G.L.M. e VIEL, S.R. Desenvolvimento Profissional e Prática Reflexiva. Boletim de Educação Matemática. Vol.15. n° 17. Rio Claro: 2002.
TAHAN, M. Matemática Divertida e Delirante. São Paulo: Saraiva, 1962.

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