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A Importância do Desenho Infantil no Processo de Alfabetização (página 5)

Considerações Finais

Partindo da pesquisa bibliográfica sobre o desenho infantil, observamos que embora a abordagem e a nomenclatura usada variem, não existem divergências entre os autores no que diz respeito ao desenho infantil sendo que este é notadamente, composto por fases, etapas, estágios, movimentos, qualquer que seja a nomenclatura usada para definir que o desenho evolui conforme o próprio crescimento da criança, dentro do seu processo de desenvolvimento como ser humano. Ou seja, as garatujas ou os rabiscos aparecem na fase sensório-motora, etapa da teoria do desenvolvimento humano desenvolvida pelo estudioso Jean Piaget, onde a criança explora materiais e movimentos, não na fase pré-operatória, onde a criança começa a construir e a representar.

O desenho infantil é um parâmetro de análise importante o progresso da criança. O seu desenvolvimento contribui a representação simbólica, para o desenvolvimento motor, emocional e conseqüentemente, para a alfabetização.

Observou-se na construção desse artigo que a bibliografia sobre o assunto é restrita, principalmente no âmbito educacional. Foram encontrados poucos autores e estudos sobre o assunto. A bibliografia encontrada é em sua maioria de autores da década de 50 e 60, sendo os principais deles Luquet e Piaget . Diante deste fato é importante que novas pesquisas sobre o desenho infantil sejam realizadas com a finalidade de subsidiar o trabalho dos educadores, assim como ampliar as hipóteses sobre o assunto, a partir de novas descobertas.

A evolução do desenho infantil está diretamente relacionada a representação simbólica que se manifesta por volta dos dois anos de idade, na fase pré-operatória. Assim sendo, este processo é intrínseco ao desenvolvimento das estruturas cognitivas e motoras necessárias à alfabetização e que são desenvolvidas pela interação entre a criança e o objeto. São essas interações que privilegiam a capacidade da criança representar e interpretar.

Diante disso é possível dizer que o desenho é precedente a escrita, mas que os dois possuem uma relação de interdependência, pois quanto mais oportunidades as crianças tiverem de representar e transcrever para o papel toda a sua impressão sobre o mundo que a rodeia, seus sentimentos, emoções etc, mais ela estará preparada para se apropriar do sistema de escrita, visto que o mesmo, assim como o desenho, também é uma forma de representação.

Educadores e pais devem oportunizar às crianças momentos significativos de interação, dentre as quais as atividades lúdicas tem um papel fundamental. O desenho, como uma atividade lúdica, é um dos principais exemplos. Podemos ainda citar o brincar, os jogos e as dramatizações, todos contribuintes para o desenvolvimento da representação simbólica.

Referências Bibliográficas

FERREIRO, Emília, TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Trad. Diana Myriam Lichtenstein, Liana Di Marco e Mário Corso. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
GARDNER,Howard.Arte, Mente e Cerébro: uma abordagem cognitiva da criatividade. Tradução: Sandra Costa. Porto Alegre:Artes Médicas Sul, 1999.
LUQUET, G. H. O desenho infantil. Porto: Editora do Minho, 1969.
LUQUET, G.H. Arte Infantil. Lisboa: Companhia Editora do Minho, 1969.
MÈREDIEU, F. O desenho infantil. São Paulo: Cultrix, 1995.
PIAGET, J. A formação dos símbolo na criança. PUF, 1948
PILLAR, Analice Dutra. Desenho & escrita como sistema de representação.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
RABELLO, Sylvio. Psicologia do Desenho Infantil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1935.

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Como referenciar: "A Importância do Desenho Infantil no Processo de Alfabetização" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 01/05/2024 às 19:05. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/desenhonaalfabetizacao/index.php?pagina=4