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Bullying Escolar e Suas Influências Para o Desencadeamento do Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) e da Fobia Escolar (página 3)

DIAGNOSTICANDO O FENÔMENO BULLYING: A VÍTIMA E O AGRESSOR

A maior dificuldade encontrada pelos pesquisadores do fenômeno bullying, é encontrar, nos respectivos idiomas que trabalham suas pesquisas, os termos que correspondam ao sentido da palavra bullying. No Brasil, são empregados os termos: Bullying e Bully, posteriormente traduzido como "valentão", "tirano", e como verbo "brutalizar", "tiranizar", "amedrontar". Nas escolas, para que o corpo docente identifique o problema, é necessário que apareça, no mínimo, três ataques contra a mesma vítima, durante o ano.

É comum haver modos diversos de tensões e conflitos entre alunos de uma mesma classe, e, na maioria das vezes, isso se evidencia pelas provocações mantidas em prol da diversão dos que admiram e incentivam suas práticas, como forma de auto-afirmação e comprovação da autoridade.

O comportamento agressivo e o incentivo às agressões influenciam nas atividades escolares, propagam cada vez mais a alusão à violência. Nos casos mais comuns o agressor demonstra preferência em atacar os mais frágeis, por ter a convicção de poder dominá-los, sentem-se confiantes, poderosos e fortes. Se há na classe um aluno que apresenta características como: ansiedade, insegurança, passividade, timidez dificuldade de impor-se e de ser agressivo, com frequência, este se mostra indefeso, e pode representar o elo frágil da cadeia. Segundo Freire (1987), a violência dos indivíduos opressores torna-os cada vez mais desumanizados, desencadeando a luta dos oprimidos contra quem os fez menos. Reitera, ainda, que essa luta só tem sentido quando o ser menos, na busca da sua humanidade, não seja um opressor, mas um reconquistador da liberdade, para si e para os opressores, demonstrando a grande tarefa humanista e histórica dos oprimidos.

Na maioria das vezes, os professores, ou outros membros da escola, podem não perceber a agitação ou não se encontrarem presentes no local quando acontecem os ataques à vítima, assim, os próprios alunos ficam "entregues a si mesmos" para resolver seus conflitos. Segundo Fante (2005), para identificar as vítimas é necessário observar características de ansiedade, depressão e baixa autoestima. Os profissionais da área de educação devem estar preparados para saber de que forma detectar e tentar solucionar o problema do bullying na escola. As vítimas são as mais vulneráveis. As agressões também podem ser representadas por aspectos culturais étnicos ou religiosos. Na maioria das vezes os agressores são aqueles que gostam de se exibir colocando apelidos nos mais frágeis, estes também necessitam de ajuda psicológica.

Em janeiro de 2006, um indivíduo de 18 anos entrou no colégio onde estudou no interior de São Paulo e atirou contra pessoas que ali estavam. Por ser obeso, ele foi vítima de apelidos humilhantes e alvo de gargalhadas ao longo de sua vida escolar, após os disparos ele se matou. Aconteceu também um caso semelhante nos Estados Unidos, dois jovens entraram numa instituição de ensino médio (Columbine) e atiraram nas pessoas, mataram 13 delas e feriram várias outras, com a chegada da polícia, eles cometeram o suicídio. Nestes casos, tanto os jovens brasileiros como os americanos passaram, dentro daquelas escolas, momentos difíceis. A escola muitas das vezes se omite em relação ao que está acontecendo, ou por não ser assunto de domínio das autoridades competentes da instituição ou, simplesmente, por descaso. Segundo Neto (2005), em tais manifestações, o objetivo era matar a escola em que viveram momentos de infelicidade e onde todos foram omissos ao seu sofrimento.

O bullying por meio eletrônico também é uma realidade atual. Na internet, jovens e adultos buscam entretenimentos em sites de relacionamentos, como orkut, facebook, twitter, blog, chat e outros. Com esse tipo de acesso virtual, os indivíduos podem se envolver com muita facilidade, por meio de imagens visuais instantâneas proporcionadas pelas câmeras, fotos pessoais, endereços eletrônicos particulares ou pseudônimos que são utilizados com muita frequência para a manutenção do anonimato. O agravante é que a vítima não fica frente a frente com o agressor e, nos casos de ameaças e difamações, nem sempre há formas de defesa. Esse paradoxo representado pelo mundo virtual e o mundo real é conhecido como Cyberbulling e pode criar problemas sérios aos jovens em formação. Quanto mais novo é o indivíduo, mais fácil é a intimidação por parte de quem pratica as agressões.

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Como referenciar: "Bullying Escolar e Suas Influências Para o Desencadeamento do Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) e da Fobia Escolar" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/05/2024 às 08:32. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/bullying/index.php?pagina=2