Inclusão no Ensino Regular (página 2)
Vale lembrar que em termos de prevenções, assistência médica e reabilitação, o Brasil ainda esta caminhando para melhor.
Em contra partida a escola necessita que os educadores oportunizem situações que minimizem o descaso das autoridades em torno das pessoas com deficiência.
Ressalta-se que falar de inclusão pressupõe também falar em exclusão. Isto porque a inclusão qualificada como social, por uma razão ou outra, também exclui, lançando as sementes do descontentamento e da discriminação.
No entanto, a política nacional para implementação de educação inclusiva vem sendo construída por meio de ação compartilhada entre profissionais, pais instituições educacionais e comunidade, traçando dessa forma, novos rumos para o ensino.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Inclusiva (2002) a educação dos privilégios passou a ser a educação da população geral. Dessa maneira, o desenvolvimento da escola apresenta enfoque maior nos direitos da criança de receber educação e o reconhecimento da potencialidade e talentos que possui.
As mudanças no entendimento e dos valores apresentados a criança durante seus anos de formação em ambientes educacionais tem apresentado grandes impactos.
Buccio (2008), a integração traz consigo a idéia de que a pessoa com deficiência deve modificar-se segundo os padrões vigentes na sociedade, para que possa fazer parte dela de maneira produtiva e, consequentemente, ser aceita.
Já a inclusão traz o conceito de que e preciso haver modificações na sociedade para que esta seja capaz de receber todos segmentos que dela foram excluídos, entrando assim em um processo de constante dinamismo político social.
Entretanto, a inclusão é um valor social que necessita da interação dinâmica entre educadores, pais, membros da comunidade e alunos.
Outro fator relevante é a defesa da cidadania e do direito à educação das pessoas com deficiência. Entretanto, mesmo que recente em nossa sociedade, manifesta-se através de medidas isoladas de indivíduos ou grupos. A conquista e o reconhecimento dos direitos da pessoa com deficiência podem ser identificados como elementos integrantes de políticas sociais, a partir de meados deste século.
Com efeito, a inclusão é um processo dialético complexo, já que envolve a esfera das relações sociais, vividas na escola. No seu sentido mais profundo, vai além do ato de inserir, de trazer a criança para dentro da escola. Significa envolver, compreender, participar e aprender.
Guerbert (2007), comenta que o currículo deve ser adaptado em sua integra, priorizando a necessidade do aluno, sendo possível inserir, eliminar, completar e ainda, criar novos objetivos alternativos, pensando sempre na garantia da aprendizagem.
Paula (2004), alerta para o perigo da pedagogia centrada na técnica, no poder do fetiche metodológico, qual pode desviar o professor de uma atitude crítica e reflexiva sobre as estratégias adotadas.
As crenças em métodos fixos impedem a busca de alternativas de ensino, criação de recursos e materiais que promovam a aprendizagem de todos os alunos.
Essas concepções restritas, baseadas na limitação, no déficit estão profundamente enraizadas no imaginário de algumas escolas que ainda creem, que a criança, em virtude de sua deficiência, necessita de um currículo especial e individual, de abordagens pedagógicas diferentes e métodos de ensino especiais.
De acordo com a mesma autora (2004), o eixo central da proposta inclusiva é proporcionar melhores condições de aprendizagem para todos, através de uma transformação radical da cultura pedagógica: exige-se assim, que as relações interpessoais e o fazer pedagógico sejam postos em discussão, evitando que não sejam camuflados ou projetados no aluno, a quem na maioria das vezes, se atribui o fracasso escolar em virtude de sua carências ou deficiência.