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Tinque - Equipamento Eletrônico de Auxílio Educacional (página 2)

2. Dislexia, o ensino multissensorial e o jogo

O melhor ensino possível para uma criança disléxica é na sala de aula normal, juntamente com outras crianças e com um professor capacitado, que compreenda o problema e organize bem suas aulas, de modo que a orientação externa de outros profissionais possa ser dada quando necessária. Preferencialmente, o professor deve utilizar um programa de linguagem bastante estruturado e fazer uso de todos os canais sensoriais, tanto na escrita quanto na leitura.

A maioria das crianças tem um sistema sensório-motor (o visual, o auditivo, o da fala e o cinestésico-motor) especialmente ajustado para a aquisição e desenvolvimento da linguagem falada e escrita. Na criança disléxica, entretanto, os canais sensório-motores não trabalham em harmonia: ocorre a incapacidade e a desorientação da criança em produzir um estímulo para uma resposta automática ao realizar a leitura, tanto a silenciosa quanto a em voz alta. A desorientação é causadora da desatenção, desorganização, ansiedade, baixa autoestima,  má leitura, má compreensão textual, etc.

O ensino multissensorial trabalha simultaneamente com o uso dos olhos, ouvidos, órgãos da fala, dedos e músculos, envolvendo todos os caminhos para o cérebro. A vantagem desse método é possibilitar que a criança disléxica use as áreas de força ao mesmo tempo em que exercite e fortaleça áreas mais fracas. O objetivo é permitir que a criança consiga fornecer respostas automáticas duradouras (os nomes, os sons e as formas de todos os fonemas), desenvolvendo a habilidade de sequênciá-las corretamente. Assim,  a criança se tornará tão segura que poderá produzir de qualquer maneira o símbolo necessário, seja na leitura, escrita ou soletração.

Os jogos possibilitam trabalhar as mais variadas formas de movimentos. Os questionamentos que se apresentam estimulam a busca de respostas múltiplas dentro do grupo, possibilitando a troca de experiências e a vivência de movimentos diversificados. As dificuldades que surgirem no decorrer das atividades devem ser discutidas, favorecendo o processo de aprendizagem. O jogo contribui para que a criança se relacione melhor, faça uma leitura crítica da realidade e perceba-se como sujeito,  o qual precisa de outros sujeitos para poder intervir e transformar, tornando-se produtor da sociedade na qual está inserida.

3. Proposta

Após pesquisas bibliográficas, de campo e mercadológica, chegou-se ao conceito do produto, cujos quesitos básicos a serem explorados são: a fala, a escuta e a leitura. Com a análise da evolução e da entrada de novas tecnologias, optou-se em escolher sistemas e tecnologia já existentes, os quais tendem a ficar cada vez mais baratos por causa do processo de fabricação. Assim, o mini-game (nomeado de tinque) poderá ser efetivamente fabricado e comercializado, deixando de ser apenas mais um conceito dentro do universo acadêmico.

Agregou-se ao produto um teclado virtual, a fim de que a criança possa digitar visualizando um teclado maior do que a tela de 3". Utilizando um miniprojetor, a projeção pode chegar a uma tela de 20", a uma distância de 5m. Isso também  possibilita que mais usuários possam jogar ao mesmo tempo, no mesmo ambiente.

Com o comando de voz inteligente, a criança pode ouvir e visualizar as palavras na tela ou na projeção. Enquanto as palavras se formam, a criança pode simultaneamente fazer a correlação entre a fonética e a escrita. Ressalta-se que a proposta do projeto é fazer com que a criança interaja com o seu tinque, lendo/falando em voz alta o que é dado/pedido ao longo do jogo. Caso ocorra alguma dúvida, tanto na grafia quanto na gramática, a criança poderá acessar um software de dicionário gramatical e de vocabulário presente no produto.

O uso da tecnologia touch screen (tela sensível ao toque) tem como objetivo a redução de botões, além de ser uma tendência dos produtos eletrônicos atuais. A estética final baseia-se na tendência do TOY ART, que embora ainda não seja muito explorada em brinquedos, vem apresentando crescente aumento.

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Como referenciar: "Tinque - Equipamento Eletrônico de Auxílio Educacional" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 25/04/2024 às 07:46. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/tinque2/?pagina=1