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Pedagogia da Contribuição das Forças Universais (página 4)

A contribuição de forças distintas aconteceu na educação privada

Ao fenômeno da mistura entre duas correntes pedagógicas distintas podemos citar como exemplo o surgimento de uma contribuição de forças diferentes e, de certa maneira, antagônicas. Essas forças são teorias educacionais, mas o mecanismo de contribuição é universal e acabou ocorrendo na metodologia e posturas pedagógicas das escolas particulares. Uma questão para refletir é por que aconteceu na escola particular e não na pública, onde o sistema público, em geral, investe muito mais em formação (tanto em dinheiro como em quantidade de tempo em reuniões) do que a privada, e, ainda, muitas vezes essas duas escolas compartilham os mesmos professores. A resposta é simples, a ideologia política repassada pelos comandos partidários aos sistemas de ensino públicos contaminam as decisões e posições pedagógicas. Como já dito, a escola privada não se detém à ideologia política, apenas busca um bom resultado, baseando-se ao fato de que o método é importante, mas se não há bom resultado, algo de errado está acontecendo e uma solução precisa ser encontrada, pois o grande juiz ainda é o resultado. Já a pública é submissa à política dos grandes sistemas de ensino, que são altamente politizados até as entranhas.

A aversão visceral ao tecnicismo, aparentemente como desculpa pedagógica e social, surgiu em meados dos anos 80, chegando à totalidade nos anos 90, posição que poderia até ser, em partes, uma preocupação pedagógica metodológica, mas também recheada de intencionalidade política para justamente contradizer o que, até então, era a política pedagógica da técnica. Representava o capitalismo e as ideias importadas dos Estados Unidos na época do militarismo brasileiro refletidas na educação.

Os emergentes do comando educacional da época, que eram a oposição desse sistema, quando chegaram ao poder queriam abolir tudo que remetesse a esse período, considerando qualquer vestígio (ainda que na erradicação das coisas ruins, fossem erradicadas coisas boas como metodologias que tinham resultado positivo. E assim aconteceu, tudo relacionado a essa época foi erradicado, o ruim e o bom sem distinção, elevando a metodologia como mais importante do que o próprio resultado. Assim sendo, a ideologia política que ainda predomina até hoje nas esferas públicas bloqueia e abomina qualquer hipótese de utilização de técnica, com a alegação de que a técnica não emancipa, não é reflexiva; logo, não incentiva a formação de um cidadão competente dotado de autonomia, pois trabalha com o conhecimento pronto e apenas com o treinamento. Mas se essa opinião fosse perfeitamente correta, inserida numa lógica material, a escola pública seria um sucesso de aprendizagem, devido ao fato de que faz quase três décadas que os dirigentes públicos seguem e investem nestas ideias, e as escolas privadas seriam um completo fracasso, porque nem ao menos tomam conhecimento de tais sofisticadas posições políticas sociais.

Na vida real, acontece justamente o contrário, e é curioso que pessoas que alegam ser tão reflexivas e tão preocupadas com o social, nunca se perguntaram sobre o porquê do resultado positivo das despolitizadas escolas particulares, e a inconsistência de resultado da escola pública, apesar de todo esforço. Não percebem, mesmo após muitos anos de insistência, que estamos no caminho errado, o do radicalismo ideológico, provocando uma repulsa de forças e bloqueando uma contribuição de forças distintas que poderiam surgir na escola pública, mas não acontece por simples e pura posição política, contribuindo para um abismo de diferença social entre uma escola dos que podem pagar e dos que não podem.  A única muralha existente entre as duas concepções pedagógicas é somente no pensamento dos que defendem essa divisão de território imaginário.


Um importante recado

A educação é muito mais importante do que qualquer ideologismo político, o verdadeiro professor capaz de lidar com a contribuição de forças deve, sim, entender de política, pois é necessário para entender as circunstâncias e fatos da sociedade. Deve, ainda mais, abrir os olhos da percepção e do bom senso de não se contaminar com nenhuma posição política nas decisões a serem tomadas, e sim, a melhor decisão para a formação do ser humano universal.

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Como referenciar: "Pedagogia da Contribuição das Forças Universais" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 15/05/2024 às 02:25. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/pedagogia_da_contribuicao/index.php?pagina=3