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Que Homens Educamos Hoje? (página 2)

Um grande motivo que influenciou Platão a pensar esta teoria da educação foi à presença dos sofistas, que eram vistos como professores, na sociedade na qual ele vivia. A implicância de Platão se dava pelo fato dele perceber que na verdade os sofistas além de cobrarem pelas "aulas" que estavam lecionando, não ensinavam os indivíduos a raciocinarem de verdade, mas sim a adquirirem o dom do convencimento das pessoas, algo negativo para ele, afinal convencer não é semelhante ao processo de aprender.

Por acreditar que nós vivemos no mundo das sombras das idéias, Platão concebe a sua teoria da educação como uma maneira de nos libertarmos das correntes que nos prendem a este mundo, e conseguirmos nos desenvolver para assim poder alcançar a verdadeira fonte da sombra, o mundo das idéias. Este processo de libertação de Platão pode ser visto em A Alegoria da Caverna, em seu livro VII A República.

Porém a teoria de Platão não pode ser vista na prática afinal, para poder se tornar um governante justo este processo demoraria mais de 50 anos, algo considerado lento e inviável naquela época.

Até os anteriores pensadores, percebe-se em grande ênfase a preocupação na formação de um homem integral, algo que não é mais visto nos dias de hoje, sendo que a maior preocupação das escolas é educar os alunos para ingressarem em uma universidade pública (a mais cobiçada atualmente) para assim alcançar o desejado sucesso. Mas se Platão estivesse presente nos dias de hoje ficaria impressionado afinal das contas a escolha da profissão a ser seguida pelo indivíduo acontece por volta dos 18 - 20 anos de idade, uma diferença muito relevante para o filosofo citado, que na sua teoria considera um ser preparado e pronto a partir dos 50 anos de idade. Veja que os valores estão sendo dispersos e não se busca mais um homem completo / perfeito, mas um que saiba encenar muito bem isto ou até algumas das partes.

Apesar de não ter em prática o que visava na teoria, Platão acabou influenciando diversos pensadores, sendo um deles Santo Agostinho (354 - 430). A teoria do Santo tinha como objetivo a educação como meio de encontrar a felicidade  "feliz é aquele que conhece a verdade e não aquele que a busca, sendo a felicidade a ser alcançada: Deus. Acredita que nada é criado, mas sim que as idéias já foram plantadas por Deus durante o nascimento e que durante o processo de educação acontece um processo de recordação das mesmas".

Para Santo Agostinho ninguém é feliz se não conhece a verdade, e que todo homem é capaz de encontrar a verdade, porém se deduz que só quem é sábio é feliz ou quem a ignora é infeliz. A verdade na qual Santo Agostinho se refere só pode ser revelada por Deus, e os modos de se chegar a ela seriam através do exercício de reflexão (luz divina) e contemplando a luz divina.

O professor tem como função fazer com que o aluno re-memorize a verdade, ninguém ensina ninguém, o único que pode ensinar é Deus através da revelação divida. Ou seja, o aluno não aprende, mas sim re-memoriza. Educar seria então encontrar o melhor caminho para se chegar à verdade, a Deus.

Percebe então em Santo Agostinho uma preocupação na formação intelectual do ser humano, na formação de um ser que vivia de verdades.

Rousseau (1712 - 1778), por sua vez, preocupa-se sim com a formação intelectual do homem, em formar um homem que esteja pronto para o mundo, porém vê na educação voltada para natureza e/ou natural a maneira de se alcançar este propósito.

Para demonstrar sua teoria ele escreve um livro "Emílio ou o da educação" em que cria um aluno imaginário, sendo ele o Emílio, e no decorrer dos capítulos mostra como uma criança deveria ser educada.

Em sua teoria Rousseau alega que a criança deve ser criada no campo, distante das cidades para que assim ela não seja corrompida pelos vícios das mesmas. Ele afirmar que a curiosidade e/ou desejo de aprender deve surgir da criança e não de seu tutor e pais, ou seja, ela demonstra qual o momento certo dela aprender determinadas coisas, não é a toa que Emílio, seu personagem, só sente vontade de aprender a ler e a escrever entre os 12 - 15 anos de idade. Emílio passa pelo seguinte processo de formação:

2 - 12 anos de idade : Idade da Natureza - vida no campo para se desenvolver: Educação Moral, a Educação do Corpo e a Educação Sensorial.

12 - 15 anos de idade : Idade da Força - desenvolve:
Educação Intelectual e a Educação Manual e Social.

15 - 20 anos de idade : Idade  da Razão e das Paixões - desenvolve:    Educação do ser social, a Educação Religiosa e Retomada Educação Moral

20 - 25 anos de idade : Idade da Sabedoria e do casamento.

A função do professor / tutor durante é a infância da criança é impedir que a mesma perverta o seu pensamento e fazer de tudo de maneira natural. Rousseau considera o período da infância o "sono" da razão, sendo que a razão só vira aparecer na fase da puberdade e na fase adulta. Apesar de aprender alguns princípios relacionados à razão durante este período a criança não faz o uso da mesma.

Contudo, Rousseau visava à formação do homem, e não somente do ser cidadão para conviver na sociedade capitalista como ocorre nos dias atuais, com isto me pergunto é por este motivo então que a educação brasileira encontra-se defasada, isto esta se dando por conta dos objetivos que se quer atingir? Este pode ser um, dos diversos motivos para este problema, porém deve-se também levar em consideração a falta de investimento financeiro por conta do governo, o desinteresse por conta de alunos e professores, e diversos outros.

Por ultimo então, coloco como alternativa e em destaque o tipo de educação defendida por Jonh Dewey (1859 - 1952) que foi um dos principais pensadores da educação que criou a escola nova, e foi Anisio Teixeira quem trouxe a idéia de Dewey para o Brasil.

A idéia da escola nova de Dewey estava centrada no desenvolvimento das habilidades e do espírito crítico do aluno, ou seja, sua idéia se centra no individuo.

A educação precisa ser significativa para os alunos e não para o professor, é preciso que o conhecimento a ser adquirido possua ligação despertando assim o interesse do aluno. "O processo educativo não tem outro fim além de si mesmo: ele é seu próprio fim". (DEWEY, 1979 : 53)

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Como referenciar: "Que Homens Educamos Hoje?" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 22/10/2025 às 09:30. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/educarhomens/?pagina=1