Ensino Fundamental de Nove Anos Desafia a Gestão Escolar: da Sala de Aula e da Escola (página 5)
A escola de educação infantil é diferente na sua essência, nela existe o cruzamento de numerosas relações e o professor precisa estar preparado para trabalhar com esta trama de relacionamentos. O nosso trabalho vai muito além do gostar de crianças pequenas, ele exige o nosso envolvimento dentro do processo e, dependendo da visão de infância, de criança, que este professor tem, assim será a sua postura e a sua prática frente à educação.
Pautada nestas reflexões, fui me constituindo professora e verificando que é assim mesmo que um educador se constitui. Com certeza, ao longo dos anos vamos refletindo sobre as situações que vamos encontrando nas escolas pelas quais passamos. Durante todo este processo ocorreram muitas aprendizagens e também inquietações. Destaco, entre as inquietações, a necessidade (e a dificuldade) da consolidação de uma proposta político-pedagógica enquanto identidade da Escola Infantil - construída pelo coletivo e pautada no princípio cuidar/educar. Além dessa inquietação, destaco, também, a necessidade de significar, no interior da escola infantil uma relação mais pedagógica entre os conceitos de tempo e espaço.
3.1 Dificuldades que Percebo em Relação ao fazer Pedagógico na Educação Infantil
Em relação à dificuldade de se consolidar uma proposta político-pedagógica que dê identidade a escola coloco minha primeira experiência/contato com este "documento" a qual ocorreu assim do meu ingresso no ensino municipal. Fazia pouco que o processo de elaboração/escrita do projeto político pedagógico havia iniciado. Ao chegar, fui incumbida pela direção da escola (talvez até pelo fato de estar cursando pedagogia), de reunir o que já havia sido produzido com os textos construídos pelas monitoras e professoras e, a partir disso, organizar um documento que seria ao final a proposta pedagógica da escola. Esta experiência foi de todo muito perturbadora, pois naquelas linhas estava muito mais o que eu acreditava como o ideal para uma educação infantil de qualidade do que realmente o que o grupo entendia e queria para a escola.
Outras reformulações deste documento houve e o que mais me chamou atenção é que no máximo o que se conseguiu fazer foi o grupo ler o que ali estava escrito e produzir alguns textos (um tanto simplórios) os quais foram acrescidos ao documento. Esta experiência mostrou o quanto é difícil efetivar-se esta proposta de escrita do querer coletivo. Será que ano após ano os mecanismos usados pelos gestores são sempre pobres e a sistematização do documento fica restrita a juntar textos escritos em grupos? Qual é a identidade das nossas escolas infantis? O que de fato os grupos de profissionais que atuam na educação infantil pensam e querem em relação à mesma?
Vive-se um momento em que um novo paradigma organizacional se coloca e a gestão escolar deve pensar o projeto político pedagógico. Este deve mostrar o que a instituição escola pretende ou idealiza: seus objetivos, metas e estratégias permanentes, tanto no que se refere às suas atividades pedagógicas, como às funções administrativas. Veiga coloca que:
"A importância do projeto político-pedagógico está no fato de que ele passa a ser a identidade da escola: define a direção, o rumo de suas ações. É uma ação intencional que deve refletir as opções e escolhas de caminhos e prioridades na formação do cidadão, como membro ativo e transformador da sociedade em que vive. É importante que o projeto político pedagógico seja entendido na sua globalidade, isto é, naquilo que diretamente contribui para os objetivos prioritários da escola, que são as atividades educacionais, e naquilo cuja contribuição é indireta, ou seja, as ações administrativas. É também um instrumento que identifica a escola como uma instituição social, voltada para a educação, portanto, com objetivos específicos para esse fim". (VEIGA, 2002, p. 13-14).
Ao se construir o projeto político-pedagógico, é fundamental que se tenha em mente a realidade que circunda a escola; realidade que se expressa no contexto da sociedade econômica, política e social; e aquela que se verifica ao entorno da escola. A realidade da sociedade, certamente, afeta a vida da escola, assim como também a afeta a sua realidade interna específica, o seu funcionamento, possibilidades e limites. Não levar em consideração os aspectos sociais que envolvem a escola fará com que se mascare a realidade da mesma.
