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Educar é uma arte

Autor: Roberta G. Becker
Data: 27/08/2014

   Nos espaços e tempos institucionais, complexos mediante todas as mudanças, novas concepções são exigidas e, assim, educar passa a ser algo ampliado, indo muito além da escola. Educar pode ser transformador processo que influencia e é influenciado pelo entorno, pelo contexto onde nos situamos.

    O sujeito, no seu desenvolvimento, é produto da sua própria história. Ele traz consigo uma bagagem de conhecimento, expressões e cultura, que se diferencia de acordo com sua vivência familiar.

    Quanto à estrutura familiar, nem todos os alunos pertencem a famílias com recursos suficientes para uma vida digna. Normalmente, verificam-se situações diversas: os pais estão separados e o aluno vive com um deles, o aluno é órfão, o aluno vive em um lar desunido, o aluno vive com algum parente, etc. Muitas vezes, essas situações trazem obstáculos à aprendizagem, não oferecem à criança um mínimo de recursos materiais, de carinho, compreensão, amor.

    Alguns tipos de educação familiar muito comuns em nossa sociedade são bastante inadequados e trazem consequências negativas para a aprendizagem. Os pais podem influenciar a aprendizagem de seus filhos através de atitudes e valores que passam a eles.

    O professor tem o papel principal de conhecer seus alunos, suas brincadeiras, suas falas, como é sua vida. Precisa conhecer como se processa a aprendizagem destes alunos e fazer com que eles tenham um ambiente de confiança, respeito e colaboração com os colegas. Refletindo na ação sobre ação, pode ter mais qualidade em sua maneira de ensinar.

    O professor tem que ser investigador de sua própria prática, tem que conhecer o entorno, respeitar e dialogar com os sujeitos para poder construir conteúdos significativos de acordo com a realidade de seus alunos. A influência que o professor repassa a seus alunos é muito importante. É através dela que os alunos desenvolvem sua inteligência e personalidade.

    O filme "O sorriso de Mona Lisa" mostra uma professora que, quando chegou à escola, viu-se diante de uma instituição totalmente tradicional, que ensinava as alunas a serem mulheres cultas e boas mães. Mas ela pesquisou e tentou lhes mostrar um pensamento mais liberal e aberto para outros horizontes, como seguir para a faculdade. Essa professora pensava na mudança, em ver suas alunas crescerem, aprenderem com a vida e mostrar-lhes que elas poderiam fazer as duas coisas ao mesmo tempo, que era estudar e serem boas donas de casa.

    Naquela época não só as escolas, como também as pessoas eram muito tradicionais. Essa professora tinha uma mente muito aberta e ensinava suas alunas a não serem tão dependentes de seus maridos. Ela mostra no filme a paixão pelo seu trabalho, a capacidade de superação em momentos de grandes adversidades (quando é confrontada em sua primeira aula pela "sabedoria" livresca de suas alunas) ou ainda por utilizar recursos e estratégias diferenciadas (como slides, imagens e a visita a uma exposição).

    A professora da História da Arte é, entretanto muito mais profissional em busca de renovação em seu trabalho pedagógico, ela é o protótipo de mulher moderna, livre, desimpedida e que quer quebrar as barreiras do mundo machista em que vive.

    A escola era tradicional, seguia as normas clássicas. As alunas deveriam saber só o básico, o importante era que fossem boas donas de casa e que cuidassem de seus alunos. A metodologia dessa escola influenciava muito na vida dessas alunas, fazendo com que não crescessem, não fossem para a faculdade e muito menos trabalhassem.

    É muito importante que a escola transmita valores de ética, democracia, cidadania e direitos humanos, para que os alunos cresçam preparados para a vida. No filme "O sorriso de Mona Lisa" a professora viu que não poderia ultrapassar as barreiras da escola com seus conhecimentos, e decidiu deixar a escola, respeitando as normas dela e tendo ética profissional. Quando ela saiu, foi chamada de covarde, errante e sem propósito pela direção da escola ,mas fez a diferença possibilitando que as suas alunas enxergassem de outra forma.

    O professor tem que mostrar o exemplo, ser ético, profissional, tem que saber até onde pode dar seu conhecimento, sem desrespeitar e passar por cima das regras da escola.

   Em cada campo de comportamento humano devem ser analisados os problemas morais enfrentados. Deve-se refletir cuidadosamente sobre eles, fazer juízo de valor, encontrar soluções. A teorização dessas reflexões se traduz no significado de ética, que depois, como ciência, deve manter a investigação dos casos para poder se contextualizar e se reformular na diversidade de situações de problemas morais dos relacionamentos humanos.

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Como referenciar: "Educar é uma arte" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 25/04/2024 às 05:37. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/textos/index.php?id=44