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Bullying Escolar e Suas Influências Para o Desencadeamento do Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) e da Fobia Escolar (página 8)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como objetivo trazer uma maior reflexão sobre o tema bullying e suas influências para o desencadeamento do transtorno de estresse pós-traumático e da fobia nos ambientes escolares, no âmbito familiar e na convivência social. Compreender que o processo educativo é dinâmico se torna um dos mais importantes objetivos da formação humana, pois cada ambiente de ensino, ou cada cotidiano, em particular, possui realidade e características próprias a serem consideradas no momento da escolha dos instrumentos eficazes para uma eficiente busca pela solução dos problemas relacionados com a vida em grupos. A comunidade escolar precisa aprender a lidar com a diversidade social e a particularidade de cada indivíduo, demonstrando, de forma objetiva, as previsões legais que garantem o direito à vida, à saúde, à liberdade e que resguardem o bem-estar da humanidade.

As consequências do bullying são perceptíveis no contexto atual e afetam a qualidade do ensino oferecido pelas escolas. Não há como negar que, além das consequências físicas e psicológicas, a violência entre os jovens tem privado os professores de um convívio mais harmonioso. Estes absorvem, de maneira clara, a cultura do medo de agir. É preciso que cada componente do processo ensino-aprendizagem tenha conhecimento prévio sobre os assuntos que envolvem as barbaridades corriqueiras no ambiente educacional, mas também é necessário que estejam mais próximos das famílias. Muitos casos de perturbação e violência gerados por adolescentes são oriundos de um caos da própria estrutura familiar. No entanto, devido à complexidade do tema, não há um modelo de atuação mais ou menos adequado. Cabe aos pais, gestores e professores, encontrarem soluções que estejam devidamente adequadas à realidade de cada ambiente.

O bullying já é uma expressão natural no contexto das crianças e adolescentes. Seria na visão destes, mais uma manifestação individual e coletiva dentro de nossa organização social por parte dos jovens. Porém, a violência é uma constante em nossa sociedade e combater ao bullying é uma forma eficiente de melhorarmos como seres humanos. Para Abramovay e Rua (2002), além de constituir um importante objeto de reflexão, esse tipo de violência tornou-se, antes de tudo, um grave problema social.

A gestão escolar não tem conseguido lidar com esta questão, muitas vezes por falta de conhecimento mais profundo acerca do tema. Erradamente, muitas ações perigosas, ou até mesmo absurdas, são vistas como brincadeiras de crianças. Apelidos, zombarias, trotes, abusos físicos, ofensas verbais e o isolamento são, na visão de muitas pessoas, atividades normais do ser humano. Quando as consequências se tornam graves ou levam à morte, contudo, a preocupação aparece é nessa hora que o mau é observado, sendo traduzido como bullying. Faz-se necessário um planejamento para o estudo de casos, minucioso e antecipado, baseado nas realidades presentes no cotidiano educacional, com focos específicos em cada espaço escolar, em cada sala de aula e atuante, de forma singular dentro dos grupos dos alunos observados.

As medidas posteriores aos atos de violência nem sempre são eficazes no combate ao bullying, este fenômeno possui raízes profundas que vão além da retórica da punição. A família e os educadores tem que desenvolver a consciência da importância do tema e suas implicações na comunidade escolar e na sociedade. Erradamente justificado dessa maneira, considerado como uma expressão natural do cotidiano escolar, a escola tem sido palco de manifestações agressivas, chegando à maioria das vezes até em agressões diretas, verbais ou físicas afetando fortemente o desempenho das atividades desenvolvidas no ambiente educacional. Não há como ignorar a violência no interior das escolas. A gestão escolar não tem conseguido lidar com esta questão, muitas vezes por falta de conhecimento mais profundo acerca do tema. Procedimentos administrativos somente como, por exemplo, advertências ou expulsões são medidas que sozinhas não vão ajudar no combate ao fenômeno. Não adianta encarar o problema superficialmente, apenas com medidas paliativas ou exclusivamente repressivas. O fenômeno possui raízes profundas que vão além da retórica da punição. A família e os educadores tem que desenvolver a consciência da importância do tema e suas implicações na comunidade escolar e na sociedade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Como referenciar: "Bullying Escolar e Suas Influências Para o Desencadeamento do Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) e da Fobia Escolar" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 22/10/2025 às 00:12. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/bullying/?pagina=7