Bullying Escolar e Suas Influências Para o Desencadeamento do Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) e da Fobia Escolar (página 5)

BULLYING, AS RELAÇÕES FAMILIARES E O SOCIAL

A adaptação do aluno à escola depende, fundamentalmente, do tipo de relacionamento que o mesmo estabelece com professores e familiares. Quando tais relações se estabelecem de forma amigável e respeitosa, o ambiente escolar tende a ser agradável e produtivo. Quando resultados dessa relação não são positivos, podem surgir elementos como discriminação e estresse, podendo distanciar as partes envolvidas no processo de ensino/aprendizagem, ou seja, alunos e professores, inicialmente. Assim, Nesta fase, as relações interpessoais podem começar a ser afetadas.

Nessa concepção, o tipo de convivência entre os alunos e toda a equipe escolar, pode ter grande influência no processo sócio-educacional dos mesmos, pois as experiências podem marcar, para sempre, suas vidas. Um fato interessante é que a memória pode registrar as experiências vivenciadas com forte carga emocional. Portanto, se experiências prazerosas forem constantes nas relações interpessoais, estas poderão ficar registradas privilegiadamente na memória de cada componente da comunidade escolar, tendo a chance de tornando-se, assim, estímulos positivos e benéficos para a construção de cadeias de pensamentos dos indivíduos.

Quando se inicia o ano escolar, professores e alunos acabam criando expectativas quanto às relações interpessoais que irão compartilhar. O professor, logo no seu primeiro contato com a turma, procura deixar bem claro os seus critérios de convivência. O aluno também pode querer delimitar quais são os seus critérios, testando o professor para ver "até onde pode chegar". Nesse primeiro momento, podem ficar estabelecidos os limites entre ambos.

Muitos são os problemas enfrentados pelos professores nas salas de aula. A difícil adaptação às diferenças individuais dos alunos em razão de grupos heterogêneos, a rivalidade entre profissionais do próprio sistema de ensino, a dificuldade em cumprir as exigências dos programas escolares, a necessidade de atender ao aluno em particular e a adaptação aos diferentes ritmos da aprendizagem são alguns exemplos emblemáticos, a indisciplina, o estresse e a falta de padronização na avaliação escolar, porém, ainda são os problemas mais comuns. Segundo Fante (2005) a maioria dos professores tem necessidade de se superar e aos problemas de sua profissão, e de se conscientizar de que conflitos são parte de toda profissão que envolve relacionamento humano, e isto constitui grande desafio.

Dessa forma, é indiscutivelmente notória a dificuldade que muitos docentes quando querem agir em prol do controle e prevenção dos casos de abusos no ambiente escolar e muitos deles entendem que é preciso intervir, mas não têm ferramentas plausíveis. Outros têm apoio, mas não possuem iniciativa. Os que demonstram vontade de resolver problemas relacionados à violência escolar e ainda adquirem o apoio e planejamento advindo da comunidade escolar se deparam com a ausência de legislação específica e com a falta de respaldo jurídico.

Políticas preventivas são consideradas primordiais para a busca de soluções e diagnóstico prévio da violência e do desrespeito nos ambientes sociais. Após anos de discussões, alguns personagens importantes surgiram no elenco político e educacional e, em prol da isonomia, razoabilidade, direito à vida e a preservação da integridade física e moral, pontuaram diversas propostas que tenderam à garantia jurídica do bem-estar. O projeto de lei nº 69/09, do Vereador Gabriel Chalita - PSDB, dispôs sobre a inclusão de medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar no projeto pedagógico elaborado pelas escolas públicas de educação básica do Município de São Paulo, a promulgação dessa proposta em lei se torna, não esperança para os que crêem na justiça e na igualdade, mas garantia da paz nas escolas.

Na mesma jornada, pela garantia da educação harmônica, o Deputado Átila Nunes - DEM, apresentou, em 2009, o projeto de lei nº 2791, objetivando a política antibullting, também de caráter educacional. No Rio Grande do Sul, desde junho de 2010, se combate oficialmente a prática do bullying através das normas impostas pela lei estadual nº 13.474/10, na qual é apresentada não somente as propostas de prevenção e combate à violência escolar, mas as definições e modalidades desse fenômeno. Uma das últimas notícias favoráveis que se tem é que o projeto de lei PLS 228/10, do Senador Gim Argello - PTB/DF, foi aprovado pela Comissão de Educação do Senado Federal, podendo ser inserido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

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