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O Uso das Fábulas através da Literatura Infantil no Desenvolvimento Gramatical Infantil (página 3)

Pode-se dizer que, até nos dias atuais o comportamento dos nossos superiores não mudou muito em relação ao daquela época. A linguagem existe e está em função da sociedade que pode ser estudada por muitos pontos de vista como a fonética, sintaxe, etc. Sendo que as possibilidades da língua são diversas por a mesma ser coletiva e abstrata porque ela se concreta quando falamos, isso é a fala é um ato de escolha. Portanto ao ser escolhido a partir do momento que falamos colocando para fora um discurso.

Contudo reforçar que os autores Vygotsky, Luria e Ferreiro têm visões semelhantes sobre o desenvolvimento da criança, pois os três acreditam que a história da escrita na criança incia-se bem antes de sua alfabetização. Volta para a atenção no período em que a criança busca a diferença entre desenhar e escrever. (Como encontraremos essa sustentação necessária em Bakhtin 1988) por meio da noção de "diálogo", a fala, a mediação do "outro", na figuração e imaginação, a narrativa, a memória e a significação e a intenção é decifrar o simbolismo presente no desenho e na escrita.

Já com relação à imaginação, linguagem e figuração na aquisição da escrita, segundo algumas pesquisas pedagógicas realizadas por vários autores e psicanalistas obtêm-se a importância de incentivar as crianças a lerem. Ou terem livros, pois assim, elas tomam gosto pela leitura, além de experimentarem e compreenderem as diferentes funções da escrita.

É necessário que a criança folheie livros e veja suas ilustrações para que haja um estímulo em sua autonomia e em sua capacidade de sonhar.
Segundo Vigotski, (1989):

"Em relação entre o uso de instrumentos e a fala afeta várias funções psicológicas, em participar a percepção, as operações sensório-motoras e a atenção da criança, das quais fazem parte de um sistema de comportamento, que podem ser alteradas ao longo do tempo".

Pode-se ressaltar então que a linguagem e a percepção estão ligadas, pois a fala faz parte de um mecanismo sequencial e a percepção no sentido visual é integral. Quanto aos estudos de escolha em criança Koffaka (1924), ressalta que:

"A criança é capaz de determinar para si mesma o "centro de gravidade" do seu campo perceptivo, o seu comportamento não é regulado somente pela conspicuidade de elementos individuais dentro dele. A criança avalia a importância relativa desses elementos, destacando o fundo, figuras novas, ampliando assim as possibilidades de controle de suas atividades.  Sendo assim, a criança que fala é capaz de concluir, com mais eficiência, as atividades impostas a ela".

Com relação ao domínio sobre a memória e o pensamento e as origens sociais da memória indireta (mediata) enfocamos que baseado na pesquisa de E. RJAENSCH (1930):

"De acordo com o livro: 'A formação social da mente' (Vigotski, 1999), a memória da criança nesta faixa etária (4 a 6 anos) denomina-se natural por estar mais próxima da percepção, pois há uma influência direta dos estímulos externos sobre elas. Essa "memória caracteriza-se pela reserva de experiências reais e pela virtude imediata".

"O comportamento infantil esta ligado a um procedimento de estímulos e respostas individuais, sejam ambientais ou artificiais, as mesmas poderão influenciá-las em comportamento". Apresentava para as crianças palavras a serem lembradas e figuras auxiliares que podiam ser usadas como mediadores". Ela observou que, durante os anos pré-escolares, a ideia de usar propositadamente as figuras auxiliares (signos) como meio de memorização é ainda estranha as crianças". "Mesmo quando a criança lança mão de uma figura auxiliar para memorizar uma determinada palavra, não é necessariamente fácil para ela realizar a operação inversa. Nesse estágio, não é comum a criança lembrar o estímulo quando lhe é mostrado o estímulo auxiliar. Ao invés disso, o signo evoca uma série associativa nova ou sincrética".

