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A Importância do Método ABA na Inclusão do Aluno com TEA na Educaçao Básica (página 3)



3.2 Das orientações ao docente da sala de aula comum do alunado com TEA.

Muito se têm questionado sobre a posição do professor do aluno com TEA na sala de aula comum, se frente a este estudante, o docente tem realizado intervenções pedagógicas, se tem planejado atividades diferenciadas e/ou se obtém conhecimentos referente ao TEA.

Porém, pouco se têm refletido sobre o amparo que este profissional tem ao seu alcance. Frente a esta problemática, qual o papel do Coordenador Pedagógico ou Orientador Pedagógico em relação a orientações ao docente da sala de aula comum?

Soares e Colares (2016, p.39) nos explicitam que o "(...) coordenador pedagógico deve ter como prioridade o trabalho de formação continuada com professores da instituição em que atua (...)". Desta forma observamos que o professor por si só, não basta para que o processo de aprendizagem se efetue sobre o aluno com TEA, é necessário que se aja momentos enriquecedores com trocas de informações sobre o TEA e seu processo de aprendizagem nos Horários de Trabalho Coletivo (HTC).

Logo a incumbência da coordenação pedagógica, se centraliza ao docente da sala de aula de comum, trazendo a este, claridade e inovações a sua prática, auxiliando-o no procedimento de sua atuação, pois é planejando que se reflete sobre a ação pedagógica, de modo que o papel da coordenação possa oferecer segundo Franco (2008, p.3) "(...) organização, compreensão e transformação da práxis docente (...)"

Além do coordenador pedagógico, outro profissional que deve auxiliar o docente da sala de aula comum com o aluno que tem TEA, é o professor do Atendimento Educacional Especializado (AEE), pois é na relação dialógica que juntos é possível tornar o período escolar do aluno com TEA, uma real inclusão com efetividade de construção do conhecimento.

Dentre as atribuições do profissional do AEE, o Ministério da Educação (MEC, 2008.) relata que este profissional deve "Orientar professores e famílias (...). Estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum visando (...) estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares (...) "
É fundamental que se tenha uma relação entre o professor da Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) que realiza o AEE, com o docente da sala de aula comum, pois é na troca de informações com os saberes do AEE que o trabalho na sala de aula comum não ficará à  deriva para o estudante com TEA.

Assim, os dois profissionais da área da educação, necessitam criar esta ponte entre eles, para que as intervenções pedagógicas possam trazer o efeito desejado, na qual o aluno com TEA deixa de ser apenas um "lugar ocupado na sala de aula comum" e passa a ser um estudante participativo e envolvido no contexto escolar.

É com a consciência de que o aluno com TEA é responsabilidade de todos no âmbito escolar, que se fará uma inclusão efetiva, na qual toda comunidade da instituição sendo eles: professores da sala de aula comum, professor do AEE, equipe gestora, funcionários e demais participantes se percebam como corresponsáveis pela permanência e pelo acesso á educação do estudante com TEA.

É primordial que se compreenda que o indivíduo com TEA, não é propriedade de um professor, de um auxiliar de sala, ou apenas de um professor do AEE. O estudante com TEA é de TODOS.

3.3 Método ABA

Na busca de ampliar o entendimento ao método a ser abordado, explicitaremos a seguir, o conceito de comportamento, já que este é o foco do procedimento.

Comportamento é toda atitude/interação que parte do ser para o meio em que se encontra. E todo comportamento está relacionado ao próprio meio ou outro organismo, que nos proporciona emitir como ação/reação/resposta, diante dos estímulos ou das situações experimentadas, ademais  o comportamento pode ser condicionado/controlado, através do uso de estratégias denominadas de reforço positivo, fazendo assim com que o comportamento desejado venha a se repetir outras vezes, como nos explica Skinner:
O processo de condicionamento, como foi relatado por Pavlov em seu livro Reflexos condicionados, é um processo de substituição de estímulos. Um estímulo antes neutro adquire o poder de eliciar a resposta que originalmente era eliciada por outro estímulo. A mudança ocorre quando o estímulo neutro for seguido ou "reforçado" pelo estímulo efetivo. (SKINNER, 2003, p. 58).
Deste modo, toda vez que um dado comportamento for observado, analisado e constatado a necessidade de modificá-lo, é acrescentado então, um estimulo, um  reforço positivo, para que o indivíduo compreenda que aquela resposta ou ação emitida fora a esperada para aquela situação cotidiana, assim sendo, as chances desta atitude voltar a se repetir, serão cada vez maiores.

Vale ressaltar que indivíduos com TEA possuem o prejuízo nos comportamentos sociais, nos quais se intitulam como inadequados ou inapropriados, portanto um método que se baseia na análise do comportamento como ABA, se faz fundamental no âmbito da educação básica, pois é desta forma, que será possível tornar o estudante com TEA, um aluno participativo, visto como um ser que pensa, age e sente  e integrante ativo de sua classe e das atividades propostas pelo docente.

O método Análise Aplicada do Comportamento é uma tradução para a sigla ABA, que em inglês se nomeia "Applied Behavior Analysis".

Dentre os métodos existentes para o TEA, abordaremos o método ABA, pois segundo a Associação para a Ciência do Tratamento do Autismo nos Estados Unidos, Gaiato (2018, p. 88) nos diz que "ABA é um tratamento que possui evidência científica suficiente para ser considerada eficaz (...)"

Vale ressaltar que esta abordagem, não se refere a unicamente pessoas com TEA, mas para todo e qualquer ser humano que apresenta a necessidade de melhorar o seu comportamento, pois tal metodologia tem como foco o comportamento do indivíduo através da análise do comportamento, a fim de aumentar comportamentos adequados e diminuir os inadequados, assim nos afirma Silva, Gaiato e Reveles:
A metodologia consiste em modificar os comportamentos inadequados, substituindo-os por outros mais funcionais. O foco da mudança baseia-se, principalmente, nos comportamentos social, verbal e na extinção de birra. Uma variedade de procedimentos comportamentais é usada para fortalecer habilidades existentes e modelar aquelas ainda não desenvolvidas. Isso envolve criar oportunidades para que a criança possa aprender e praticar habilidades por meio de incentivos ou reforços positivos, ou seja, premiá-la e elogiá-la a cada comportamento realizado de forma adequada. (SILVA, GAIATO E REVELES, 2012, p.104).
Em relação as demais características do método se encontram: sessões individuais, currículo personalizado de acordo com a necessidade do indivíduo, e como fora supracitado o trabalho com base em reforço positivo, para se alcançar o comportamento desejado, é dessa forma, que entenderemos cada vez melhor o aluno com TEA, partindo da problemática de compreendê-lo como um ser único com suas particularidades singulares, para assim intervir de forma sábia e eficaz no auxílio de seu pleno desenvolvimento.

Logo se faz imprescindível, que o conhecimento acerca do método ABA, possa fazer parte do saber da comunidade escolar, do docente e de todos que estão no convívio e ao redor do indivíduo com TEA.

Pois uma verdadeira inclusão, só ocorre quando de fato, existe um processo ativo de aprendizagem e o aluno com TEA necessita fazer parte deste contexto pedagógico.

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Como referenciar: "A Importância do Método ABA na Inclusão do Aluno com TEA na Educaçao Básica" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/04/2024 às 11:12. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/metodoaba/?pagina=2