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Construção do Conhecimento e Teorias da Aprendizagem (página 8)

3 RESULTADOS

3.1 ESTRATÉGIAS E FORMAS DE APRENDIZAGEM

    Ao propor uma estratégia e forma de aprendizagem com a finalidade de expor teoricamente elementos que buscam valorizar e orientar um estudo aprofundado sobre a teoria construtivista no âmbito escolar, situa-se  epistemologicamente a temática no contexto da escola atual, da pedagogia seletiva e tradicional e do professor do ensino,  partindo de uma perspectiva Piagetiana, e buscando por uma pedagogia diferenciada. 

    Desde uma posição sócio-cultural e pedagógica, apresentam-se duas dimensões pelas quais procede a escola: a seletiva e a inclusiva, sendo a primeira entendida como aquela que procede por semelhanças excluindo as diferenças, e a outra, como a que procede pela diferença para incluí-la no processo de aprendizagem.

    A partir de uma perspectiva de formação da prática docente, procura-se incentivar os professores a assumirem a autoria das experiências deles. A tomada de consciência das ações permitiria a renovação dos compromissos e as responsabilidades como professores. 

    Lino Macedo (2005) enfatiza alguns eixos fundamentais sobre os quais seria necessário refletir e se basear no momento de elaborar um projeto curricular: 1. Crítica à escola fundamental; 2. A possibilidade de construir uma escola inclusiva; 3. Os desafios para a prática docente; 4. Como devem aprender os professores e quais as competências requeridas para contribuir com essa formação; 5. Que elementos novos devem ser destacados no planejamento escolar; 6. A perspectiva construtivista para superar problemas de aprendizagem; 7. Formas de avaliação na escola; 8. O cotidiano na sala de aula; 9. A disciplina no processo educacional; e, 10. Aspectos para elaborar um projeto curricular.

    A crítica à atual escola fundamental construída sobre a cultura das semelhanças e no nível do "devem" ainda impregna o raciocínio e discurso docente, ainda que o debate na sociedade seja por uma escola sustentada na cultura das diferenças.

    É necessário saber como os educadores aprendem ou aprenderam e é, também, fundamental entender que os professores estão interessados nesse conhecimento e em entender como opera a escola tradicional vigente, especialmente, a progressão continuada. Ao considerar  importante o espaço onde eles aprendem, a sala de aula, que o professor deve vivenciar também como aluno, aberto ao desconhecido e com a consciência de que não sabe tudo e que necessita formação pessoal e profissional permanente. Nessa proposta, considera-se o contexto onde o professor aprende, seja a sala de aulas, um projeto institucional de formação continuada, a relação com os colegas, pais, a comunidade escolar, a participação em palestras, cursos, seminários e/ou congressos. 

    As atividades de aprendizagem assumidas pelos professores são interdependentes e envolvem desafios para os quais eles devem estar preparados. Assim a observação e reflexão sobre suas ações, a análise do modo de regular as trocas sociais e culturais com colegas e alunos, as escolhas e o modo de atuação, o contexto no qual aprende seus conhecimentos prévios e pesquisas realizadas por eles e por outros, tudo isso contribui para a sua formação. 

    É na formação que o professor adquire as competências e habilidades para trabalhar na escola. São consideradas três formas de competências: a) com relação a si mesmo, portanto, se realiza em qualquer contexto ou situação. Este tipo de competência favorece a cultura das semelhanças, com quem as possui e a da exclusão com quem não as possui. Representa a competência adquirida e também a perdida. b) com relação a um objeto, desde uma visão construtivista, considerando-se que os objetos representam um recurso que contribui na construção do conhecimento em certo contexto pessoal e sócio-cultural de uso para certa realização. Esse recurso se manifesta em função do uso que o aluno ou professor possa dar quanto ao que ele assimilou do máximo que ele oferece;  c) do sujeito em termos relacionais que se expressa nas mais variadas situações da vida cotidiana e escolar, permitindo articular elementos conhecidos e outros inesperados que só acontecem em contextos interativos como resultado de produções coletivas. 

    Em situações práticas, é fácil confundir competência com habilidade: a competência é uma habilidade de ordem geral, enquanto a habilidade é uma competência de ordem particular, específica. (MACEDO, 2005, p. 71)

    Na perspectiva relacional há a necessidade da habilidade tanto quanto da competência. Segundo o autor, é aquela que, como qualidade geral, coordena, estrutura, e articula a multiplicidade de concorrência, a convergência com a unicidade expressa na competição que, por sua vez, requer que o professor saiba lidar, num determinado espaço de tempo, com diferentes fatores, em diferentes níveis, permitindo mobilizar-se  para a aprendizagem no contexto da pedagogia diferenciada, que acolhe crianças ricas e pobres, com ou sem problemas de aprendizagem, sem segregação. 

