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O Ensino-Aprendizagem de Língua Inglesa em Escolas Públicas: o Real e o Ideal (página 4)

4. O DESEMPENHO DO ALUNO

Não se pode deixar de relatar que o ensino público é marcado pela desigualdade social, econômica e cultura. Problemas advindos da utilização de metodologias inadequadas ao contexto, desvalorização e despreparo dos educadores, tecnologias obsoletas a formação do aluno, falta de investimentos e políticas públicas mal dirigidas.

Descreve Barcelos (2006) que em geral, a experiência de aprendizagem em escolas públicas se caracteriza como ruim e sem motivação. Esse cenário é composto por problemas pedagógico, falta de interesse dos alunos, a não prática da língua e pela falta de competência de grande parte dos professores.

Kelly (2000) narra que a aprendizagem do inglês, decorre muitas vezes da falta de interesse do aluno, onde se nota a falta de integração com a pronúncia, com a gramática e vocabulário. Sendo válido ressaltar também que a falta de tempo, dificulta o entrosamento do aluno com o idioma.

Além disso, por ser um idioma totalmente distinto da língua materna, esse fato faz com que o aluno se sinta encabulado para se expressar, desta maneira a falta de contato prévio em relação aos aspectos fonológicos prejudicam ainda mais a relação ensino-aprendizagem.

Ilustra Barcelos (2006, p. 161) que as desculpas apresentadas pelos alunos pela dificuldade de aprender inglês muitas vezes se resumem:

[...] à repetição de um ensino que geralmente parece ser bastante voltado para aspectos gramaticais e o mais lembrado é o verbo to be. O outro aspecto mencionado no excerto diz respeito a um discurso presente em nossa sociedade - o da falta de competência dos professores de escola pública.

Em um trabalho sobre as representações sociais dos alunos de escola pública, em relação à aprendizagem da língua inglesa, em Maceió (AL), Lima e Sales (2007) citam que a realidade se compõe de alunos que não possuem recursos didáticos adequados ao ensino da língua, além de não terem estímulos, e ainda se representam como uma categoria com significativo déficit cultural.

Considerando ainda, que para muitos alunos, somente é possível aprender inglês em cursos particulares, sendo improvável, portanto adquirir o conhecimento da língua estrangeira em uma escola pública. As locuções que surgem nesse meio sempre se traduzem em comentários dos professores que os alunos não conseguem aprender inglês.

Eles não sabem de coisa alguma, quer dizer... Eles não têm esse contato com a língua. É difícil. Imagine, eles não têm nem como, não têm recurso, não tem como se desenvolver, como crescer na aprendizagem da língua, não tem como (LIMA; SALES, 2007, p. 7).

Agregando-se ainda os problemas familiares e o baixo nível socioeconômico, que fazem com que os alunos apresentem cada vez menos um interesse pela aprendizagem da língua estrangeira.

Diante desses dilemas que emergem no cenário da aprendizagem do inglês em escolas públicas, Barcelos (2006) pergunta o que pode ser feito por parte dos professores sem levar em conta os problemas econômicos, sociais e culturais que permeiam o mundo do ensino público.

Para a autora o sonhado seria o esforço consciente do professor de língua estrangeira em se comprometer com uma educação pública de qualidade. Isso requer do conhecimento sobre as crenças e experiências dos alunos, como também, da troca de ideias e da meditação sobre as experiências vividas em meio de uma aprendizagem reflexiva. É preciso "[...] ajudar os alunos a refletir sobre sua própria aprendizagem e sobre suas crenças e experiência" (BARCELOS, 2006, p. 146).

Para Pacheco (1994) isso seria a emancipação de todo e qualquer conhecimento que se constitui em uma aprendizagem significativa dos alunos. O aluno é construtor da aprendizagem e consequentemente busca a descoberta pessoal e a valorização dos saberes adquiridos.

Acrescenta Grundy (1991) que interesse emancipador implica em atitudes do professor e dos alunos em modificar as condições onde se produz a aprendizagem e que limita a liberdade tanto em procedimentos como em conteúdos.
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Como referenciar: "O Ensino-Aprendizagem de Língua Inglesa em Escolas Públicas: o Real e o Ideal" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 17/05/2024 às 01:24. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/o_ensino_aprendizagem/index.php?pagina=3