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Psicopedagogia: Um Novo Olhar Frente à Disortografia (página 4)



5.1 CARACTERÍSTICAS DA DISORTOGRAFIA

A principal característica de um sujeito disortográfico é a confusão que ele  apresenta  com as letras, sílabas e trocas ortográficas já trabalhadas em sala    de    aula    pelo    docente.    Outras    características    são    as    inversões, aglutinações, omissões e desordem na estrutura da frase.

Sampaio (2009:129) descreve algumas características de indivíduos que apresentam  quadros  de  disortografia,  são  elas:  Trocas  de  letras  que  se parecem:    faca/vaca,    chinelo/jinelo;    confusão    de    sílabas:
 
encontraram/encontrarão;    adições:    ventitilador;    omissões:    cadeira/cadera, prato/pato; fragmentações: em saiar, a noitecer; inversões: pipoca/picoca e junções: no meiodatarde, voltarei maistarde.

5.2 TIPOLOGIAS DA DISORTOGRAFIA

Torres  (2002:86)  diferencia  sete  tipos  de  disortografia:  disortografia temporal  onde  o sujeito não é capaz de ter uma visão clara dos aspectos fonéticos  da  cadeia  falada  com  a  ordenação  e  separação  dos  elementos. disortografia  perceptivo-cinestésica  que  se  centra  na  incapacidade  que  o indivíduo tem para repetir os sons, verificando as  substituições no modo de articular os fonemas. Disortografia cinética onde se percebe uma deficiência de ordenação e sequenciação dos elementos gráficos gerando erros de união - separação;  a  disortografia  visuo-espacial  que  é  alteração  perceptiva  da imagem  dos   grafemas;  disortografia  dinâmica  que  verifica  alteração  na expressão  escrita  das  ideias  e  na  estrutura  sintática  das  proposições;  a disortografia semântica onde a análise é indispensável para o estabelecimento dos limites das palavras  e a disortografia cultural  onde o  aluno apresenta dificuldade na aprendizagem da ortografia convencional.

Para este autor a disortografia compreende somente erros na escrita, pois o sujeito disortográfico não tem que necessariamente apresentar erros na leitura.

5.3 ESTRATÉGIAS EFICÁZ NO AMBIENTE ESCOLAR

Incentivar  a  percepção  e  memória  visual  do  aprendente,  utilizando recursos  como  cartaz  de  números  e  letras,  o  docente  pode  espalhar  os cartazes pela sala de  aula, deixando a vista dos alunos. O professor deve sempre elogiar as produções do educando, principalmente quando ele escrever corretamente, isso levantará sua autoestima.

É importante que o docente observe as trocas mais frequentes que o aluno  apresenta, assim, poderá planejar e realizar atividades mais diretas, relacionadas a essas dificuldades. Trabalhar o lúdico, incentivar a brincadeira, o jogo e a música, desta forma a criança tende a se interessar pela atividade.

Estabelecer relações do conteúdo que o aluno já aprendeu com o que esta aprendendo. A sala de aula deve ser um ambiente agradável e favorável a aprendizagem.    Promover    a    valorização    das    habilidades,    atitudes    e conhecimento que o aluno tem, oportunizando que ele possa desenvolvê-las de maneira satisfatória. O Educador deve despertar a curiosidade e o interesse do educando, assim o ato de ensinar e aprender torna-se eficaz e prazerosa.

O Professor enquanto mediador do processo de ensino deve buscar orientações acerca das dificuldades de aprendizagem apresentada pelo aluno, a fim de buscar soluções e desenvolver um trabalho consciente e que promova a satisfação e o bem estar de todos.

Não  deve  tratar  as  dificuldades  de  aprendizagem,  como  algo  sem solução,  mas  sim  como  um  desafio  diário  que  faz  parte  deste  processo. Identificar precocemente a complexidade, para que as devidas medidas sejam tomadas, evitando assim o sofrimento prolongado do aluno.
 
Pain  (1992:32)  aponta  que,  na  ideia  de  Freud,  os  problemas  de aprendizagem  não  são  erros:  ?...  são  perturbações  produzidas  durante  a aquisição  e  não  nos  mecanismos  de  conservação  e  disponibilidade...?;  é necessário procurar entender os  problemas de aprendizagem não somente sobre o que se está fazendo, mas também sobre como se aplica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A  Leitura  e  a  escrita  de  igual  modo  constituem-se  como  um  dos caminhos  à  busca  do  conhecimento  e  do  aprendizado.  Por  outro  lado,  o indivíduo    que    não    desenvolve    o    hábito    e    o    prazer    pela    leitura    e consequentemente  pela  escrita  (produção)  encontrará  dificuldades  nesse contexto. O aprendizado deve ser considerado como um processo natural na evolução do ser humano.

Para alcançar resultados positivo é necessário desenvolver um trabalho em conjunto  entre a família, instituição de ensino  e  professores, a fim de alcançar o objetivo desejado: o desenvolvimento da aprendizagem do aluno. É importante  que  pais  e  professores  conheçam  a  criança,  para  que  juntos possam identificar o quanto antes algo que não esta bem.

Em tese o docente precisa estar envolvido de conhecimentos para que possa  criar  e  diversificar  estratégias  que  envolvam  o  aluno  no  ambiente escolar, promovendo a igualdade do aprender deste aluno, que esta em uma constante busca pela aprendizagem.  Assim como, reconhecer e respeitar a singularidade do educando, com intuito de identificar as DA conduzindo-o a fim de garantir o sucesso no ambiente escolar.

REFERÊNCIAS

BARBEIRO, L. Aprendizagem da ortografia. Porto: Edições Asa, 2007

Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições  clínicas  e  diretrizes  diagnósticas.  Organização  Mundial  de Saúde (Org.). Porto Alegre: Artes Médicas, 1992

COLLARES, C. A. L. e MOYSÉS, M. A. A. A História não Contada dos
Distúrbios de Aprendizagem.  Campinas: Papirus, 1992

DROUET, Ruth C. R. Distúrbios da Aprendizagem. São Paulo. Ed. Ática,
1990 p. 96 - 31

JARDIM,  Wagner Rogério de  Souza.  Dificuldades  da aprendizagem no ensino   fundamental.  Manual  de  identificação  e  intervenção.  Edições Loyola, 2001

MORAIS, António Manuel Pamplona.    Distúrbios da Aprendizagem: Uma
Abordagem Psicopedagógica. 12ª ed, São Paulo. Ed. EDICON, 2006.

PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem.
Tradução de Ana Maria Netto Machado. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992

PEREIRA,  Rafael.  Dislexia  e  disortografia  -  Programa  de  intervenção.
Montigo: Humanity Friends Book, 2009
 
SAMPAIO, Simaia. Dificuldades de aprendizagem: a psicopedagogia na relação sujeito, família e escola / Simaia Sampaio. Rio de Janeiro: Wak Ed.,
2009

SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar, o problema escolar e de aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1994

TORRES, R. & FERNÁNDEZ, Dislexia, Disortografia e disgrafia. McGraw- Hill de Portugal, 2002.

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Como referenciar: "Psicopedagogia: Um Novo Olhar Frente à Disortografia" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 18/10/2025 às 20:29. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/disortografia/?pagina=3