Que Homens Educamos Hoje? (página 4)

Após esse seminário diversos encontros e seminários sobre a reformulação dos cursos de pedagogia e licenciaturas foram ocorrendo, ampliando a produção de dissertações e teses surgem em revistas, sem contar que o Comitê pró-formação do educador (1980) transformar-se em Comissão nacional de Reformulação dos Cursos de Formação do Educador (1983) e posteriormente, em 1990, em Associação nacional para Formação Profissional de Educadores.

E a luta pela melhora na formação do profissional da educação continua até mesmo nos dias de hoje, sendo que recentemente os cursos de pedagogia, de âmbito nacional, sofreram várias alterações sendo a mais importante dela a extinção das habilitações existentes após se completar o curso de pedagogia.

De acordo com a Lei 9.394/1996:

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (Artigo 62º - p. 22)

A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. (Artigo 64º - p. 23)

Ou seja, nos dias de hoje é exigido nível superior para execução de cargos tanto de profissionais educacionais quanto de profissionais administrativos ligados a educação. Porém, por um lado o governo exige o curso superior com intenção de melhoras na formação do profissional da educação de outro surgem diversas universidades particulares que oferecem cursos com uma carga horária inferior a outras universidades, cursos ministrados à distância - mais conhecidos como semipresencial - deixando assim a formação do profissional a desejar.

Sem contar que após a conclusão do curso superior o governo oferece alguns cursos que promovem no auxilio do aperfeiçoamento do profissional da educação, tentando de certa forma amenizar o problema da má formação do profissional, mas claro, tudo com o seu fundo de interesses políticos, afinal como disse anteriormente a educação passa a ser programa do governo deixando para trás o seu verdadeiro significado, e por conseqüência vem a falta de interesse profissional, desvalorização, má remuneração, etc.

Mas cabe ao professor procurar sempre expandir seus conhecimentos, não se deixar influenciar, pois teorias políticas.

Enfim educação e a formação do profissional da educação é um processo histórico que vem se desenvolvendo há milhares de anos e assim ela irá continuar, elas devem buscar educar, aprimorar, orientar, formar, questionar, se modificar, se construir, conceber uma emancipação e entre diversos atos que tenham o objetivo de trazer sempre mais benefícios ao ser humano e a sociedade na qual ele está inserido e não apenas se limitar ao ato de formarmos cidadãos e apenas causando um "fingimento" de transmissão de conhecimento, afinal ainda há esperanças disto ocorrer:

"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean Piaget)

"A educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana, com todos os seus poderes funcionando com harmonia e completa, em relação à natureza e à sociedade. Além do mais, era o mesmo processo pelo qual a humanidade, como um todo, se elevando do plano animal e continuaria a se desenvolver até sua condição atual. Implica tanto a evolução individual quanto a universal." (Friedrich Froebel)

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda." (Paulo Freire)

REFERÊNCIAS

AGOSTINHO. De Magistro. Rio Grande do Sul: Universidade do Rio Grande do Sul - Instituto de Filosofia, 1956.

AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

CAMBI, F. História da Pedagogia. São Paulo: UNESP, 1999.

DEWEY, J. Democracia e educação: introdução à filosofia da educação. 3 ed. São Paulo: Cia Ed. Nacional, 1959.

ENTRE LES MURS. Laurent Cantet. França: Caroline Benjo e Carole Scotta, 2008. DVD 128 minutos, som, colorido, legendado.

FERREIRA, Aurélio B. H. F. Mini Aurélio Século XXI Escolar. 4ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

Frases sobre a educação. Home Page do defensor do Código Aberto < http://www.sitequente.com/frases/educacao.html> Acessado em 30 de Julho de 2009.

JEAGER, W. Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo: Matins Fontes, 1986.

LEI DE DIRETIRZES E BASESDA EDUCAÇÃO NACIONAL. Home Page do defensor do Código Aberto < http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf> Acessado em 03 de Agosto de 2009.

MARROW, H. História da Educação na Antiguidade. São Paulo: EPU, 1975.

MARTINS, P. Didática e as contradições da prática. Campinas: Papirus, 1998.

PIMENTA, S. (org). Didática e formação de professores: percursos e perspectivas no Brasil e em Portugal. São Paulo: Cortez, 1997.

PIMENTA, S. (org).  Pedagogia: ciência da educação?. 2ed. São Paulo: Cortez, 1997.

PLATÃO. A República: Livro VII. Lisboa: Guimarães, 1962.

ROUSSEAU, J. Emilio ou da Educação. São Paulo: DIFEL, 1968.

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