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A Utilização de Tecnologias Digitais como Ferramenta Inovadora para a Aprendizagem Educacional: do Hipertexto a Hipermídia (página 2)

Afinal, o que são as novas tecnologias da informação e comunicação?

Chamam-se Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) as tecnologias surgidas a partir da Revolução da Informação ou da Telemática surgida principalmente nos anos 90. Caracteriza-se por agilizar e tornar virtual o conteúdo da informação, por meio da digitalização e de sua divulgação através das redes de computadores.

O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação é resultante da junção de algumas áreas como informática, telecomunicações e mídias eletrônicas: televisão, rádio, telefone, computador, videogames, incluindo casas ou automóveis inteligentes, androides reais e virtuais e jogos on-line. (Belloni, 2001, p. 21)

Como resultado dessa junção tivemos uma grande expansão das redes mundiais de telecomunicações, o que só foi possível graças ao processo de digitalização das informações, considerado uma grande revolução na produção e transmissão de diversos tipos de linguagens (a visual, a escrita e a sonora), pois quaisquer fontes de informação ou dados podem ser homogeneizados em cadeias sequenciais de 0 e 1, denominados de bits, acarretando uma compressão de dados e uma capacidade de armazenamento de informações infinita.

A digitalização das informações tem como uma de suas principais características a independência com relação ao meio de transporte pelo qual ela é veiculada, podendo ser transportadas fisicamente em discos, disquetes, etc. Entretanto a conexão direta via rede (ou on-line), por meio de uma linha telefônica e de um computador, é a mais rápida e eficiente, garantindo ainda a qualidade da informação.

Qualquer uma das linguagens pode ser transformada em informação digital. O suporte da informação, que antes era o papel, passa a ser também explorado no ambiente virtual.
Muitos autores caracterizam esse evento como uma revolução na forma pela qual nos relacionamos com o conhecimento e estudam as transformações que essa revolução vem causando nas relações sociais, econômicas e políticas. É por isso que se fala tanto sobre as novas tecnologias digitais que ainda estão no alvorecer de sua caminhada.

O nascimento de uma nova linguagem: hipertexto e hipermídia

Antes da era digital, os suportes estavam separados por serem incompatíveis. Enquanto o desenho, a pintura e a gravura figuravam nas telas, o texto e as imagens gráficas figuravam no papel, a fotografia e o filme, na película química, o som e o vídeo, na fita magnética.

Depois de passarem pela digitalização, todos esses campos tradicionais de produção de linguagem e processos de comunicação humanos passaram a constituir a chamada hipermídia (Lúcia Santaella, 2001).

Convém definirmos o que é hipermídia do ponto de vista de alguns autores e pesquisadores do assunto. Vale lembrar que George Landow (1995) não diferencia hipertexto de hipermídia, pois para ele:

[...] o hipertexto implica um texto composto de fragmentos de texto - o que Barthes denomina lexias e os nexos eletrônicos que os conectam entre si. A expressão hipermídia simplesmente estende a noção de texto hipertextual ao incluir informação visual, sonora, animação e outras formas de informação. Posto que o hipertexto, ao poder conectar uma passagem do discurso verbal a imagens, mapas, diagramas e sons tão facilmente como a outro fragmento verbal, expande a noção de texto mais além do meramente verbal, não farei a distinção entre hipertexto e hipermídia. (minha tradução)

Segundo Lúcia Santaella (2001),

Hipermídia significa a integração sem suturas de dados, textos, imagens de todas as espécies e sons dentro de um único ambiente de informação digital. O hipertexto digital trouxe de volta a linguagem verbal escrita, sob a forma inédita de vínculos não lineares entre fragmentos textuais associativos, interligados por conexões conceituais (campos), indicativas (chaves) ou por metáforas visuais (ícones) que remetem, ao clicar de um botão, de um percurso de leitura a outro, em qualquer ponto da informação ou para diversas mensagens, em cascatas simultâneas e interconectadas.


Desse modo, a tecnologia digital nos levou à virtualização da informação e da comunicação por meio da internet, e, portanto, novas formas de mensagens interativas surgiram com o hipertexto.

O hipertexto digital apresenta a linguagem verbal escrita de uma forma nunca vista, pois rompe com as sequências estáticas e lineares da leitura convencional com início, meio e fim fixados previamente. Embora possamos considerar as notas de rodapé e as ilustrações como formas de ruptura com a condição estática e física do livro, a composição deste com tópicos e capítulos representa um caminho único.
De acordo com Lévy (1993),

[...] tecnicamente, um hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos ou partes de gráficos, sequências sonoras, documentos complexos que podem eles mesmos ser hipertextos. Os itens de informação não são ligados linearmente como em uma corda com nós, mas cada um deles, ou a maioria, estende suas conexões em estrela, de modo reticular. Navegar em um hipertexto significa, portanto, desenhar um percurso em uma rede que pode ser tão complicada quanto possível. Porque cada nó pode, por sua vez, conter uma rede inteira. Funcionalmente, um hipertexto é um tipo de programa para a organização de conhecimentos ou dados, a aquisição de informações e a comunicação.
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Como referenciar: "A Utilização de Tecnologias Digitais como Ferramenta Inovadora para a Aprendizagem Educacional: do Hipertexto a Hipermídia" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/04/2024 às 08:47. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/a_utilizacao_de_tecnologias_digitais_como_ferramenta_/index.php?pagina=1