A Formação Matemática de Professores do 1º ao 5º Ano do Ensino Fundamental da Escola Jarbas Passarinho

Autor: Kianna Pereira Mota, Jónata Ferreira de Moura, Maria dos Reis Dias Rodrigues, Renata Silva Duarte e Ruth Ana Oliveira Lages
Data: 21/05/2009

Resumo

O presente artigo trata da formação matemática do professor do 1º ao 5º ano do ensino fundamental da rede municipal de ensino da cidade de Imperatriz. Com a finalidade de analisar como a formação inicial e continuada do docente reflete em sua ação pedagógica. Procura observar o cotidiano escolar fazendo a análise das relações professor, aluno e conteúdos matemáticos. Descreve a urgência de uma formação integral do educador das primeiras séries do ensino fundamental.

Palavras-chave: formação matemática, relação ensino-aprendizagem, aprendizagem significativa.

ABSTRACT

The matter of this article is the Mathematic Formation of teachers from 1st to 5th grade of Elementary School of town teaching of Imperatriz (MA-BR). It owns the finality of analyze how the initial and continued formation of teachers reflects on their pedagogical action. Searching to observe the school quotidian doing the analysis of teacher, student and mathematical content?s relationship. It describes the urgency of an integral formation of the educator of the first grades of elementary school.

Word-key: mathematic formation, relationship teaching-learning, significant learning.

Considerações iniciais

Como a matemática se faz presente em todas as manifestações humanas principalmente as cognitivas, sua explanação desde a educação infantil é de suma importância. Para que ela aconteça com êxito, precisa da participação ativa do docente como mediador da aprendizagem. Sua formação, seu conteúdo e postura no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem proporcionam fundamental diferença na vida estudantil dos pequenos.

Neste artigo encontra-se um retrospecto teórico da formação do professor no Brasil e sua formação matemática. A equipe de pesquisa realizou a análise da realidade da formação inicial e continuada dos professores do 1° ao 5° ano da rede municipal de ensino da cidade de Imperatriz, levando em consideração o enfoque histórico-crítico e a abordagem qualitativa dos dados obtidos.

Busca-se com o presente artigo contribuir na investigação da formação matemática do professor do 1° ao 5° ano do ensino fundamental, analisando como ela reflete na sua prática docente e propondo alternativas que possam auxiliar os professores para melhorar o desempenho de sua práxis pedagógica.

Percurso histórico da formação de professores no Brasil

A formação dos professores do Brasil, apesar de paradoxal, não ocorreu em terras brasileiras. Os primeiros docentes adviram de Portugal tendo como representante principal Manoel da Nóbrega, padre jesuíta enviado pela Igreja Católica, em companhia de mais dois religiosos, com o intuito de catequizar os índios. Com o tempo esses pioneiros na educação, fundaram as escolas de ordenação que também serviam para instrução dos filhos dos colonos. Com a vinda da Família Real para o Brasil e com a subsequente declaração de independência para o mesmo, o tratamento dado a formação de professores tornou-se laico, e a lei de 15/10/1827 "manda criar escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império", também estabelece exames de seleção para mestres e mestras, revelando assim uma maior preocupação com os profissionais dedicados ao ensino, visto que, até então os responsáveis por essa tarefa eram homens ignorantes, que não possuíam nenhuma formação formal para exercer tal cargo.

 A primeira escola normal brasileira foi criada na Província do Rio de Janeiro, pela Lei n° 10, de 1835, que determinava: "Haverá na capital da Província uma escola normal para nela se habilitarem às pessoas que se destinarem ao magistério da instrução primária e os professores atualmente existentes que não tiverem adquirido necessária instrução nas escolas de ensino mútuo, na conformidade da Lei de 15/10/1827". A escola seria regida por um diretor, que exerceria também a função de professor e contemplaria o seguinte currículo: ler e escrever pelo método lancasteriano; as quatro operações e proporções; a língua nacional; elementos de geografia; princípios de moral cristã. Os pré-requisitos para o ingresso limitavam-se a: "ser cidadão brasileiro, ter 18 anos de idade, boa morigeração e saber ler e escrever". No entanto ocorria a falta de interesse da população pela profissão docente, acarretada pelos minguados atrativos financeiros que o magistério primário oferecia e pelo pouco apreço de que gozava, além do que a sociedade de economia agrária da época não apresentava condições capazes de exigir maior desenvolvimento da educação escolar.

Quando a República foi implantada a educação não sofreu muita mudança. O desenvolvimento da educação foi marcado por grandes discrepâncias entre os estados, mesmo porque, nos quadros do federalismo vigente, a União nada fez no terreno da educação popular. Por volta do final dos anos 1920, as escolas normais já haviam ampliado bastante a duração e o nível de seus estudos, possibilitando, via de regra, articulação com o curso secundário e alargando a formação profissional propriamente dita, graças à introdução de disciplinas, princípios e práticas inspiradas no escolanovismo. Escola nova, ensino ativo, método analítico, testes e medidas são palavras-chave da época, todas inspiradas nos fundamentos positivistas.

À medida que a educação ganhava importância como área técnica, diversificavam-se as funções educativas, surgindo cursos especificamente destinados à preparação de mão-de-obra para desempenhá-las. Cursos regulares de aperfeiçoamento do magistério e de formação de administradores escolares apareceram, nos primeiros anos da década de 1930, no estado de São Paulo, no Distrito Federal e, posteriormente, em outras unidades da Federação, como no Rio Grande do Sul, em Pernambuco, na Bahia, em Minas Gerais, em Sergipe, no Ceará, no Maranhão e no Rio de Janeiro.

Passado alguns anos, eis que é implantada a ditadura militar, em 1964, trazendo mais mudanças para a educação brasileira. A descaracterização do modelo entre as reformas do regime militar, a reordenação do ensino superior, decorrente da Lei 5.540/68, teve como consequência a modificação do currículo do curso de Pedagogia, fracionando-o em habilitações técnicas, para formação de especialistas, e orientando-o tendencialmente não apenas para a formação do professor do curso normal, mas também do professor primário em nível superior, mediante o estudo da Metodologia e Prática de Ensino de 1° grau (atualmente ensino fundamental).