Freitas coloca que:
"O projeto pedagógico não é uma peça burocrática e sim um instrumento de gestão e de compromisso político e pedagógico coletivo. Não é feito para ser mandado para alguém ou algum setor, mas sim para ser usado como referência para as lutas da escola. É um resumo das condições e funcionamento da escola e ao mesmo tempo um diagnóstico seguido de compromissos aceitos e firmados pela escola consigo mesma ? sob o olhar atento do poder público". (FREITAS et al., 2004, p. 69)
Outra inquietação é a que se refere aos tempos e espaços na educação infantil. Narro aqui uma cena que vivi com a minha primeira turma de maternal. A escola onde trabalhava não dispunha de área externa para as crianças brincarem. No desejo e na ansiedade de tirar as crianças daquelas quatro paredes eu programava passeios a lugares disponíveis no bairro próximos da escola. Como medida de segurança, me utilizava de uma corda. Solicitava de todos segurassem a corda e em fila saíamos caminhando pelo bairro até um gramado todo aberto (sem segurança) próximo para as crianças brincarem. Eu me sentia enclausurada dentro da escola imagina como se sentiam as crianças! Era o meio mais correto? Com certeza não, mas era uma alternativa possível enquanto esperávamos a melhoria da nossa área externa que praticamente inexistia. Mesmo hoje em outra escola trabalhando com a faixa etária de dois anos sinto esta carência de espaços adequados a estas faixas etárias, bem como de brinquedos.
A criança, desde o seu nascimento, precisa de espaços que ofereçam liberdade de movimentos, segurança e acima de tudo possibilitem sua socialização com o mundo e com as pessoas que a rodeiam. Segundo Lima (2001, p.16): "o espaço é muito importante para a criança pequena, pois muitas das aprendizagens que ela realizará em seus primeiros anos de vida estão ligadas aos espaços disponíveis e/ou acessíveis a ela".
Os espaços devem ser organizados de forma a desafiar a criança nos campos: cognitivo, social e motor. Oportunizando à criança andar, subir, descer e pular, através de várias tentativas, assim a criança estará aprendendo a controlar o próprio corpo, um ambiente que estimule os sentidos das crianças, que permitam a elas receber estimulação do ambiente externo.
Garantir à criança o espaço de brincar também deve ser um ideal a ser alcançado. Estamos vivendo um estado de sucateamento nas escolas em relação a brinquedos, ali a sucata virou peça fundamental para a nossa ação. E sabemos que um ambiente carente de recursos, onde tanto a criança quanto o adulto vêem somente paredes e espaços vagos é um ambiente pobre de estímulos e aprendizagens, é necessário criar espaços para as crianças onde elas possam: criar, trocar saberes, imaginar, construir e, principalmente, brincar.
O brinquedo faz parte da vida da criança independente do nível social ou cultural a que pertence. Segundo Horn (2004, p.70): "o brinquedo sempre fez parte da vida das crianças, independentemente de classe social ou cultural em que está inserida".
Portanto, a organização dos espaços na educação infantil é fundamental para o desenvolvimento integral da criança, desenvolvendo suas potencialidades e propondo novas habilidades sejam elas: motoras, cognitivas ou afetivas. As aprendizagens que ocorrem dentro dos espaços disponíveis e/ou acessíveis à criança são fundamentais na construção da autonomia, tendo a mesma como própria construtora de seu conhecimento. O conhecimento se constrói a cada momento em que a criança tem a possibilidade de poder explorar os espaços disponíveis a ela.
Observando o que estamos vivendo neste momento em termos de educação num sentido mais amplo e retomando a história da educação, seja ela para as crianças ou para os adultos, podemos afirmar que os avanços sempre foram marcados por muitas dificuldades e que estes não foram tranqüilos e nem todos tiveram um caráter humanitário. Quase todas as conquistas de caráter mais educativo, foram, e continuam sendo, frutos de lutas e mobilizações dos educadores. Embora a legislação já esteja apontando para uma educação mais emancipatória, democrática e calcada numa lógica centrada nos sujeitos, há muito que se fazer nas escolas para que isto se efetive.
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