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Aprendizagem Centrada na Pessoa: Contribuições do Professor Facilitador sob o Enfoque Rogeriano (página 3)

4.2. Bases das atitudes facilitadoras

Para que haja uma relação de confiança e compreensão mutua em sala de aula, será necessário que o docente se permita transparecer aos alunos da maneira que ele é. Rogers (Rogers 1977, p.118) declara que a necessidade dos educadores não fingir seus sentimentos para os alunos, nem mesmo transferir responsabilidades para desviar-se de suas reais emoções. Exemplificando, se o docente não gosta do barulho que seus alunos fazem em determinada atividade, melhor será dizer para eles sobre seu incomodo com todo barulho explicando que este atrapalha seu raciocínio, ao invés de dizer apenas para eles que "são barulhentos" e mandar que fiquem quietos.  

Com a segunda atitude citada acima, o pedido fica ambíguo e pode ocorrer que seus alunos não entendam a real intenção do professor. Por outro lado, quando o educador é sincero e traz para si a fala dizendo que não consegue pensar com todo aquele barulho, os alunos tendem a acalmar-se, pois entendem que o docente tem a necessidade de silencio naquele momento, porque a fala de todos realmente é prejudicial para ele, pois esta sendo obstáculo para seu raciocínio. Neste sentido, sendo direto e transparente, poderá obter melhor resposta de seus alunos frente às situações cotidianas em sala de aula (Rogers, 1977, p.118).

Rogers (Rogers, 1977) aponta que na ACP é necessário que se estabeleça uma relação de confiança entre o professor para com o aluno, condição esta que da liberdade ao aluno para aprender por si mesmo, este se sente capaz quando percebe que o educador acredita em seu trabalho incentivando-o a aprender continuamente, por meio de desafios que façam parte de seu cotidiano lhes trazendo significados reais, aguçando o desejo de resolvê-los, descobrir novos caminhos, crescerem e criar novas soluções, renovando assim seus conhecimentos constantemente. Desta forma o educador desenvolverá estratégias que permitirão um clima favorável à aprendizagem e a qualidade no relacionamento pessoal de todos envolvidos (Rogers, 1977, p.120).

Além disto, o psicólogo nos alerta que quando o educador decide mudar suas estratégias de ensino tornando-se autêntico, com apreço e empatia pelo educando, não será como em um "passe de mágica" que verá as mudanças ocorrerem, ainda passará por muitos ajustes pessoais e atitudinais até que se descubra como facilitador e venha a obter os resultados de sua nova estratégia de trabalho (Rogers, 1977). O educador deve experimentar esta nova perspectiva de aprendizado para saber se consegue dar a liberdade na qual seus alunos precisam para tornarem-se autônomos e assumirem as responsabilidades desta forma de aprendizado, com o tempo perceberá que seus alunos passarão a aprender de maneira diferenciada e em ritmo próprio.

4.3. O papel do professor facilitador para Rogers

O facilitador da aprendizagem deverá ser um apoio para o educando na busca de novos conhecimentos, esses saberes serão alcançados pela autoiniciativa do aluno, que buscará conhecimento conforme seu interesse, de forma a preencher seus anseios e necessidades de forma significativa.

Neste caminhar, junto com o aluno, o professor se descobrirá como facilitador. Seu relacionamento honesto, franco e autêntico com os discentes proporcionará um ambiente, na sala de aula, com liberdade que promoverá atitudes de cooperação e levantamento de hipóteses para a solução de diversos problemas reais dos alunos.

É de extrema importância que o facilitador desafie o educando a explorar o que ainda não conhece. Este ato não deve ser confundido com o de motivá-lo, pois na óptica rogeriana, o desenvolvimento global das potencialidades pessoais acontece naturalmente pela evolução humana, sendo assim os alunos já estão abertos a novos conhecimentos por natureza (Hall e Lindizey, 1984, p. 63), por isso o facilitador deve despertar a curiosidade natural do aluno, levando-o a buscar novas oportunidades para ampliação de sua capacidade intelectual.

Da mesma forma, promoverá um clima facilitador de relações entre os alunos, onde permeie a espontaneidade na sala de aula. Para este fim, os alunos não serão reprimidos por seus erros. Este atendimento educacional permite maior aproximação, comunicação e integração entre os alunos e professor/aluno, cativando-os a ponto de que proporcione um clima favorável à participação e cooperação livre de todos. O docente, também precisa importar-se com os problemas do educando de tal forma que haja compreensão de seu mundo pessoal, e aceitação da pessoa sem restrições.

O facilitador além de prover recursos aos educandos se torna um recurso importantíssimo na sala de aula, desta maneira estará aberto ao diálogo para orientações individuais ou grupais, e, após a conversa os educandos terão a liberdade de questioná-las e confrontá-las livremente com outras informações e recursos, ampliando assim sua própria aprendizagem.

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Como referenciar: "Aprendizagem Centrada na Pessoa: Contribuições do Professor Facilitador sob o Enfoque Rogeriano" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 28/04/2024 às 17:10. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/aprendizagem_centrada_na_pessoa/index.php?pagina=2