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Inclusão no Ensino Regular (página 3)

Nesse contexto, pode se considerar que o pressuposto epistemológico da abordagem pedagógica inclusiva é  que o conhecimento é construído pelo sujeito e a aprendizagem, é um processo com tempo e ritmo diversificado, determinado pela qualidade da interação, do nível de participação e problematização, das oportunidades de vivenciar experiências, e de construírem significados, elaborar e partilhar conhecimentos em grupos.

Assim, a escola, o professor e a família têm papel determinante na mediação sócio-cultural para que o aluno avance no processo de desenvolvimento, aprendizagem e na formação humana através de situações desafiadoras para o desenvolvimento positivo da auto imagem, independência e autonomia.

Nesse contexto, para que o sucesso da educação inclusiva realmente aconteça, surge a necessidade dos professores estarem empenhados na interação desses alunos e que haja interesse em compreender suas necessidades e desejos disponíveis para interpretar suas formas de expressão e comunicação que, muitas vezes, os diferenciam dos demais. E, principalmente, professores que estejam empenhados a ensinar de forma realmente significativa.

Paula (2004) destaca a ideia de que o processo de avaliação na perspectiva da educação inclusiva não está centrado apenas no desenvolvimento de habilidades e competências, nem na capacidade de assimilar conteúdos e acumular informações, e sim na possibilidade de fazer escolhas, agir com autonomia, relacionar-se com o outro e com o objeto de conhecimento, de comunicar-se, expressar sentimentos, ideias, resolver problemas, criar soluções, desenvolver a imaginação e participar criticamente da cultura para transformação da sociedade.

Dessa forma, incluir exige dos educadores novos posicionamentos, modernizando a escola e fazendo com que os professores transformem suas práticas para que, de fato, todos os alunos aprendem.

É necessário operacionalizar a inclusão escolar afim de que  todos os alunos, independentemente de classe, raça, gênero, sexo, características individuais ou necessidades educacionais especiais, possam aprender juntos com qualidade. Esse é o grande desafio, numa clara demonstração de respeito à diferença e compromisso com a promoção dos direitos.

Considerando tais pressupostos, é importante salientar que o respeito e a valorização da diversidade dos alunos exige da escola  a criação de espaços inclusivos.

É valido relembrar que com o processo inclusivo esses alunos estão nas escolas e todos os conhecem, são aqueles que podem ficar para trás, que podem não acompanhar a classe ou podem não ter pré-requisitos, evidenciado assim a incapacidade do educador.

Dessa forma, é no projeto pedagógico que a escola se posiciona em relação a seu compromisso com uma educação de qualidade para todos os seus alunos. Assim, a escola deve assumir o papel de propiciar ações que favoreçam a interação social, definido em seu currículo, uma opção por práticas heterogêneas e inclusivas.

De acordo com autor Casagrande (2009), a organização do espaço, a eliminação das barreiras arquitetônicas (escadas, depressões, falta de contraste e iluminação inadequada), mobiliários, a relação dos materiais, as adaptações nos brinquedos e jogos são instrumentos fundamentais para a prática educativa inclusiva.

Bottas (2007), comenta que a estrutura é essencial  para receber alunos com deficiência da mesma forma, é  fundamental definir um bom planejamento, criatividade e boa vontade dos professores, embora seja importante, porém somente aquela não suficiente para que o aluno se desenvolva como deveria.

Conforme Paula (2004) na educação inclusiva torna-se imprescindível que os educadores se coloquem como profissionais transdisciplinares, com conhecimento básico em cada área específico (fisioterapeuta, psicólogo, terapeuta ocupacional, médico etc.) não esquecendo de agir, sem interferir com respeito, ampliando o olhar,  avaliando o aluno conforme o potencial de seu próprio ser constituinte, favorecendo as diversas formas de comunicação e apoiando a individualidade de cada um, na solução de problemas.

Destaca-se que a escola inclusiva e toda a comunidade precisam estar envolvidas ou seja a direção, a equipe de coordenação,os professores e os pais, além do próprio aluno. Nesse sentido, o projeto pedagógico e as estratégias de sala de aula devem enfatizar o ensino, em vez de focalizar a deficiência do aluno preocupar-se com tipo de resposta educativa e proporcionar os recursos e apoios adequados, em vez de procurar, a origem do problema, ajustar-se para atender as diversidades, os padrões de "normalidade" para aprender, apoiar a experimentação, a reflexão (pensando no porquê daquilo que fazem, quais as influências disso e, como resultado, que outras possibilidades serão encaradas),  formar equipes nas quais os membros concordem em ajudar uns aos outros e explorar aspectos da sua prática; estabelecer um clima encorajador de reconhecimento da individualidade, como algo que deve ser respeitado e valorizado.

Conclui-se então que o direito da criança/adolescente com deficiência deve ser analisado, avaliado e unificado e a partir disso repensar e efetivar a inclusão plena, significativa, justa, participativa, sem restrições impostas e sem a obsessão curativa da medicina, evitando assim toda a generalização que pretenda discutir uma educação só para classes consideradas normais.

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Como referenciar: "Inclusão no Ensino Regular" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 08/05/2024 às 21:38. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/ensinoregular/index.php?pagina=2