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Inclusão na Práxis (página 3)

Vale ressaltar uma declaração MEC/CNE/CEB, 2002, no livro de Januzzi:

"a equidade é um esforço de equilíbrio, um benefício da igualdade de oportunidade que considera as situações concretas, a diversidade e mesmo as diferenças individuais. A equidade é um conceito que torna igualitária, e ao ser aplicado em caso concreto, elimina uma discriminação e introduz uma nova relação, agora mais igualitária, onde haveria uma relação de desigualdade".                                                                                           (JANUZZI, 2004, p. 196)

Enfocando os novos rumos na sociedade, tendo em vista as novas tecnologias e informações, a população vem absorvendo espírito crítico, no intuito de compreender a inclusão do deficiente na sociedade, nos trabalhos, nas criações, beneficiando não apenas o deficiente, mas uma sociedade que deixa para trás resquício de preconceito. Ao ganhar cidadãos e agentes com uma sensibilidade maior do que os cidadãos ditos "normais", mostrando-nos que a vida vai além das limitações e aparências, ela está repleta de desafios.

A escola deve preparar todos os alunos igualmente, pois todos carregam limitações, mas nem por isso deixam de fazer algo por conta dessas limitações. Deve-se dar um basta aos medíocres sentimentos de "dó" ou "pena".

Todos os seres humanos desejam uma vida com autonomia, em contrapartida, faz-se necessário refletir sobre esta, no âmbito da inclusão, no que se refere ao deficiente. Notavelmente é impossível ao deficiente sonhar com vida autônoma, se este esbarra com tais regras, que o impedem de conseguir, prosseguir e manter-se com mínima dignidade em um trabalho.

Jupp declara que:

[...] um dos fatores que nos definem como pessoas de posse dos próprios
direitos é o de ter emprego. Com isso, quero dizer um trabalho que
realmente precisa ser feito, e não um trabalho criado artificialmente para
 manter alguém ocupado. ( JUPP, 1998, p. 226).

Isso significa romper os paradigmas de que se deve criar postos de trabalho especiais para acomodar os deficientes, isto é, romper com a discriminação. Temos que aprender a aceitar e apreciar as diversidades, aproveitando-as. Esse quadro mostra como a sociedade, os gestores, empresários e, consequentemente, as escolas estão equivocadas e despreparadas para a inclusão social. O deficiente geralmente é inserido no trabalho e na escola como um inútil que precisa ser ajudado ou que precisa lutar, por seus próprios méritos, para adaptar-se à vida das outras pessoas.

Todo ser humano tem capacidade de aprender e, obviamente, de destacar-se em alguma competência. Assim, dentro de suas limitações de aprendizagem, o deficiente  também consegue sobressair em algumas atividades em particular.

A sociedade deve tomar consciência de que o deficiente precisa de verdadeiros empregos e não de treinamentos em certos setores especializados, onde muitos aprendem atividades que não estão ligadas à sua competência, fato que acaba trazendo desmotivação. Os deficientes precisam de aprendizado, construção e desenvolvimento de suas habilidades individuais, como também de ajuda especializada para a descoberta de suas competências.

É interessante a ideia de um trabalho concreto, o qual seja sustentado pelo prazer do trabalho bem feito, com remuneração justa e satisfação para ambas as partes. Isso irá gerar uma elevação na autoestima do deficiente, e, consequentemente, maior produtividade.

A sociedade deve incentivar o deficiente para que ele produza dentro de sua capacidade, e não que se ocupe com atividades monótonas e desnecessárias.

Percebe-se benefícios tanto para o empregado quanto para o empregador quando  se prepara o deficiente não apenas para ocupar as cotas legais existentes nas empresas.

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Como referenciar: "Inclusão na Práxis" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/05/2024 às 06:04. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/inclusaopraxis/index.php?pagina=2