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Que Homens Educamos Hoje? (página 3)

A perspectiva da escola nova não era transmitir o conhecimento ao aluno, mas sim o ajudá-lo a construir o mesmo, pois Dewey não via a educação como um processo acabado, mas sim algo a ser construído. Dewey considera de extrema importância a experiência, sendo que para se chegar a uma solução é preciso ir à prática.

Coloco como alternativa o processo educativo de Jonh Dewey, pois a vejo como um ato de educar e não de formar cidadãos como temos nos dias de hoje, precisamos educar os jovens, ajudá-los a se desenvolver intelectualmente e fazer com que sintam interesse com aquilo que estão aprendendo. Não posso desconsiderar que a teoria de Dewey também visava à formação moral e ético do individual, mas seu objetivo é que o próprio individuo "se forme" e não se deixe ser "formado".

Mas não é só o processo educacional que interfere na formação do homem, um fator essencial deve ter seu destaque, falo da formação do professor afinal é ele quem irá desenvolver na escola o processo educativo e formativo do aluno.

Atualmente o professor sofre um grande descaso e não é mais visto como um ser de saberes, ou seja, há uma desvalorização social e econômica da profissão docente levando assim a deterioração do exercício profissional.


Uma conseqüência, talvez a mais decisiva, é que a educação passa a ser programa do governo e perde então a característica que até então possuía, de iniciativa e criatividade individual. O Educador passa a ser um dos elementos do sistema e não mais aquele que lidera uma idéia perseguida de forma isolada. Juracy Marques (1975, p. 97).
(...) O descaso com que a educação é tratada pelos governos não pode ser desconsiderado, cujas as conseqüências refletem nos salários, na carreira, na formação do magistério, o enfraquecimento do campo profissional do educador escolar, etc. Selma G. Pimenta (1997, p. 79).

Ao vermos nos dias de hoje a existência dos cursos superiores especializados na formação de professores, em destaque ao curso de pedagogia, jamais imaginamos que há alguns anos atrás essa realidade era completamente oposta. Para que houvesse a necessidade de um aperfeiçoamento na formação dos professores a sociedade em si teve que se dar conta de que a educação é um fator de desenvolvimento e para que esse desenvolvimento ocorre-se da melhor maneira possível surge à necessidade de se formar um "novo professor", uma formação cuja preparação didática seja embasa em conhecimentos científicos.

No final da década de 70 surgiram inúmeros estudos sobre o curso de pedagogia e os cursos de formação de professores no Brasil, surgindo assim estudos visando à proposta de reformulação do sistema de formação de educadores.

No período do Império os estudos pedagógicos realizavam-se nos cursos de formação de magistério, as chamadas escolas normais, mas é entre 1835 e 1846, no chamado Período Regencial, que são criadas no Rio de Janeiro, Bahia, Pará, Ceara e São Paulo essas escolas. Porém elas não deram certo por se tratarem de improvisos, algo instável e de baixa eficácia na formação dos educadores.

Por volta de 1889, quando se inicia o Período Republicano destaca-se a implantação da reforma republicana do ensino público (1890- 1896). Em relação à formação profissional do professor ela se incluía no 4º ano de curso normal, sendo uma disciplina com caráter de fundamentação pedagógica: pedagogia e direção de escolas. Neste período também a religião católica dispôs de escolas superiores e secundárias espalhadas pelo país, ou seja, a pedagogia tradicional era a que mais predominava.

Após a guerra de 1914 as idéias da Escola Nova começam a influenciar a educação brasileira. Este movimento desenvolveu um amplo desejo e necessidade de renovação escolar em torno da idéia de reconstrução educacional para o desenvolvimento social e econômico do Brasil.

Mas é em 1932 que, Anisio Teixeira, propõe a criação da "ESCOLA DE PROFESSORES", sendo esta a primeira escola destinada à formação de professores em nível superior, porém interrompida em 1938. Em 1937 o governo de Getulio Vargas cria a Universidade do Brasil - Decreto Lei nº 1.190/ 1939 - que recebeu o nome de Faculdade Nacional de Filosofia. Esta é a primeira vez na história do país que aparece na legislação um curso

Valni Chagas orienta no texto do Parecer 251/62 o curso de pedagogia a formar o especialista em educação (bacharelado) e o professor dos cursos de magistério em nível de 2º grau (licenciatura), ambos com quatro anos de duração.

É no final da década de 60 e inicio da década de 70 que o "tecnicismo educacional" adquire nova roupagem, o pensamento educacional gira em torno da elaboração de uma "ciência da educação". A ação do regime militar na reforma do sistema de ensino teve duas leis cassadas: Lei nº 5.540/68 (Reforma Universitária) e a Lei nº 5.692/71 ( Reforma do Ensino de 1º e 2º graus).

Lei nº 5.540/68 (art. 30) ? "a formação de professores para o ensino de 2º grau, disciplinas gerais ou técnicas, bem como o preparo de especialistas destinados ao trabalho de planejamento, supervisão, administração, inspeção e orientação, no âmbito de escolas e sistemas escolares, far-se-a em nível superior".

O parecer 252/69 do Conselho Federal de Educação, de autoria de Valnir Chagas, redefine assim o currículo e a duração do curso de pedagogia, sendo que ao aluno seria formado de acordo com a habilitação que o mesmo escolhe-se, sendo elas: Ensino de disciplinas e atividades práticas dos cursos normais (magistério de 2º grau), orientação educacional, administração escolar, inspeção escolar e planejamento educacional. Vemos aqui algumas características presentes na formação de professores até o ano retrasado, a presença das habilitações que por sua vez, por volta do ano de 2007, foram extintas.

Este parecer então adéqua o curso de Pedagogia à Reforma Universitária de 1968. Sem duvidas esse parecer, 252/69, traz ao curso de Pedagogia uma identidade fixando assim com mais clareza os estudos teóricos necessários "a formação do pedagogo".

No final da década de 70 faltou muito pouco para que o curso de pedagogia deixa-se de existir e junto a ele a profissão de pedagogo. Com a intenção de instituir oficialmente políticas de formação de profissionais da educação, Chagas elabora para o Conselho Federal de Educação vários documentos sobre o assunto, inclusive a indicação de nº 70/76 que se tratava do preparo de Especialistas em Educação, estabelecendo assim que os especialistas seriam formados por meio de habilitações.

Ainda no final da década de 70 os educadores progressistas conquistaram mais espaço no país, e apesar das indicações Valnir Chagas, já mencionadas anteriormente, não se oficializaram elas fizeram com que muitos educadores interessados na discussão da formação dos profissionais da educação se mobilizassem, e foi a partir do 1º Seminário de Educação Brasileira em 1978 realizado na Unicamp (Campinas / SP) que o debate conquista território nacional.

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Como referenciar: "Que Homens Educamos Hoje?" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 22/10/2025 às 12:06. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/educarhomens/?pagina=2