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Reflexão Sobre o Brincar na Educação Infantil (página 2)



Currículo na Educação Infantil: o brincar e o experimentar como promotores de desenvolvimento
O brincar aberto, aquele que poderíamos chamar de a verdadeira situação de brincar, apresenta uma esfera de possibilidades para a criança, satisfazendo suas necessidades de aprendizagem e tornando mais clara a sua aprendizagem explícita. Parte da tarefa do professor é proporcionar situações de brincar livre e dirigido que tentem atender às necessidades de aprendizagem das crianças e, neste papel, o professor poderia ser chamado de um iniciador e mediador da aprendizagem. Entretanto, o papel mais importante do professor é de longe aquele assumido na terceira parte do ciclo do brincar, quando ele deve tentar diagnosticar o que a criança aprendeu - o papel de observador e avaliador. Ele mantém e intensifica esta aprendizagem e estimula o desenvolvimento de um novo ciclo. [...] O treinamento inicial e prático dos professores precisa assegurar que eles adquiram suas competência nesta área a fim de acompanhar as tendências nacionais e manter o papel vital do brincar no desenvolvimento das crianças. (MOYLES, 2002, p.36)
Sendo a criança foco do processo educativo confirmado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, que compreende a criança como centro do processo educativo e aponta que a criança estabelece interações com o mundo (cultura, sociedade e natureza) desde que nasce, buscando conhecê-lo e descobrindo-o, tendo o brincar como sua principal forma de compreensão e investigação do mundo. Cada criança deve ser reconhecida e acolhida de maneira concreta, a partir do conhecimento das suas características individuais, de grupo e de sujeito de um tempo específico do desenvolvimento humano: a infância, reconhecendo suas vivências, seus costumes, seus saberes, suas organizações familiares, enfim, sua cultura. Cada criança apresenta um ritmo e uma forma própria de colocar-se nos relacionamentos e nas interações, de manifestar emoções e curiosidade, e elabora um modo próprio de agir nas diversas situações que vivencia desde o nascimento conforme experimenta sensações de desconforto. O conhecimento e reconhecimento efetivo dessas características definirão o conjunto das práticas escolares que poderão favorecer o maior e melhor desenvolvimento de cada uma das crianças.

 
Figura 2 - Conjunto de práticas escolares que poderão favorecer o desenvolvimento das crianças
Fonte: https://issuu.com/geel/docs/prop_curr_-_vol_1/c/smiijbp

Compreender o currículo como um conjunto de escolhas sobre práticas, conhecimentos e habilidades, a partir de um planejamento inicial, pressupõe que ele será complementado e enriquecido a partir da chegada e do conhecimento das crianças reais e concretas. Portanto, o currículo que coloca a criança como foco do processo educativo somente estará totalmente desenhado a partir do conhecimento concreto a respeito dos principais atores desse processo: as crianças.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A brincadeira é fundamental para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. A criança, desde muito cedo, se comunica por meio de gestos, sons, expressões e através da brincadeira aprende a representar papéis, desenvolve sua imaginação.

É consenso entre os educadores que o aprendizado, não se dá de forma uniforme. Cada criança tem seu ritmo, suas facilidades e dificuldades. Isto faz parte da complexidade da docência, a brincadeira inserida no currículo da educação infantil, não exime o educador das suas responsabilidades a cerca do desenvolvimento da criança.  Diante disso, os professores devem inserir a brincadeira no universo escolar, reconhecendo-a como uma via para se aproximar da criança, com o objetivo de ensinar brincando.

Por isso, a brincadeira é vital nos espaços escolares, um importante instrumento pedagógico, já que sabemos que a brincadeira desenvolve os aspectos físicos e sensoriais, além do desenvolvimento emocional, social e da personalidade da criança.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, 2010. 36 p. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view =download&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192. Acesso em 25 de 05 de maio de 2016.

___. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. 562p.

FREINET, Cèlestin. Pedagogia do bom senso. São Paulo: Martins Fontes,1996.

MOYLES, J. R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002. 200 p.

MORAIS , Aline; PÚBLIO, Rafael. Brincar é coisa séria! In: Brinquedos e Brincadeiras Inclusivos. IMG (Instituto Mara Gabrilli). Disponível em: http://img.org.br/images/stories/pdf/brinquedos.pdf, acessado em: 10/02/2016.


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Como referenciar: "Reflexão Sobre o Brincar na Educação Infantil" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 18/04/2024 às 20:07. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/reflexaobrincar/index.php?pagina=1