Intervalo para Hospitalidade: Uma Leitura Pedagógica (página 3)
A sensibilidade social atua como um pré-requisito do processo da hospitalidade, em especial, diante do pluralismo cultural e da diversidade de tipologias humanas, visto que quem hospeda um individuo hospeda a humanidade, hospeda o cosmo. Para reforçar essa idéia da diversidade e da condição humana, Morin (2000, p.44) busca na literatura percepções do escritor Hadj Garm'Oren, que:
todo indivíduo, mesmo o mais restrito à mais banal das vidas, constitui, em si mesmo, um cosmo. Traz em si suas multiplicidades internas, suas personalidades virtuais, uma infinidade de personagens quiméricos, uma poliexistência no real e no imaginário, o sono e a vigília, a obediência e a transgressão, o ostensivo e o secreto, pululâncias larvares em suas cavernas e grutas insondáveis. Cada um contém em si galáxias de sonhos e de fantasias, de ímpetos insatisfeitos de desejos e de amores, abismos de infelicidade, vastidões de fria indiferença, ardores de astro em chamas, ímpetos de ódio, débeis anomalias, relâmpagos de lucidez, tempestades furiosas...
O atributo de ser social não assegura a condição de alguém já pronto para a convivência social, e, por sua vez, nem mesmo pronto para a cultura da hospitalidade. Necessitamos passar por processos de aprendizagem e de aculturação para a convivência social e para a cultura da hospitalidade. Sertek (2006, p. 186) reforça essa observação:
O ser humano é um ser social, segundo a concepção aristotélica, fundamentado na concepção histórica. Aperfeiçoa-se e aprende em sociedade, precisa do outro para seu crescimento e maturação. Todas as doutrinas educativas têm em comum a necessidade de um processo longo de maturação e educação para o desenvolvimento humano. Alem das condições biológicas que influenciam esse processo, concorre a interação humana por meio de processos de ensino-aprendizagem. O ser humano necessita ser educado e socializado por meio de uma aprendizagem das virtudes de convivência e de um sistema próprio de comunicação.
O processo da hospitalidade compreende:
- variáveis de entrada do processo, tais como, a atitude hospitaleira, a sensibilidade social, a vontade política de aproximação, o rapport, e ritos de passagem;
- variáveis de processamento, tais como, competências de receber, competências de hospedar, competências de alimentar e nutrir, competências de entreter, e competências de despedir-se;
- variáveis intervenientes, tais como, cultura local vigente, etiqueta social, virtudes da hospitalidade, ética na convivência, confiabilidade, a epistemologia social, a disponibilidade de tempo, a disponibilidade de espaço, pactos e/ou contratos de convivência;
- variáveis de saída do processo, tais como, vínculos, congraçamentos, registros, mimos, lembranças, redes de relacionamento.
A sala de aula é um fórum privilegiado para a cultura da hospitalidade e para a formação da atitude hospitaleira. Além da sensibilidade social, faz-se necessária a atitude do querer ser hospitaleiro. Faz-se necessária a vontade política dos protagonistas, vontade que passa pela conscientização do significado e importância da hospitalidade na convivência humana.
No processo da hospitalidade, em sala de aula, o professor acolhe diferenças individuais, diferenças grupais, pluralismos, idiossincrasias, expectativas, bagagens acumuladas, contribuições, compromissos, ajudas, sugestões, feedbacks, potencialidades, possibilidades, limitações, carências, deficiências.
No processo da hospitalidade, em sala de aula, o aluno acolhe estilos diferenciados, idiossincrasias, teorias, metodologias, desafios e oportunidades de construção do conhecimento, agendas, ementas, planos de ensino, sistemas de avaliação, feedbacks, incentivos e avaliações de desempenho.
A inclusão social é um desafio para o processo da hospitalidade. Desafio psicológico decorrente de resistências internas motivadas por estereótipos, de preconceitos, de antipatias gratuitas, de vieses na formação da personalidade. Desafio social decorrente de resistências externas ligadas a concepções e paradigmas sociais que privilegiam alguns e penalizam muitos. Inclusão social compreende um esforço, psicológico e social, no sentido de acolher o outro ampliando a acessibilidade aos benefícios da vida em sociedade.
A exclusão social é um risco pedagógico, porquanto, quer alimentada psicologicamente por preconceitos ou antipatias, quer referendada socialmente por dificuldades ou problemas sociais que levam ao isolamento e à discriminação, deteriora as relações humanas e o tecido social com reflexos na aprendizagem e na formação de atitudes.
A convivencialidade admite tempos e espaços diferenciados. Podendo ser uma experiência rápida e passageira e/ou longa e duradoura. De qualquer forma, a convivencialidade demandará competências interpessoais e sociais. A convivencialidade demandará competências amplas, essenciais e básicas de convivência, respeitadas as circunstancias e os contextos culturais. A hospitalidade pode ser percebida como uma competência ampla nos mais diferentes contextos e culturas. Conviver com os outros, no dizer de Rocha (2002) demanda reconhecer e aceitar o outro como um legitimo ser humano;
Ser convivencial com o outro é respeitá-lo, exatamente onde ele está em sua caminhada de evolução.
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