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Educação Tecnológica: um Panorama Histórico (página 2)

1.1. Breve evolução histórica

O ser humano sempre buscou superar dificuldades para sua subsistência e suprir as necessidades básicas da forma mais simples possível. Pois, "hoje a tecnologia é, na prática, sinônimo de ciência aplicada, e as tecnologias básicas (agricultura, construção, cerâmicos e tecidos) foram originalmente empíricas e transmitidas de uma geração para outra, enquanto a ciência no sentido de pesquisa sistemática das leis do universo, é um fenômeno relativamente recente" (WILLIANS, 2009, p. 12) Os romanos, do séc. V a.C ao III, devido à necessidade de deslocamento de tropas por grandes   distancias , e de abastecimento com vários tipos de produtos para estas mesmas tropas em curso ,precisavam ser criativos em diversas áreas, em especial na construção civil, construindo várias estradas, pontes, aquedutos e prédios de todo tipo e tamanho.
                          
Na Idade Média (séc. V ao XV), houve um breve recrudescimento do desenvolvimento científico, mas com o advento da Idade Moderna (séc. XV ao XVIII) e as grandes navegações europeias, as ciências e as artes tiveram um grande impulso e, sobretudo, uma forte razão para se desenvolverem. Foi imprescindível projetar navios mais resistentes, e a Escola de Sagres em Portugal, era um ponto de encontro de trocas de informações sobre a arte de construir e navegar. O mundo se tornava menor e, devido aos interesses políticos e financeiros, o comércio se expandiu para regiões que antes não eram consideradas, e nascia então o que chamamos hoje de globalização da economia. No século XVIII, a Inglaterra vivencia um dos fatos históricos que mais iriam modificar o conceito de sociedade e de economia até então conhecido, a Revolução Industrial, que realizou "a primeira conversão de uma economia rural e artesanal, para uma economia dominada pela manufatura urbana e de propulsão mecânica" (MC NALL BURNS, 1980, p. 513).
                          
Ela foi o advento da produção por meio de máquinas mais eficientes, movidas a vapor, e sendo assim, a produtividade aumentou e novas relações de produção surgiram.  "A educação inglesa era considerada uma piada de mau gosto, devido à baixa qualidade e desorganização, embora suas deficiências fossem um tanto compensadas pelas escolas do interior do país e pelas universidades democráticas" (HOBSBAWN, 2008, p. 53). A capacidade inventiva de artesãos, mecânicos, agricultores, carpinteiros, pedreiros e outros profissionais, foi o que realmente impulsionou de forma segura o processo de industrialização.
                         
Logo que os portugueses iniciaram o processo colonizador no Brasil em 1530, o trabalho já possuía algumas características interessantes "pois ao contrario dos espanhóis, que logo encontraram jazidas de metais preciosos em sua s colônias americanas, os portugueses, além de estar às voltas com contrabandistas estrangeiros que ameaçavam sua posse sobre o território brasileiro, não tiveram a sorte de descobrir uma riqueza de fácil exploração" (VICENTINO, 1998, p. 71).
                         
Em 1808, a Família Real lusa chega ao Brasil, e D. João "criou uma escola superior de medicina, outra de técnicas agrícolas um laboratório de estudos e análises químicas e a Academia Militar Real" (GOMES, 2008, p. 217). Porem todas elas voltadas para os filhos das famílias mais abastadas, de grandes comerciantes, oficiais das Forças Armadas, parentes de clérigos do alto escalão, grandes traficantes de escravos.  No Brasil, o pouco que há de melhor, durante muitos anos, foi um monopólio da elite e uns poucos privilegiados. D. João VI não possuía visão e capacidade empreendedora suficiente para realização do início do processo de industrialização, pois lhe faltava criatividade, ambição, mentalidade progressista nesta área da economia, pois o Brasil ainda era visto como um apêndice de Portugal.
                         
Sendo assim, após 1840, com a ascensão de D. Pedro II no poder, iniciando o Segundo Reinado, (o Primeiro Reinado refere-se ao Governo de D. Pedro I, de 1822 a 1831), começam a chegar os primeiros imigrantes, após a abolição da escravidão, "o maior numero vinha da Itália, e o segundo de Portugal e terceiro da Espanha, sendo que esses imigrantes eram facilmente assimilados pela sociedade e pela cultura brasileira" (SKIDMORE, 1998, p.105).
              

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Como referenciar: "Educação Tecnológica: um Panorama Histórico" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 05/05/2024 às 18:10. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/educacao_tecnologica_panorama/index.php?pagina=1