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Construção do Conhecimento e Teorias da Aprendizagem (página 4)

2.1 O desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem para Piaget

    Ao elaborar a teoria psicogenética, Piaget procurou mostrar quais as mudanças qualitativas por quais passa a criança, desde o estágio inicial de uma inteligência prática (período sensório-motor), até o pensamento formal, lógico-dedutivo, a partir da adolescência.

    A adaptação do sujeito vai ocorrendo, de maneira que é necessário investigar. Para que esta adaptação se torne abrangente, é necessário investigar como esses conhecimentos são adquiridos.

Segundo Piaget, o conhecimento não pode ser aceito como algo predeterminado desde o nascimento ou de acordo com a teoria inatista, nem resultado do simples registro de percepções e informações como comenta o empirismo. Resultando das ações e interações do sujeito com o ambiente onde vive. Todo o conhecimento é uma construção que vai sendo elaborada  desde a infância, através da interação sujeito com os objetos que procura conhecer, sejam eles do mundo físico ou cultural.

Os objetos do conhecimento têm propriedades e particularidades que nem sempre são assimiladas pela pessoa. Por isso, uma criança que já construiu o esquema de sugar, com maior facilidade, utiliza a mamadeira, mas terá que modificar o esquema para chupeta, comer com colher, etc. Também será mais fácil para essa criança, ela já tem esquemas assimilados.

A este processo de ampliação ou modificação de um esquema de assimilação. Piaget chamou de acomodação, embora seja estimulado pelo objeto, é também possível graças à atividade do sujeito, pois é este que se transforma para a elaboração de novos conhecimentos.

Com sucessivas aproximações, construindo acomodações e assimilações, completa-se o processo a que Piaget chamou de adaptação. A cada adaptação constituída e realizada, o esquema assimilador se torna solidificado e disponível para que a pessoa realize novas acomodações. O que promove este movimento é o processo de equilíbrio, conceito central na teoria construtivista.

Diante de um estímulo, o indivíduo pode olhar como desafio, uma suposta falta no conhecimento, faz com que a pessoa se "desequilibra" intelectualmente, fica curioso, instigado, motivado e, através de assimilações e acomodações, procura restabelecer o equilíbrio que é sempre dinâmico, pois é alcançado por meio de ações físicas e também mentais.

O pensamento vai se tornando cada vez mais complexo e abrangente, interagindo com objetos do conhecimento cada vez mais diferentes e abstratos.

A educação é um processo necessário, é importante considerar o principal objetivo da educação que é autonomia, tanto intelectual como moral.

A criança vai usando o sistema, pela sua própria estrutura mental, que Piaget destaca; a lógica, a moral, a linguagem e a compreensão de regras sociais que não são inatas, que não são impostas de dentro para fora e sim construídas pelo sujeito ao longo do desenvolvimento, através de estágios diferentes um do outro.

A afetividade está correlacionada a esta inteligência e desempenha papel de uma fonte energética da qual dependeria o funcionamento da inteligência. "A afetividade pode ser a causa de acelerações ou retardos no desenvolvimento intelectual e que ela própria não engendra estruturas cognitivas, nem modifica as estruturas do funcionamento nas quais intervém".

Para Piaget o conhecimento é construído, como forma de constituição individual.

2.2 Breve  histórico sobre a formação do professor

    A formação do professor é um ciclo que abrange a experiência docente como aluno (educação base), como aluno-mestre (graduação), como estagiário (práticas de supervisão), como iniciante (nos primeiros anos de profissão) e como titular (formação continuada). Esses momentos só serão formadores se forem objeto de um esforço de reflexão permanente. Segundo Nóvoa (2001, p. 15), a formação dos professores:

É algo que pertence ao próprio sujeito e se inscreve a um processo de ser (nossas vidas e experiências, no passado, etc.) e num processo de ir sendo (nossos projetos, nossa ideia de futuro), ela nunca se dá por mera acumulação. É uma conquista feita com muitas ajudas: dos mestres, dos livros, das aulas, dos computadores. Mas, depende sempre de um trabalho pessoal. Ninguém forma ninguém, cada um forma a si próprio.

    O professor, em qualquer nível de ensino que atuar, deve ter uma formação que inclua competência na especificidade de sua tarefa em um momento sócio-histórico. Tal competência deve possibilitar-lhe reavaliar constantemente, tanto sua própria experiência anterior como aluno, quanto seu aprendizado, no presente, enquanto docente atuante em um mundo complexo e em constante mudança.

   Deve-se dispensar uma atenção especial a uma formação sólida reclamada pelos avanços do mundo  contemporâneo  e voltada para o desenvolvimento  de habilidades básicas para aprender a situar-se no mundo, além  de  aprender  a conviver com a diversidade  e ser solidário  com os demais.

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Como referenciar: "Construção do Conhecimento e Teorias da Aprendizagem " em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 01/05/2024 às 04:46. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/construcaoconhecimentoeteorias1/index.php?pagina=3