Tecnologias da Informação e Comunicação no Ensino Superior: a Dependência que Faz Bem (página 3)

As tecnologias de comunicação e informação são um dado inegável da realidade cotidiana, e as escolas devem fazer uso, compreendendo-as dentro das suas condições históricas. Qualquer projeto pedagógico precisa lidar com o fato de que, no mundo atual, os sujeitos necessitam aprender a ler uma multiplicidade de escritas e ter acesso às variadas linguagens, o que constitui uma extraordinária ampliação das habilidades de alfabetização e de letramento. (HENRIQUES, 2012, P. 66).

    Falar das TICs utilizadas na atualidade é mencionar um contexto em que não basta mais uma TV, um vídeo, um DVD, um projetor, afinal, não é deles que se fala, mas de um novo vislumbramento e tal colocação se confirma com as palavras de Valente (2005, p. 23).

As novas tecnologias usadas na educação - que já estão ficando velhas! - deverão receber um novo incentivo com a possibilidade de junção de diferentes mídias em um só artefato: TV, vídeo, computador, Internet. Estamos assistindo ao nascimento de tecnologia digital, que poderá ter um impacto ainda maior no processo ensino-aprendizagem. Será uma outra revolução que os educadores terão de enfrentar sem ter digerido o que as novas tecnologias tem para oferecer.

    Como se pode observar, o autor fala desses novos horizontes, dessas novas TICs como um fato novo a ser observado, usado e seguido. Como exemplo dessas novas Tecnologias da Informação e Comunicação acrescenta-se:   

Computadores pessoais (PCs, personal computers); Câmeras de vídeo e foto para computador ou Webcams; Gravação doméstica de CDs e DVDs; Suportes para guardar e portar dados como discos rígidos ou hds, cartões de memória, pendrives, zipdrives, entre outros; Telemóveis ou celulares; Tv por Assinatura, TV a cabo, TV por antena parabólica, TV por parabólica, TV digital; Correio eletrônico (e-mail) e as Listas de discussão (mailing lists); Internet, a World Wide Web, websites e home pages, quadros de discussão (message boards); Streaming, podcasting, wikipedia entre outros; Tecnologias digitais de captação e tratamento de imagens e sons (Vimeo, Ypoutube, last Fm); Captura eletrônica ou digitalização de imagens por meio de scaners; A fotografia, cinema, vídeo e som digital (TV e rádio digital); Tecnologias de acesso remoto: Wi-Fi, Bluetooth, RFID. (Wikipédia, 2009).

    Até aqui, nada de muito extraordinário, se não fosse a surpreendente variedade de TICs e o poder que elas exercem sobre os seres humanos e sobretudo, sobre professores e alunos do Ensino Superior. Por vezes o papel de destaque pode ter sido, ou mesmo ser do computador. Pois ele se apresenta como afirma Valente (2005, p. 27) "(...) um dos mais eficientes recursos para a busca e o acesso à informação. Existem hoje sofisticados mecanismos de busca que permitem encontrar de modo muito rápido a informação existente em banco de dados".
  
    A afirmação não menciona que o computador é a redenção e/ou solução de todos os problemas, nem tão pouco sozinho ele seja capaz de muitas coisas. Nesse contexto é que entra a parceria da e com a internet segundo Valente (2005, p. 27) "interligados à internet constituem um dos mais poderosos meios de troca de informação e de realização de ações cooperativas". Com isso, percebe-se que computador e internet se complementam.

    De certo modo, isso é ao mesmo tempo inquietante e desafiador, pois é todo esse cenário apresentado pela tecnologia que educando e educador são testados. Educador que precisará criar e proporcionar meios e técnicas para manter esses educandos focados nos estudos sem perder de vista seus ideais.

    O uso das TICs, em todas as situações, por mais simples que seja, se transforma, tem outra definição, outra estrutura como afirma Kenski (2001, p.132) apud Almeida (2005, p. 41) "com o uso das TICs, o ato de ler se transforma historicamente".

    Com isso, a mudança exige um novo jeito ver e executar a mesma tarefa. É mais que um envolvimento. A tarefa de leitura envolve muito mais que um ato mecânico, é, por exemplo, amparada por diversos fatores como: gravuras, contextos, conexões, articulações entre as ideias e muitos outros fatores. 

     Ainda na visão de Kinski, o elo de ligação se faz entre e "sob diferentes formas, tais como: palavras, páginas, imagens, animações, gráficos, sons, clipes de vídeo, etc.".

    Compreende-se então que a partir de um simples clicar de mouse, um novo horizonte surge, aparecem novas possibilidades, cujos efeitos só serão percebidos no final do processo. Castells (2002, p. 69) afirma:

O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimentos e informação, mas a aplicação desses conhecimentos e dessa informação para a geração de conhecimentos e de dispositivos de processamento/comunicação da informação, em um ciclo de realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso.