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Práticas Educativas na Formação de Crianças Leitoras na Educação Infantil (página 2)

Gadotti (1988, p.51 e 52) nos faz entender que "o meio escolar, o espaço físico e o humano são elementos que podem tanto ser motivador para os alunos quanto inibidor das disposições da aprendizagem".  Devemos considerar o aluno dentro e não fora do contexto em que vive, respeitando e criando meios para favorecer a este aluno as condições necessárias para o seu desenvolvimento.

Segundo Martins (1993, pg. 107), as grandes dificuldades da aprendizagem, tem sido problema de desmotivação, quando o professor não consegue diagnosticar os interesses e necessidades de seus alunos em considerar as diferenças individuais.

Nos dias atuais, como temos visto em palestras e aulas ministradas, a concepção social do alfabetizado vem mudando gradativamente, pois o que se requer de uma pessoa alfabetizada hoje é bem diferente do que se queria em meados do século 20. Hoje não é mais suficiente saber assinar o nome e conseguir ler instruções simples. Do ponto de vista da prática social da escrita e da leitura no mundo contemporâneo, temos uma complexidade cada vez maior. O uso de leitura e escrita tornou-se muito freqüentes e variadas.

O aluno aprende pela participação em atividades de leitura, resoluções de problemas, ouvindo e sendo ouvido, participando de atividades em grupo de trabalhos. A interação homem x homem x cultura, o processo de ler e escrever vai além, pois através das relações sociais o desenvolvimento e o crescimento do ser como homem, leva-o a construir, organizar e reorganizar pensamentos. 

Sabemos que ainda há um grande número de professores tradicionais que não mudaram em quase nada e continuam usando cartilhas para alfabetizarem seus alunos. Muitas das vezes a instituição escolar é ainda é muito conservadora, muda com dificuldade, a passos lentos. Mas, devemos crer que o mais importante é ter consciência de que ela, a escola, não está definida para sempre. O que vem ocorrendo fora dela afeta em muito, para isto ela não pode fechar os olhos. O avanço tecnológico vem contribuindo em muito para auxiliar aos educadores nas suas ações educativas.  Devemos lembrar que o ser humano é um construidor, organizador e reorganizador do seu próprio eu e de sua cultura.

Acreditando que a Prática pedagógica na Educação Infantil necessita de mudanças, que deve ser mais desafiadora, o educador deve crer na capacidade de aprendizagem da criança e isto deve levá-lo a repensar o significado da leitura e da escrita. A primeira ação sala de aula da Educação Infantil é colocar a leitura e a escrita como objeto principal no dia a dia do aluno. Isto porque, segundo Grossi (1990, pg. 8):

a língua escrita é um objeto social e não esta democraticamente distribuída pelos diferentes setores da população. Há crianças que crescem em ambientes onde a leitura e a escrita estão presentes, enquanto há crianças cujos ambientes não oferecem estas condições.

Segundo Grossi (1990), responsável pelo Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia da Pesquisa e Ação (GEEMPA), estuda crianças da periferia em Porto Alegre, observou "que no desenvolvimento do processo de alfabetização a criança apresenta dois momentos bem nítidos" um onde o sujeito julga escrever com desenhos - e outro no qual se usam sinais gráficos". (1990, p. 18)

Como educadores temos que assumir as responsabilidades que se encontram diante de nós, possibilitando assim a oportunidade de buscarmos empreender, inovar, criar e renovar nossas atitudes para que tanto nós como nosso aluno venha a crescer em conhecimento de si mesmo e do meio o qual está inserido.  Para tanto, é necessário compreender melhor o que vem a ser educação.

A educação é ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fossem a renovação e a vinda dos novos e dos jovens. A educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as em vez disto com antecedência para a tarefa de renovar um mundo comum. (Arendt, 1972, p.274 - apud, Veiga, 2001)

Entendemos então, que educar é um ato de amor que leva a criação, formação e transformação.

Conforme foi observado no período de estágio supervisionado, a prática educativa na formação de crianças leitoras está aquém das propostas em Projeto Político Pedagógico. O que pudemos notar que as atividades são apresentadas as crianças em material mimeografado, com diretrizes já traçadas pelos professores e ADI's, não permitindo a criança criar, buscar e inventar. São atividades em que todos devem fazer exatamente como o modelo que o professor propõe. Diante disto, para desenvolvermos uma prática educativa que venha fazer surgir o novo, buscamos respaldo nos referenciais teóricos, que nos ofereceram instrumentos e possibilidades de ver a criança no seu processo de aquisição da escrita, uma vez que trabalhando a escrita estamos utilizando a comunicação, essencial para as relações entre os seres humanos. Procuramos verificar o que a criança sabe e o que não sabe o que ela trás como experiência de vida.

A problemática levantada se é possível uma criança produzir textos orais e escritos antes de aprender a ler e escrever, nos levou a desenvolver diferentes ações educativas na educação infantil, observando o desenvolvimento da criança em seu processo de leitura, e a aquisição de conhecimentos que podem ser considerados relevantes. Foi nesta perspectiva que nos como educadores, buscamos nos orientar através da visão da criança como ser social, ser de relações e que vive em sociedade, pois são crianças cidadãs, com características, histórias, com diferenças regionais, sociais, crença e também etnia. É um organismo que pensa, sente e atua no seu meio.
Como a aprendizagem da leitura e da escrita não se dá espontaneamente muito pelo contrário, exige uma ação comprometida do educador e, portanto, é necessário que este tenha qualificação para poder ensinar. Para tanto as ações educativas exigem planejamento e decisões acertadas para que tenha um resultado positivo com relação à aprendizagem da criança na educação infantil. E essas decisões são tomadas em função do que se considera nesse processo; por exemplo, as experiências que a criança teve ou não em relação à leitura e à escrita, vão levar o educador definir o que será trabalhado.

Entendemos que a comunicação entre as crianças com seu meio se manifesta através da oralidade, ouvir histórias, contato com livros, álbuns, etc. e que isto pode levá-las à construção da linguagem oral e escrita, possibilitando assim transformá-las em crianças leitoras.

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Como referenciar: "Práticas Educativas na Formação de Crianças Leitoras na Educação Infantil" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 28/04/2024 às 05:48. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/criancasleitoras/index.php?pagina=1