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Psicanálise Freudiana e Educação: os Professores enquanto Substitutos Paternos na Adolescência (página 5)
Espero que este artigo tenha alcançado seu objetivo principal, que foi o de apresentar as considerações psicanalíticas freudianas acerca dos professores, os substitutos paternos. Além disso, espero que este artigo tenha, minimamente, demonstrado o quanto a ciência da psicanálise pode auxiliar ciências não psicológicas, neste caso a pedagogia, já que possibilita uma compreensão mais ampliada do fenômeno.
Em sua perspectiva educacional, a psicanálise colabora na reformulação das teorias e práticas dos professores, visando a orientá-los a respeito da formação do caráter de crianças e adolescentes. Como se sabe, os professores são figuras importantíssimas para a formação do sujeito, portanto, é imprescindível que eles façam uso dos métodos mais eficazes e tenham consciência de quais seus possíveis efeitos ao serem colocados em prática.
De fato, uma educação repressora, que nega as manifestações instintuais de crianças e coíbe as de adolescentes, é excessivamente perigosa. Podemos garantir, sem medo de errar, que a maioria dos problemas que atravancam o processo civilizatório é de sua responsabilidade. Tudo aquilo que de algum modo foi silenciado, fala mais do se estivesse percorrido seu desenvolvimento natural, isto também vale para os instintos.
Para finalizar, gostaria de expressar que elaborar este artigo foi bastante instigante; falar do processo educacional é sempre instigante. Compreendo que uma educação, formal ou informal, cujos objetivos sejam promover progresso cultural, jamais deverá ser colocada de lado e entendida como um produto acabado. Ser professor é um ato de coragem que requer muita responsabilidade.
Além disso, é de nosso conhecimento o fato de que a arte tem sua peculiaridade de retratar com verossimilhança a situação real de coisas à que se acha submetida cada sociedade em seu tempo. Portanto, indico a película "O substituto" (2011), que possui como diretor Tony Kaye e como roteirista Carl Lund, para análise, correlação com o que fora expresso neste artigo e repensar da prática educacional.
NOTAS
I - Embora seja esse um dos fatores que mais distancia a psicanálise de demais ciências, faz, em contrapartida, esta ser criticada por ser acientífica e se fundamentar na sugestão. Quanto a isso, somos levados a assegurar que o método psicanalítico é, sem dúvida, o mais penetrante, já que chega mais longe e consegue alcançar a transformação mais ampliada do doente (Freud, 1996 [1905-1904]).
II - O senso comum utiliza desse termo para fazer menção a processos mentais considerados não conscientes e para falar de um indivíduo que não tenha domínio sobre seus atos, chamando-o louco. Em psicanálise, inconsciente diz respeito a uma "outra cena" da consciência, um lugar desconhecido por esta, que se forma a partir de conteúdos recalcados (ROUDINESCO & PLON, 1998, p. 375).
III - Sendo uma das categorias diagnósticas mais conhecidas no campo psicanalítico, seu gênese está intimamente relacionado a um conflito psíquico infantil de teor sexual, que se originou devido à fixação da libido da criança no período [anal] infantil. Aliás, está intimamente pautada pelas relações primeiras entre a criança e seus responsáveis, as quais estão assentadas no que na psicanálise foi denominado "Complexo de Édipo" e "Complexo de Castração". Nesse caso, a criança introjeta as leis simbólicas da cultura. Possui as subcategorias obsessão, histeria e fobia. Todas elas têm em semelhança o mecanismo de recalcamento das primeiras vivências no "Complexo de Édipo" e no "Complexo de Castração", ou seja, torna-as inconscientes. Porém, suas posições perante ambos os complexos são divergentes, a saber, na obsessão: o que fora recalcado se apresenta através de pensamentos e dúvidas obsessivas que atrapalham a ação. Na histeria: o que fora recalcado se apresenta simbolizado através de sintomas corpóreos diversos. Na fobia: torna-se "uma angústia num terror imotivado, frente a um objeto, um ser vivo ou uma situação que não apresentam em si nenhum perigo." (ROUDINESCO e PLON, 1998, pp. 243-535). Acresce que, além da categoria Neurose e suas subcategorias, existem duas outras categorias: Psicose e Perversão. Na primeira categoria, há as subcategorias esquizofrenia, paranoia e melancolia. Na segunda categoria, exibicionismo, voyeurismo, sadismo, masoquismo, zoofilia e necrofilia. Ademais, ambas as categorias e suas respectivas subcategorias não respondem a ambos os complexos da mesma maneira como na Neurose. A saber, a Psicose responde a ambos os complexos não introjetando as leis simbólicas da cultura, assim, reagindo perante elas através de alucinações e delírios. A Perversão responde a ambos os complexos de maneira proativa, mas ao introjetar as leis simbólicas da cultura não as aceita, aliás, em primeira instância, sim, mas pretendendo, em segunda instância, transgredir tais leis; para ela, apenas o objeto perdido é relevante, reagindo através de fetiches (Cirino, 1994).
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Como referenciar: "Psicanálise Freudiana e Educação: os Professores enquanto Substitutos Paternos na Adolescência" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 15/10/2025 às 04:25. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/psicanlise_freudiana/?pagina=4