Do ponto de vista de Piaget, as interações entre aprendizado e desenvolvimento mostram que o processo de desenvolvimento da criança é indiferente do aprendizado, por o mesmo ser considerado um andamento distante do desenvolvimento infantil, ou seja, ele ao invés de fazer avanços simplesmente usá-los.

Neste processo é de suma importância que haja interação entre a criança e outras pessoas em seu ambiente, porque além de despertar muitos elementos internos em seu desenvolvimento linguístico, também estimula o conhecimento das funções psicológicas e culturais independente da criança. Verifica-se que é através das fábulas transmite um aprendizado, pois é um gênero textual que é riquíssimo através da moral que é transmitido no final de cada história trás sempre um valor a ser agregado na formação dos alunos.

[...] A literatura infantil proporciona à criança um desenvolvimento emocional, social e cognitivo indiscutíveis. Desenvolver o interesse e o hábito pela leitura é um processo constante, que começa muito cedo, em casa, aperfeiçoa-se na escola e continua pela vida inteira. Existem diversos fatores que influenciam o interesse pela leitura. O primeiro e, talvez mais importante, é determinado pela "atmosfera literária", que, segundo Bamberguerd (2000, p. 71) a criança encontra em casa. A criança que houve histórias desde cedo, que tem contato direto com livros e que seja estimulada, terá um desenvolvimento favorável ao seu vocabulário, bem como a prontidão para a leitura e assim proporcionar um aprendizado de qualidade[...].

De acordo com Nelly Coelho, fábula "é a narrativa (de natureza simbólica) de uma situação vivida por animais que alude a uma situação humana e tem por objetivo transmitir certa moralidade" (2000, p. 165). De acordo com os estudos realizados por ela, a fábula vem do latim com o significado de "falar" e do grego que é o mesmo que "dizer", contar algo. Fantasiar essa parte da história para as crianças podem assimilar o conteúdo nessa parte do aprendizado e assim adquirir o conhecimento.

A fábula é uma narração alegórica, onde os  personagens são, geralmente, animais, e que transmite em uma lição de caráter mitológico, ficção, mentira, enredo de poemas, romance ou drama sempre com uma moral que ajuda a formar o caráter dos alunos em geral. Verificam-se afirmações de fatos imaginários sem intenção deliberada de enganar, mas sim de promover uma crença na realidade dos acontecimentos.

A fábula seria, portanto, uma narração em prosa e destinada a dar relevo a uma ideia abstrata, permitindo, dessa forma, apresentar, de maneira agradável, uma verdade que, de outra maneira, se tornaria mais difícil de ser assimilada, e assim trazer um aprendizado de qualidade. Cabe ao professor organizar o trabalho pedagógico, primeiramente familiarizar os alunos sobre o tipo de texto que será trabalho naquele momento da história.

Para Góes, esse gênero narrativo apresenta explícita ou implicitamente uma lição de moral (1991). De acordo essa visão pode-se afirmar que  a fábula serve para transmitir uma ideia de socializar através da moral, isso verifica sempre ao final de cada texto, pois assim as pessoas poderiam facilmente acreditar em determinados valores que eram considerados aceitos. Percebe nos dias de hoje que as pessoas não estão mais dando os devidos valores as morais e os bons costumes, cabe aos pais junto com os professores resgatar através das fábulas esses valores esquecido com o passar dos tempos.

É justamente da tradição da fábula que vem este hábito de querer buscar uma explicação ou uma causa para as coisas que acontecem na vida, ou tentar tirar delas algum ensinamento útil, alguma lição prática.

Além das características de animais agindo como seres humanos, o gênero fábula também possui uma moralidade. Partindo desse pressuposto, pode-se destacar que no decorrer dos tempos, a fábula foi à porta-voz de uma ideologia.

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Como referenciar: "O Uso das Fábulas através da Literatura Infantil no Desenvolvimento Gramatical Infantil" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 03/05/2024 às 05:37. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/o_uso_das_fbulas/index.php?pagina=2