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A Importância do Pedagogo em Classe Hospitalar (página 3)

3. O PACIENTE DA CLASSE HOSPITALAR

Trata-se de crianças e adolescentes em idade escolar que por longos períodos de hospitalização ficam impossibilitados de seguir o seu ano letivo.

Quando hospitalizada o paciente pode significar uma traumatização emocional porque a imagem que temos da criança é dela correndo, brincando explorando o mundo, quando hospitalizada depara-se com o impedimento de brincar e continuar a explorar o mundo, agora existe regras, procedimentos médicos que alteram sua rotina, ao seu redor só têm crianças doentes, lugar sombrio.

Alguns autores como Mitre e Gomes, estudam os impactos no desenvolvimento infantil quando ocorre uma intervenção hospitalar. Segundo os autores a hospitalização para uma criança leva a traumas, porque a afasta do seu cotidiano e de seu ambiente familiar, sendo um momento de crise que pode ser singular na sua vida. Além de tudo que foi citado poderá haver complicações no seu estado clinico levando o paciente a ficar ainda mais debilitado do que quando entrou no hospital para fazer tratamento sua rotina seu modo de vida é totalmente modificado conforme citação de Fonseca:

"Além disso, também a rotina de vida é alterada, uma vez que as refeições (agora denominadas dietas) podem não ser servidas nos horários com que, quando fora do hospital, estava habituada; cama agora de leito e as roupas não são como as de casa; cheio do ambiente é outro etc." (Fonseca 2003 p. 20).

Se levarmos em conta suas condições e educação entendemos que podemos disponibilizar um momento para aprender para criança hospitalizada, retomando assim sua condição de aprendizagem, permitindo uma reação ao explorar seus conhecimentos, levando a esquecer de um pouco seus procedimentos médico às vezes dolorido, podendo até ser reconhecido pelo paciente como um processo terapêutico.

Winnicott (2001), em seu livro A família e o desenvolvimento individual p. 247, nos mostra que a criança somente pode voltar a aprender quando se sente cuidada e com suas necessidades atendidas, e esta integração somente será possível com o estabelecimento de um ambiente suficientemente bom, no qual irá favorecer e intermediar suas experiências e angustias.

Portanto é preciso ter consideração pela criança hospitalizada, valorizando e respeitando suas condições, considerando os aspectos individuais e particulares de cada um, como sua história de vida, seus medos, suas angústias, suas crenças e sonhos, anseios, tudo isso é feito na classe hospitalar, junto com o pedagogo e muitas vezes professores, deve haver programação de início, meio, e fim e se não terminar o currículo que possa voltar à escola de onde parou na classe hospitalar, não deve haver regras nem é necessário ter um horário fixo, depende das condições que a criança se encontra, mas o mais importante é respeitar suas condições e trabalhar para o melhor aprendizado possível.

No entanto as atividades do Pedagogo fundem-se as atividades e anseios do grupo de criança internadas conforme Paula em seu livro abaixo relata:

"É necessário alertar que um dia vivido por esta criança no hospital como uma experiência menos dolorosa, vai ser marcada positivamente pelo resto de sua vida. Assim como, um dia vivenciado por uma criança no hospital de forma negativa, pode ficar gravado em sua memória como uma experiência ruim e determinar interações desastrosas com a própria equipe médica em outras internações futuras, se necessárias" (Paula, 2002, p.14).

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Como referenciar: "A Importância do Pedagogo em Classe Hospitalar" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 05/05/2024 às 13:48. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/a_importncia_do_pedagogo/index.php?pagina=2