    As estratégias utilizadas para o trabalho na escola diferenciada envolvem situações de aprendizagem, situações problema, jogos com oficinas ou com tutorias. A autonomia, o envolvimento e a cooperação entre professores e a comunidade escolar, com as diferenças e singularidades existentes. Sendo assim, é fundamental tomar decisão em contexto de incerteza, concorrência, confronto, conflito, ou oposição, na qual, implica correr riscos, e assumir os medos, seja nas atividades em sala de aula ou a nível institucional. 

    Sob este aspecto, ser competente, é ter criatividade, inventividade, criticidade, mobilidade, e fazer uso de esquemas que permitam organizar o pensamento, as ações e condutas que possibilitem experiências físicas, sociais e lógico-matemáticas. Saber o "como" e o "porquê" do agir do professor que orientem as atividades racionalmente. 

    No quotidiano escolar, acredita-se que o professor deva administrar bem o tempo e espaço escolar, o ritmo, as narrativas, os imprevistos, os obstáculos, selecionar bem os objetivos e tarefas escolares, dosar os conteúdos, construir a convivência,  a avaliação e assim fazer uso da competência relacional. Para isso, desde uma perspectiva construtivista, deve-se preocupar com a articulação das diferenças numa proposta curricular diferenciada para o qual é necessária uma comunicação eficaz e significativa na sala de aula. 

    O fazer em sala de aula envolve antecipação, regulação e observação, procedimentos necessários para o planejamento do semestre e ano letivos. Durante um tempo estipulado, os professores, coordenadores, diretores, secretários de educação e todos os que foram convocados reúnem-se para, a partir da reflexão sobre a cultura da escola, as experiências habituais e a situação social e política da educação fundamental, a fim de construir uma proposta de escola inclusiva.

    Em contrapartida, o "sujeito epistêmico", segundo Piaget (1975), tem problemas a resolver, procedimentos a construir, compreensões a formular. Nos sucessivos estágios de desenvolvimento, a criança vai progredindo, o que não acontece com crianças com problemas de aprendizagem, frustradas na sua expectativa e desejo de aprender. 

    Assim, a psicopedagogia reflete as necessidades interdisciplinares do processo de aprendizagem onde a dialética sujeito e objeto é irredutível, complementar e indissociável. Em uma perspectiva construtivista, Macedo (2005) apresenta duas visões dos problemas de aprendizagem: a primeira vista em uma dimensão interna, de desenvolvimento do sujeito, e a segunda, como alguma questão externa, conhecida ou desejável para os outros. Assim, o psicopedagogo, reconhecendo esses enquadramentos, pode pensar as dificuldades de aprendizagem da criança e adotar os procedimentos de intervenção-pedagógicos ou terapêuticos  mais adequados.

    Para Macedo (2005), o quotidiano de sala de aula exige lidar com as práticas concretas e com outras não muito visíveis que produzem indisciplina, dispersão, desorganização, problemas no planejamento, bem como desperdício de tempo, espaço e dinheiro. Para isso, registros, observações, reflexões, consultas com colegas, queixas etc. são bem-vindas como elementos que podem promover ações favoráveis ao trabalho docente e à aprendizagem na interdependência tempo, espaço, objetos e relações escolares. Todavia, os objetos usados pelo professor e o aluno na sala de aula são fundamentais junto ao desenvolvimento de competências específicas para o seu uso.

    Tornando-se importante neste contexto o relacionamento sujeito e objeto além da relação docente e aluno, a interação entre as crianças e com as tarefas. Por isso, o relacionamento implica envolver-se, responsabilizar-se, cooperar, cuidar e conviver com outros, gerando autonomia no desenvolvimento da criança durante a aprendizagem.

    Nesta proposta de escola inclusiva, considera-se  relevante a disciplina no processo educacional. Após analisar, refletir e enumerar definições sobre a proposta de disciplina na escola, permite-se propor uma (disciplina) com relação ao tempo, ao espaço, aos objetos e aos relacionamentos de modo inter-relacional no processo de conhecimento. Tal função seria de mediadora no processo de conhecimento, estando a serviço dos sentimentos e valores envolvidos e assim possibilitando o encontro subjetivo entre o que se é e o que se pretende ser.

    Portanto, a formação da disciplina na criança envolve a norma, a atitude e o valor na realização de atividades no contexto escolar. 

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Como referenciar: "Construção do Conhecimento e Teorias da Aprendizagem " em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 21/10/2025 às 06:04. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/construcaoconhecimentoeteorias1/?pagina=7