Conceitos Matemáticos Inseridos na Educação da Primeira Infância: Diagonais que Perpassam o Desenvolvimento dos Pequenos Estudantes (página 5)
Com base em Ferreiro (2001, p. 98), "As crianças iniciam o seu aprendizado de noções matemáticas antes da escola [...] Iniciam o aprendizado do uso social dos números e das atividades sociais relacionadas aos atos de comprar e vender". Tais procedimentos estão inseridos num campo maior que é o comércio. E neste campo as relações são mediadas pela linguagem, a qual, segundo Oliveira (2006, p. 43), Vygotsky trabalha com duas funções básicas: a linguagem como função de intercâmbio social e pensamento generalizante. Nesta "[...] A linguagem ordena o real, agrupando todas as ocorrências de uma mesma classe de objetos, eventos, situações, sob uma mesma categoria conceitual". Já a primeira função é para o ser humano se comunicar com seus semelhantes. Em ambas as funções o uso da matemática se manifesta de maneira intrínseca ou extrínseca. Uma vez que em situações sociais, econômicas ou culturais a língua materna e a matemática são usadas para manifestar os fenômenos que proveem da essência da linguagem: o ato de comunicar. Nesse sentido
[...] tanto a Matemática quanto a Língua Materna constituem sistemas de representação, construídos a partir da realidade e a partir dos quais se constrói o significado dos objetos, das ações, das relações. Sem eles, não nos construiríamos a nós mesmos enquanto seres humanos (MACHADO, 2001, p. 83).
E como seres humanos que somos precisamos manifestar nossos valores, nossos sentimentos, ideias, opiniões, e em muitos casos utilizamos o discurso como meio para a concretização desta exposição. Não estamos afirmando que o discurso é o único e melhor meio para expressar tais ações; só estamos compartilhando com Machado 2001) a importância que este instrumento possui no ensino e no desenvolvimento da pesquisa em matemática, principalmente na educação da primeira infância.
Para tanto, estimulando o discurso dos pequenos acerca dos processos mentais básicos em aprendizagem da matemática, poderemos partir para textualização das atividades propostas. Com a prática do discurso as crianças poderão opinar, argumentar, criar possibilidades, confrontar e se necessário abandonar sua opinião para aceitar a do outro, pois esta, neste momento é a que melhor explica a situação, é a que está mais próxima da validade. Este processo não se constitui ao acaso, tampouco em um único ano. Como o próprio nome diz é um PROCESSO que perpassa todas as áreas do conhecimento, assim como a Matemática, por isso faz-se necessário que todos os profissionais que ministram aulas na educação da primeira infância possuam um arcabouço teórico-metodológico, neste caso, sobre a Matemática para criarem práticas educativas que realmente desenvolvam as competências matemáticas dos pequenos aprendizes.
Para ampliar o entendimento sobre a Etnomatemática e a importância do discurso, nos filiamos à perspectiva teórica sociocultural que está inserida no campo da investigação História na Educação Matemática. Tal ponto de vista vem sendo desenvolvido e defendido por Radford e Fulvia, ambos estudiosos do campo da história na educação matemática; ela desenvolvendo seus trabalhos na Europa, em especial na Itália, já ele trabalhando fortemente no Canadá. Os dois, segundo Miguel e Miorim (2008), veem discutindo pelo mundo inteiro tal abordagem e ampliando o entendimento acerca desta perspectiva de investigação da história na educação matemática.
Tendo, Miguel e Miorim (2008), tal compreensão de investigação cunho linguístico-semântico e perspectiva sociocultural, as ideias matemáticas possuem gênese histórica, desse modo a aprendizagem matemática é visualizada como a capacidade pessoal de se apropriar, por meio da negociação interativa inserida num determinado contexto cultural, dos sentidos semióticos sócio-historicamente produzidos aos conceitos matemáticos no interior de uma atividade seja ela sistematizada ou não.
Furinghetti e Radford (2002, apud MIGUEL; MIORIM, p. 131-132, 2008), apontam que
Na abordagem sociocultural que defendemos, investigamos textos matemáticos de outras culturas levando em consideração o tipo de prática cultural na qual eles estavam envolvidos a fim de examinar o modo como conceitos, notações e significados matemáticos foram produzidos. Através de um contraste oblíquo com as notações e conceitos que são ensinados no currículo da atualidade, procuramos obter "insights" sobre os tipos de exigências intelectuais que a aprendizagem da matemática solicita de nossos estudantes e ampliar o domínio de nossas interpretações das atividades de sala de aula. Ao nível da construção de atividades para a sala de aula, temos finalmente como meta adaptar conceptualizações sedimentadas na história a fim de facilitar a compreensão da matemática por parte dos estudantes (grifo nosso).
Entendendo que é importante conhecer os tipos de práticas culturais em que foram construídos os conceitos matemáticos, os significados dispensados a eles e como as diversas culturas se apropriam destes conceitos estaremos avançando na perspectiva da Etnomatemática e assim entendendo que não há uma cultura melhor que outra, elas são independentes e constituídas a partir das relações socioculturais que permeiam um povo.
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