Intervalo para Hospitalidade: Uma Leitura Pedagógica (página 2)
Reconhece o autor citado que, na medida em que se realiza um processo de amadurecimento, nos tornamos conscientes de que tudo na natureza é interdependente, de que existe um sistema ecológico que governa a natureza, inclusive as sociedades:
A interdependência é o paradigma do nós: Nós podemos fazer isso. Nós podemos cooperar. Nós vamos unir nossos talentos e habilidades para juntos criarmos algo maior.
O processo da hospitalidade é um processo de interdependência, em que um exerce o papel de hóspede, e o outro, exerce o papel de anfitrião.
Luis Otavio de Lima Camargo (2004) dá uma dimensão humana e planejada para a hospitalidade:
Hospitalidade é a interação de seres humanos com seres humanos em tempos e espaços planejados para essa interação.
Trata-se de uma interação intencional, na qual, a dimensão tempo e a dimensão espaço, como variáveis do processo, necessitam ser planejados. Claro que nem sempre possibilita um planejamento participativo, mas, no caso da sala de aula, é possível um processo co-participativo e, inclusive, medidas democráticas recorrentes.
A sala de aula é um espaço privilegiado e disponibilizado. O tempo de permanência nesse espaço privilegiado é um tempo discricionário de alta significância. Nesse contexto, os seres humanos ? professor e alunos - são os protagonistas do processo pedagógico, no qual a hospitalidade necessita paradigmar o processo de convivência.
Baptista (apud Castelli, 2005, p. 147) interpreta a psicodinâmica e a sociodinâmica que se estabelece no processo:
A hospitalidade permite celebrar uma distância e, ao mesmo tempo, uma proximidade, experiência imprescindível no processo de aprendizagem humana.
Por sua vez, Castelli (2005, p.147) enfatiza a importância da abertura de outros espaços quando na convivência:
O ato da hospitalidade implica não somente na abertura de espaços físicos, mas também a abertura de espaços emocionais e intelectuais. Isso se traduz, na pratica, no acatamento de sugestões e idéias e também no amor que dedicamos a outras pessoas. O espaço intelectual e emocional que as pessoas disponibilizam ou reservam dentro de sei para o outro pode ser quase nulo, na hipótese de haver uma heterorrejeicao. Em contrapartida, pode ocupar muitos espaços, na hipótese de haver flexibilidade e abertura, chegando, em certas circunstancias, a ocupar todos os espaços.
Kops (1999) sustenta o contrato psicológico como um recurso e mecanismo capaz de agregar qualidade ao processo de pedagógico quando no relacionamento professor-aluno, podendo, inclusive, assegurar o alcance de resultados desejados, co-planejados e compartilhados. O contrato psicológico se caracteriza como um pacto, um acordo construído e firmado entre as partes protagonistas do processo de convivência. O contrato psicológico permite desenhar os resultados desejados decorrentes do processo, e estabelecer medidas recorrentes de agenda, de conteúdo, de papéis, de comprometimentos, e de procedimentos pactuados, capazes de assegurar os resultados desejados.
A vida cotidiana, na psicodinâmica e na sociodinâmica da convivência permite a construção do tecido social (KOPS, 2006). A qualidade desse tecido social poderá comprometer, ou não, a qualidade do processo da hospitalidade quando na convivência humana. Daí, a importância da construção de tecidos sociais saudáveis e nutridos. A cultura da hospitalidade torna-se uma cultura incubadora capaz de possibilitar a construção de tecidos sociais bem nutridos e saudáveis. Não seria diferente na vida cotidiana da convivência em sala de aula.
A sensibilidade social é uma competência distintiva nos processos de convivência e na cultura da hospitalidade. A sensibilidade social passa a ser uma competência humana essencial, também, no processo pedagógico. Moscovici (2001) reconhece que a sensibilidade social afeta a percepção que temos e fazemos dos outros:
A sensibilidade social consiste na capacidade de perceber como os outros pensam, sentem e tendem a agir, concomitantemente à própria ação.
A sensibilidade social, quando na relação professor-aluno, vai permitir a psicodinâmica da empatia, porquanto possibilita uma percepção sensível ao ponto de colocar-se no lugar do outro, no dizer de Carkhuff (1978, p.58):
A empatia envolve experimentar o mundo de outra pessoa como se fossemos essa pessoa.
Próximo da empatia, temos a simpatia que também pode ser generosa e benevolente permitindo superioridade a certos níveis de visão, como no poema Passagem das Horas de Fernando Pessoa, quando, através do heterônomo Álvaro de Campos, diz:
São-me simpáticos os homens superiores, porque são superiores, e são-me simpáticos os homens inferiores, porque são superiores também...
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